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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Doenças infecciosas continuam atuais




Ciência + Saúde



FOLHA DE SÃO PAULO. São Paulo, domingo, 22 de julho de 2012. Ciência.
DE SÃO PAULO

Malária, leishmaniose e doença de Chagas podem até parecer coisa do passado, mas ainda são problemas bastante reais em várias partes do Brasil e do mundo.
Com sintomas como dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios, a malária é um problema na Amazônia. Causada por um protozoário, a malária é a principal causa de mortalidade entre as doenças tropicais.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), ela mata mais de 3 milhões de pessoas por ano, sendo a maioria na África, onde especialmente as crianças são vulneráveis.
Desvendada pelo brasileiro Carlos Chagas, o mal de Chagas é causado pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Estima-se que entre 2 milhões e 3 milhões de pessoas no Brasil tenham a forma crônica da moléstia, que não tem cura.
Após uma fase aguda inicial, a doença pode ter um período pouco sintomático, mas no qual o patógeno está se multiplicando e causando danos a vários órgãos, como o baço, o coração e o cérebro.
Já a leishmaniose pode causar lesões e deformidades graves. Crônica, ela é transmitida pelos mosquitos flebotomíneos, também conhecidos como palha e birigui.
A doença pode ter manifestações na pele ou nas vísceras. Embora haja casos em todos os Estados do Brasil, a leishmaniose é um problema sobretudo no Norte e no Nordeste do país.
(GM)

Chip da USP flagra malária e mal de Chagas

 
FOLHA DE SÃO PAULO.Ciência + Saúde
Ciência + Saúde
 São Paulo, domingo, 22 de julho de 2012

Sistema também teve sucesso em detectar leishmaniose a partir de gota de sangue, com diagnóstico em segundos
Aparelho desenvolvido em São Carlos (SP) tem componentes que custariam até R$ 200, afirmam pesquisadores

Reprodução
Mosquito do gênero Anopheles, responsável por transmitir o parasita causador da malária
Mosquito do gênero Anopheles, responsável por transmitir o parasita causador da malária
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
Um chip de poucos centímetros, mas que pode fazer o trabalho de um laboratório inteiro, é a aposta de cientistas brasileiros para o diagnóstico rápido e barato de três doenças que afetam principalmente a população pobre do país e do mundo: malária, leishmaniose e Chagas.
Basta uma gota de sangue para que o dispositivo, criado por cientistas do Instituto de Física da USP de São Carlos, consiga detectar se alguém está infectado. O resultado sai em poucos segundos.
Hoje, os testes laboratoriais são a principal forma de diagnóstico dessas moléstias.
Além de não ficarem prontos na hora, esses exames necessitam de uma boa infraestrutura laboratorial. Algo que, em regiões isoladas e endêmicas, pode se tornar um grande obstáculo.
O novo chip elimina esses inconvenientes.
Para funcionar, o dispositivo se vale de impulsos elétricos. É o mesmo princípio dos velhos testes de glicemia -aqueles aparelhinhos geralmente usados por diabéticos para verificar a quantidade de açúcar no sangue.
Mas, em vez de açúcar, o exame brasileiro considera os impulsos elétricos gerados pela reação de uma proteína com os anticorpos que combatem as doenças.

MÉTODO

Os anticorpos são uma resposta do sistema de defesa do organismo à doença e só são produzidos por quem já foi infectado por um parasita.
"O chip tem várias nanopartículas [minúsculas esferas] que contêm uma proteína específica. Em contato com o sangue, essa proteína se liga ao anticorpo. O exame se vale das medidas elétricas causadas por essa reação", explica o coordenador do estudo, Valtencir Zucolotto, do Laboratório de Nanomedicina e Nanotoxicologia da USP de São Carlos.
Para cada uma das doenças testadas é usada uma nanopartícula específica.
"O exame conseguiu detectar as doenças até em estágios bastante iniciais", afirma Zucolotto, que tem a colaboração de um time de cientistas: Osvaldo Oliveira Júnior, Fernando Paulovich, Cristina Oliveira e Pietro Ciancaglini, também da USP, e Rodrigo Stabeli, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) de Rondônia.
O grupo já deu início ao processo para patentear o microchip do teste.
Por conta de seu princípio de ação, o método poderia ser usado ainda para detectar outras doenças que também geram uma resposta do sistema imune, como a dengue.
"Ainda é complicado falar em valores, mas ele certamente seria mais barato do que os exames laboratoriais", avalia Zucolotto.
Segundo o cientista, hoje seria possível produzir os circuitos que verificam os impulsos elétricos por algo em torno de R$ 100 e R$ 200.
Os chips, que são descartáveis após o uso, sairiam por cerca de US$ 1 (aproximadamente R$ 2,10).
"Nós desenvolvemos o protótipo, mas, para chegar ao mercado, é preciso que haja indústrias interessadas", completa o pesquisador.

RESSALVAS

Na opinião de Fernando Tobias Silveira, pesquisador responsável pelo laboratório de leishmanioses do Instituto Evandro Chagas, do Pará, a ideia do teste é "muito interessante", mas deve-se levar em conta as especificidades de cada doença.
"É preciso estar atento para o fato de que esses chips devem ser impregnados com antígenos altamente específicos. Por exemplo, se a suspeita é de leishmaniose visceral, é preciso que um desses chips esteja impregnado com antígeno de Leishmania infantum chagasi, que é o agente da leishmaniose visceral nas Américas", diz.
"Não adianta impregnar antígeno, por exemplo, de L. amazonensis, porque essa espécie é agente de leishmaniose cutânea no Brasil. Portanto, é preciso considerar que ocorrerão reações sorológicas cruzadas, reações falsas, se essas especificações não forem previstas", completa.

Invasão na natureza promove epidemias

New York Times
New York Times

São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2012

Análise


OLAF HAJEK
Por JIM ROBBINS

O termo "serviços do ecossistema" faz referência às muitas maneiras em que a natureza apóia o empreendimento humano. Por exemplo, as florestas filtram a água que bebemos; aves e abelhas polinizam plantações.
Se deixamos de entender e cuidar do mundo natural, isso pode suscitar a falência desses sistemas e nos afetar de maneiras sobre as quais pouco sabemos. Um exemplo é um modelo de doença infecciosa em desenvolvimento que mostra que as epidemias -Aids, Ebola, a Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e centenas de outra- ocorridas nas últimas décadas são consequência de interferências humanas com a natureza.
Descobrimos que a doença é um problema ambiental. Sessenta por cento das doenças infecto-contagiosas emergentes que afetam os humanos têm origem em animais -mais de dois terços delas em animais silvestres.
Um esforço global está sendo feito, envolvendo veterinários, biólogos, físicos e epidemiologistas, para tentar compreender a "ecologia da doença". Faz parte do projeto Predict, financiado pela Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional). Com base nos modos em que as pessoas alteram a terra -com a construção de uma nova estrada ou fazenda, por exemplo-, especialistas procuram descobrir os locais onde as próximas doenças provavelmente vão atingir os humanos e como identificá-las quando emergem, antes de se disseminarem. Estão colhendo amostras de sangue, saliva e outros de espécies de animais silvestres de alto risco, visando criar um acervo de vírus, para facilitar a identificação rápida de algum deles que possa infectar humanos. E estão estudando maneiras de gerir florestas, fauna e animais de criação para impedir doenças de deixar as florestas e se converterem na próxima pandemia.
Não é um problema apenas de saúde pública, mas também econômico. O Banco Mundial estimou que uma pandemia grave de gripe pode custar US$ 3 trilhões à economia mundial.
O problema é exacerbado pelo modo como os animais de criação vivem em países pobres, que pode intensificar e difundir doenças transmitidas por animais silvestres. Um estudo recente do Instituto Internacional de Pesquisas com Animais de Criação constatou que mais de 2 milhões de pessoas por ano morrem de doenças transmitidas aos humanos por animais.
O vírus Nipah, no sul da Ásia, e o vírus aparentado Hendra, na Austrália, são os exemplos mais urgentes de como a perturbação de um ecossistema pode provocar doenças. Os vírus se originaram de raposas-voadoras, ou morcegos comedores de frutas. Esses morcegos costumam ficar pendurados de cabeça para baixo; eles mastigam a polpa das frutas, cuspindo os sucos.
Como os morcegos evoluíram concomitantemente com o vírus, sofrem poucos efeitos dele. Mas, a partir do momento em que o vírus passa dos morcegos para espécies que não evoluíram com ele, pode ocorrer uma epidemia, como foi o caso em 1999 na zona rural da Malásia. É provável que um morcego tenha deixado um pedaço de fruta mastigada cair num chiqueiro na floresta. Os porcos se infectaram e o vírus passou para os humanos, contaminando 276 pessoas. Muitas destas sofreram problemas neurológicos permanentes e incapacitantes e 106 delas morreram. Não existe cura nem vacina. Desde então, houve 12 surtos menores no sul da Ásia.
Na Austrália, onde quatro pessoas e dezenas de cavalos já morreram da Hendra, a suburbanização atraiu morcegos infectados, que antes viviam nas florestas, para pastos e quintais. Se esses vírus evoluírem de modo a serem transmitidos facilmente através do contato casual, o receio é que a doença possa se espalhar pela Ásia e o mundo.
"É apenas uma questão de tempo até chegar a cepa que conseguirá ser transmitida com eficácia entre pessoas", diz Jonathan Epstein, veterinário da EcoHealth Alliance, organização de Nova York que estuda as causas ecológicas das doenças.
"Qualquer doença emergente nos últimos 30 anos ou 40 anos surgiu em consequência da invasão de terras silvestres por humanos e de mudanças demográficas", afirma Peter Daszak, ecologista de doenças e presidente da EcoHealth.
As doenças infecciosas emergentes ou são tipos novos de patógenos ou tipos antigos que sofreram mutações, como ocorre todos os anos com o vírus da gripe. A Aids passou de chimpanzés para os humanos na década de 1920, quando caçadores na África comeram os animais.
As doenças sempre saíram das florestas e da fauna e chegaram às populações humanas: a peste e a malária são dois exemplos disso. Mas, segundo especialistas, o número de doenças emergentes quadruplicou no último meio século, em grande medida devido ao avanço humano sobre áreas silvestres, especialmente em regiões tropicais. As viagens aéreas e o tráfico de animais silvestres aumentam o potencial para surtos graves de doenças em grandes centros populacionais.
Para os especialistas, a chave para a prevenção da próxima pandemia está na compreensão do que eles chamam dos "efeitos protetores" da natureza intacta. Um estudo mostrou que, na Amazônia, um aumento de 4% no desmatamento resultou no aumento de quase 50% na incidência da malária, porque os mosquitos transmissores da doença se multiplicam em áreas recentemente desmatadas.
Especialistas em saúde pública começaram a incluir a ecologia em seus modelos. A Austrália acaba de anunciar um esforço de muitos milhões de dólares para estudar a ecologia do vírus Hendra e dos morcegos.
Não é apenas a invasão de paisagens tropicais intactas que provoca doenças. O vírus do Nilo Ocidental chegou aos Estados Unidos vindo da África, mas se disseminou na América porque um de seus hospedeiros favoritos é o tordo americano, que vive bem em gramados e campos agrícolas. E os mosquitos, que transmitem a doença, são especialmente atraídos pelos tordos.
"Quando fazemos coisas que reduzem a biodiversidade de um ecossistema -cortamos a floresta ou substituímos habitats por campos agrícolas-, tendemos a eliminar espécies que exercem papéis protetores", diz Richard Ostfeld, pesquisador da doença de Lyme.
Para os especialistas, a melhor maneira de prevenir surtos entre humanos é através da Iniciativa Uma Saúde -um programa global que defende a ideia de que a saúde de humanos está estreitamente interligada com a dos animais e da ecologia, todas precisam ser geridas de modo holístico.
"Não se trata de manter as florestas intactas e livres de humanos", diz Simon Anthony, virologista molecular na EcoHealth. "Se você puder entender o que é que motiva o surgimento de uma doença, pode aprender a modificar os ambientes de maneira sustentável."
O problema é enorme e complexo. Estima-se que apenas 1% dos vírus silvestres seja conhecido. Outro fator importante é a imunologia da fauna silvestre, uma ciência ainda emergente.
O destino da próxima pandemia pode depender do trabalho da Predict. A EcoHealth e suas parceiras estão estudando os vírus tropicais transmitidos por animais silvestres para construir um acervo de vírus.
Pesquisadores da Predict estão observando a interface em que sabidamente existem vírus mortais e onde populações humanas estão derrubando a floresta.
A EcoHealth também revista bagagens em aeroportos, em busca de animais silvestres importados que possam ser transmissores de vírus mortais. E seu programa PetWatch avisa consumidores sobre os riscos de adotar animais de estimação exóticos vindos de locais de risco em florestas.

Dengue pode piorar em 2013, diz prefeitura




Ribeirão


FOLHA DE SÃO PAULO.
São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2012. Folha Ribeirão

Controle de Vetores diz que transmissão deverá ser mais "ameaçadora"; plano prevê vistoria em 216 mil imóveis
Anúncio foi feito durante evento em comemoração ao controle da dengue neste ano na cidade
GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

A Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto admitiu preocupação com a transmissão da dengue em 2013, que poderá ser feita "de forma mais grave e ameaçadora".
O anúncio foi feito ontem por Maria Lúcia Biagini, chefe da divisão de Controle de Vetores e Animais Peçonhentos, durante evento que comemorou o controle da dengue neste ano na cidade.
Segundo ela, está prevista uma maior circulação do sorotipo 4 para o ano que vem.
"Temos que nos preparar para enfrentar esse problema, porque as pessoas podem ter novamente a doença e, desta vez, de forma mais grave", afirmou. Ainda de acordo com Biagini, a erradicação da espécie "não é possível nem viável".
O tipo 4 foi identificado pela primeira vez em Ribeirão Preto neste ano.
"Já esperávamos a chegada [do sorotipo 4] porque havíamos identificado a circulação em São José do Rio Preto, cidade com a qual Ribeirão mantém tráfego", disse o médico epidemiologista Cláudio Souza de Paula, da Vigilância Epidemiológica.
Neste ano, a circulação do novo sorotipo foi identificada também nas cidades de São Simão e Barretos, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde.
O médico da Vigilância Epidemiológica disse ainda que o último balanço da Secretaria da Saúde apontou 230 casos confirmados de dengue neste ano em Ribeirão. Em todo o ano passado, a cidade registrou 23.384 casos da doença.

AÇÕES DE COMBATE

Para evitar epidemia, a secretaria colocará em prática, a partir da semana que vem, um plano de combate à proliferação do Aedes aegypti, transmissor da doença.
De acordo com Biagini, deverão ser vistoriados 216 mil imóveis em 250 bairros até o fim do ano. Para diminuir a pendência de imóveis fechados, haverá vistorias à noite.
Serão feitos 22 arrastões, além de nebulização. Quinzenalmente, 550 pontos estratégicos, como borracharias, serão vistoriados.
Já 360 imóveis especiais, que concentram grande circulação de pessoas, receberão vistoria bimestral

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Primeira vacina contra a dengue imuniza contra três cepas virais

Resultados confirmam que fórmula é segura e são marco na tentativa de encontrar imunizante viável

O ESTADO DE SÃO PAULO. São Paulo-SP. 25 de julho de 2012. Ciência
JAMES REGAN E BEN HIRSCHLER - Reuters

A primeira vacina do mundo contra a dengue, desenvolvida pelo laboratório francês Sanofi SA, demonstrou a capacidade de proteger contra três das quatro cepas virais causadoras da doença, de acordo com resultados de um aguardado teste clínico na Tailândia.
 
Doença ameaça quase 3 bilhões de pessoas no mundo - Divulgação
Divulgação
 
Doença ameaça quase 3 bilhões de pessoas no mundo


A Sanofi disse nesta quarta-feira que a prova de eficiência é um marco importante nestas sete décadas de luta para desenvolver uma vacina viável contra a dengue, e que os resultados também confirmam que a fórmula é segura.

Outros laboratórios estão trabalhando em vacinas contra a doença, mas o produto da Sanofi está anos à frente.

A dengue, transmitida por mosquito, ameaça quase 3 bilhões de pessoas no mundo, sendo milhões delas no Brasil. A contaminação por uma cepa viral não garante imunidade contra as outras três.

A vacina da Sanofi gerou uma resposta imunológica às quatro cepas, mas só houve comprovação da sua eficácia contra três delas. A Sanofi disse estar realizando análises para entender a resistência do quarto tipo, e que a Fase 3 do teste clínico poderá indicar se isso tem relação com alguma situação específica da Tailândia.

O estudo da Fase 2B, envolvendo 4.002 crianças tailandesas de 4 a 11 anos, foi realizado durante um surto de dengue, o que pode explicar o resultado inesperado.

O analista Mark Clark, do Deutsche Bank, disse que a falta de proteção contra o quarto tipo do vírus significa que o lançamento comercial da vacina é mais provável em 2015 do que em 2014, pois a Sanofi aguardará a Fase 3 antes de protocolar o pedido de registro em alguns países.

"Mais positivamente, como a proteção contra pelo menos três dos quatro tipos virais foi demonstrada, os dados amparam a possibilidade de lançamento dessa enorme necessidade clínica não-atendida", disse Clark em nota de pesquisa.

A Sanofi Pasteur, unidade de vacinas do laboratório, já investiu 350 milhões de euros (423 milhões de dólares) em uma nova fábrica na França para produzir a vacina, que é administrada em três doses. A empresa prevê um faturamento anual de 1 bilhão de euros com o produto.

Os dados completos do estudo ainda estão sendo revistos por especialistas e autoridades de saúde, e devem ser divulgados ainda neste ano. A Fase 3 do estudo, com 31 mil participantes, está sendo realizada em dez países da Ásia e América Latina.

Nos últimos 50 anos, o número de casos da dengue no mundo se multiplicou por 30. A Organização Mundial da Saúde estima que haja 50 a 100 milhões de novos casos por ano, mas muitos especialistas avaliam que essa cifra, da década de 1990, está subestimada.

A doença mata cerca de 20 mil pessoas por ano, especialmente crianças.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Veterinários serão responsáveis por animais usados em experiências

A partir de agora, as experiências científicas com uso de animais no Brasil terão que ser acompanhadas, obrigatoriamente, por médicos veterinários. A exigência da presença desses profissionais foi determinada pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Na prática, a maior parte dos laboratórios de pesquisa que utilizam animais para experimentação científica e ensino, mais conhecidos como biotérios, já mantém veterinários em suas equipes, segundo informações do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).

“O que se pretende é que a prerrogativa seja levada à sociedade em geral, para que o número cada vez maior de universidades que têm biotérios também cumpra essa norma”, explicou o professor e pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Alberto Costa, que preside a Comissão de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal do CFMV.

Com a medida, procedimentos como analgesia, eutanásia, administração de medicamentos e óbito dos animais e a garantia de boas condições do ar e de alimentação passam a ser competência e responsabilidade dos veterinários. A equipe de pesquisadores ficará responsável exclusivamente pelos estudos científicos.

“Quem pode avaliar se animal está sendo submetido a sofrimento ou dor, durante um procedimento, em aula prática ou pesquisa, é o medico veterinário”, explicou Alberto Costa. Os cientistas reconhecem que, apesar de não terem o nível de consciência do ser humano, os animais são capazes de experimentar as sensações negativas e positivas, desde euforia à frustração, dor e sofrimento intenso. “A presença do médico veterinário contribui para que não ocorra essa situação de sofrimento”, acrescentou o professor.

A obrigatoriedade, por outro lado, desperta, entre alguns pesquisadores e cientistas, o temor de que os médicos veterinários interfiram nos procedimentos exclusivamente científicos. Mas o coordenador do Centro de Experimentação Animal do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Carlos Müller, garante que a nova norma, que cria mecanismos rigorosos de controle da experimentação, trata apenas da assistência técnica e sanitária aos animais. “Atualmente, existem pessoas que não fazem sequer analgesia nos animais [submetidos às experiências]. O pesquisador é pontual na pesquisa, mas nem sempre tem a experiência de dia a dia com o animal”, disse.

A alteração nas regras desse tipo de experimento reacende ainda o debate sobre alternativas que substituam o uso de animais em pesquisas. Alguns segmentos, como o da indústria cosmética, validaram métodos alternativos de substituição. Mas, quando se trata de pesquisas em geral, Müller é enfático em afirmar que “não terá tão cedo no Brasil. Não existem métodos substitutivos porque falta investimento”.


Correio Braziliense. Brasília-DF, 23/07/2012. Ciências.

terça-feira, 20 de março de 2012

Argentina anuncia produção de remédio para tratamento do mal de Chagas

CORREIO BRAZILIENSE. Brasília-DF,  20/03/2012. Ciências.
 
Buenos Aires - A Argentina começou a produzir o benznidazol, medicamento que serve para o tratamento do Mal de Chagas, doença endêmica na América Latina, e que um laboratório internacional tinha deixado de fornecer, anunciou nesta terça-feira (20/3) o ministro da Saúde, Juan Manzur.

"Hoje é um dia histórico em matéria de saúde pública na Argentina porque depois de 60 anos de enormes esforços na luta contra o Chagas, tenho o orgulho de dizer que o país começou a produzir o tratamento para esta doença", disse Manzur durante coletiva. O benznidazol até agora era produzido por um laboratório multinacional, "que interrompeu (sua produção) porque não era negócio fazer medicamentos pra os pobres", afirmou o ministro.

A partir de agora, a principal droga usada no tratamento do Chagas é produzida por um consórcio entre o Ministério da Saúde argentino, dois laboratórios privados e a fundação Mundo Sano (Mundo São), com 1.000 doses já disponíveis do tratamento.

Calcula-se que 1,5 milhão de habitantes na Argentina estejam infectados com o parasita 'Trypanosoma cruzi', causador do mal de Chagas, doença endêmica e transmitida por um inseto hematófago, conhecido no Brasil como bicho barbeiro.

"Há uma grande necessidade de contar com os remédios e é evidente o esforço que a Argentina está fazendo na produção do tratamento, um fato que sem dúvida vai superar a fronteira dos países", afirmou o representante na Argentina da Organização Panamericana da Saúde (OPS), Pier Paolo Balladelli.

Na Argentina são mais de 300 mil os afetados por cardiopatias relacionadas com o mal de Chagas. Na América Latina, a doença é uma das endemias mais disseminadas, com 10 milhões de infectados, segundo estimativas da OPS.

De acordo com Baladelli, "esta iniciativa permite a solidariedade da Argentina com outros países e, tratando-se de um remédio que não tem interesse comercial, é duplamente meritório".

sábado, 10 de março de 2012

Cuba vai testar em humanos uma nova vacina contra dengue

Ainda este ano, serão feitos exames clínicos de uma imunização tetravalente que pode controlar a multiplicação do vírus

O ESTADO DE SÃO PAULO. São Paulo-SP, 08 de março de 2012. Saúde
Cuba realizará neste ano testes clínicos de uma vacina tetravalente da dengue em humanos, segundo anunciaram nesta quarta-feira, 8, autoridades do setor de saúde no Congresso Internacional de Biotecnologia, em Havana.
O diretor do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (Cigb), Gerardo Guillén, explicou que pesquisas realizadas em macacos mostraram que a vacina conseguiu controlar a multiplicação do vírus.
Mas devido ao fato de existirem quatro tipos de vírus diferentes da dengue, a vacina precisaria resistir a cada um deles, por isso seu caráter tetravalente.
Guillén informou que até o momento não existem medicamentos para prevenir a doença. Além do Cigb, outros três institutos trabalharam no desenvolvimento da vacina.
A pesquisadora Lisset Hermida, que coordena a equipe que executa o projeto, disse que ele começou a ser desenvolvido em 1992, e o estágio atual está na fase de testes pré-clínicos em primatas, que antecede as provas realizadas com humanos.
A doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti se caracteriza por febra alta, mal-estar e dores de cabeça, nos olhos e nas articulações. Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS), a dengue afeta a cada ano cerca de 100 milhões de pessoas em todo mundo.


quinta-feira, 1 de março de 2012

País tem redução de 66% nos casos de dengue

Casos graves e mortes relacionadas à doença também diminuíram

O ESTADO DE SÃO PAULO. São Paulo-SP, 01 de março de 2012. Caderno Saúde.
 
Antonio Pita


 O Ministério da Saúde anunciou que os casos notificados de dengue no Brasil foram reduzidos em 66% no começo do ano. Apenas os estados de Mato Grosso, Pernambuco e Tocantins registraram crescimento no número de diagnósticos da doença em relação a 2011. Com um aumento de 238% nos casos, Tocantins já apresenta um quadro de epidemia.

Os dados preliminares do ministério mostram que até o dia 18 de fevereiro foram registrados em todo o País cerca de 57 mil casos da doença. Em 2011, foram 166 mil. Os casos graves e mortes relacionados à dengue também diminuíram. Neste ano foram confirmados cinco óbitos, contra 181 no mesmo período do ano passado.

O ministério aponta o aporte extra de recursos para o combate à doença como uma das razões para a diminuição dos casos. Desde outubro, foram liberados R$ 92 milhões para ações preventivas e de controle da dengue em 1.159 municípios brasileiros. Somente o Rio de Janeiro recebeu R$ 13 milhões distribuídos entre 100 cidades.

Já os três estados que registram aumento do número de casos obtiveram, juntos, R$ 9 milhões. O valor foi repassado a 218 cidades. Em Tocantins, onde a situação é mais grave, foram distribuídos R$ 1 milhão entre 40 municípios. O estado registrou neste ano cerca de 4.700 casos da doença. Apenas o Rio, com mais de 7 mil casos, foi mais afetado pela dengue.

O coordenador geral do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, explicou que a divisão dos recursos segue critérios de população, região geográfica e histórico da doença. "O Rio recebeu mais pois ainda convive com problemas de distribuição e tratamento de água e coleta de lixo que interferem na proliferação da doença", justificou. Apesar de ainda concentrar o maior número de vítimas, o Rio diminuiu em 66% os casos de dengue.

Segundo Coelho, as verbas adicionais podem ser redistribuídas ou suspensas caso sejam constatadas irregularidades e ineficácia nas ações adotadas pelos municípios que receberam os recursos. "Vamos avaliar o quê teria causado esse aumento nos outros estados. Às vezes não é uma questão de falta de dinheiro, mas da gestão dos recursos associada a outros fatores, como o clima."

A afirmação, entretanto, diverge da avaliação do secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Ele acredita que o clima ajudou na redução dos casos de dengue no País. "Janeiro foi muito frio, não era um clima favorável para a proliferação", explicou. Para Barbosa, ainda é cedo para um balanço positivo dos números. "O pico de incidência da doença vai até maio. Com o aumento das temperaturas nos últimos dias, temos que ficar alerta."

Sistema de saúde no DF é o 20º pior entre todos os estados do país

CORREIO BRAZILIENSE. Brasília-DF,  01 de março de 2012
A saúde no Distrito Federal é uma das piores do país. De acordo com um índice divulgado pelo Ministério da Saúde, que avaliou o acesso e a qualidade dos serviços em todo o Brasil, o DF ficou em 20º lugar entre todos os estados. Numa escala que avalia de 0 a 10 pontos como andam os serviços e as ações realizadas pelo governo na área, o DF levou nota 5,04.

A medição batizada de Índice de Desempenho do SUS (IDSUS) foi divulgada nesta quinta-feira (01/03) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O índice avaliou entre 2008 e 2010 os diferentes níveis de atenção do SUS (básica, especializada ambulatorial e hospitalar e de urgência e emergência). Durante a análise, foi verificado como anda a infraestrutura do setor, além de analisar se os serviços ofertados têm capacidade de dar as melhores respostas aos problemas de saúde da população. A ferramenta leva em consideração as análises de Desenvolvimento Socioeconômico (IDSE), de Condições de Saúde (ICS) e de Estrutura do Sistema de Saúde do Município (IESSM).

De acordo com o índice, o Brasil possui IDSUS equivalente a 5,47. A região Sul teve pontuação de 6,12, seguida do Sudeste (5,56), Nordeste (5,28), Centro-Oeste (5,26) e Norte (4,67).

Entre os estados, aqueles que possuem os índices mais altos são os de Santa Catarina (6,29), Paraná (6,23) e Rio Grande do Sul (5,90).

Na sequência, vêm Minas Gerais (5,87) e Espírito Santo (5,79). As menores pontuações são do Pará (4,17), de Rondônia (4,49) e Rio de Janeiro (4,58).

De acordo com a Secretaria de Saúde, o levantamento de dados para divulgação do IDUS 2012 será realizado a cada três anos.

Pesquisador brasileiro é premiado por trabalhos de erradicação de doenças

CORREIO BRAZILIENSE. Brasília-DF,  28 de fevereiro de 2012.
 Dr. Ciro de Cuadros
O médico epidemiologista e pesquisador brasileiro Ciro de Quadros, 72 anos, recebeu nesta terça-feira (28/2) o Prêmio Fundação BBVA Fronteiras do Conhecimento e Cooperação ao Desenvolvimento, em Madri, na Espanha. Quadros foi premiado pelo trabalho que desenvolve com pesquisas para a erradicação da poliomielite e do sarampo nas Américas.

O trabalho do pesquisador brasileiros é desenvolvido em parceria com agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e dos governos federal e estaduais, além de universidades. Para os jurados do prêmio, Quadros foi responsável pela mudança de paradigmas na saúde pública da região.

A vacinação pode prevenir a contaminação da poliomielite e do sarampo, mas ambas as doenças ainda ocorrem em vários países em desenvolvimento. A poliomielite é uma doença viral que afeta principalmente crianças pequenas. O vírus é transmitido por intermédio de alimentos e água contaminados, que podem invadir o sistema nervoso. A doença causa paralisia e deformações no corpo.

O sarampo também é uma doença viral e afeta o sistema respiratório, atingindo em geral crianças. O vírus é transmitido por meio de gotículas expelidas pelo nariz, pela boca ou garganta de pessoas infectadas. A doença se torna um problema mais grave quando atinge crianças desnutridas e pessoas com imunidade reduzida, causando complicações, como dor de cabeça, cegueira, diarreia e infecções.

O prêmio concedido a Quadros é da Fundação BBVA, que estimula pesquisas em vários campos, como medicina, tecnologia, meio ambiente, cultura e economia. Na sua página na internet, a fundação informa que o objetivo é cooperar para a construção de um “mundo melhor para as futuras gerações”

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Controle de casos assintomáticos de malária é fundamental, aponta estudo

Para especialista, é preciso mais investimento no diagnóstico e no tratamento das infecções geradas pelo parasita da malária, especialmente nos assentamentos agrícolas da região amazônica

O ESTADO DE SÃO PAULO. São Paulo-SP, 29 de fevereiro de 2012.

Agência Fapesp
Se o Brasil não investir em diagnóstico e tratamento das infecções assintomáticas pelo parasita da malária, especialmente nos assentamentos agrícolas da região amazônica, o sucesso do país na luta contra a doença permanecerá apenas parcial.
Em 2011, foram registrados cerca de 300 mil casos da doença no País, sendo 99,9% na Bacia Amazônica - CDC
CDC

Em 2011, foram registrados cerca de 300 mil casos da doença no País, sendo 99,9% na Bacia Amazônica




A análise é de Marcelo Urbano Ferreira, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), que há mais de dez anos coordena projetos de pesquisa sobre malária financiados pela FAPESP.


Segundo Ferreira, a estratégia brasileira para o controle da malária é baseada em diagnóstico precoce e tratamento das infecções confirmadas laboratorialmente. Isso porque, ao picar um doente, o mosquito do gênero Anopheles se contamina com o protozoário causador da enfermidade - o plasmódio - e o transmite para sua próxima vítima.


“Quando o doente inicia o tratamento, deixa de produzir novos gametócitos, que são as formas do parasita capazes de infectar o mosquito. Os gametócitos já produzidos continuam a circular no organismo por algum tempo. Mas, quanto mais rápido o tratamento, menos tempo o indivíduo permanece infectante”, explicou.


Para cumprir esse objetivo, o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária, conduzido pelo Ministério da Saúde, conta com ampla rede de postos de diagnóstico e tratamento gratuitos, além de agentes que vão de porta em porta procurando pessoas com sintomas da doença. A ação permitiu reduzir à metade o número de casos entre 1995 e 2011.


Ainda assim, em 2011 foram registradas cerca de 300 mil notificações no País - 99,9% na Bacia Amazônica. Um dos fatores por trás desse alto número, segundo Ferreira, é o fato de que as infecções assintomáticas pelo plasmódio passam despercebidas pelo sistema de controle.


A equipe coordenada pelo cientista realizou, entre março de 2010 e abril de 2011, quatro inquéritos transversais com 396 voluntários do assentamento rural do Remansinho, na fronteira do Amazonas com Acre e Rondônia. O objetivo era descobrir a prevalência de infecções assintomáticas e a porcentagem de infectados que carregava gametócitos.


Para analisar as amostras de sangue, os pesquisadores usaram uma técnica conhecida como PCR (reação em cadeia da polimerase), capaz de detectar até mesmo concentrações muito baixas do parasita, imperceptíveis para o exame microscópico padrão.


O trabalho de campo foi conduzido, em grande parte, pela bióloga Amanda Begosso Gozze, bolsista da FAPESP, e resultou em sua dissertação de mestrado.


No primeiro inquérito, 19 casos foram descobertos pela microscopia, enquanto o PCR apontou 46 infectados. Desses, 48,8% eram assintomáticos. No segundo, 16 amostras mostraram-se positivas à microscopia e 43 à PCR. O índice de assintomáticos foi de 70%.


O terceiro inquérito revelou 11 infectados pela microscopia e 17 pela PCR, com índice de assintomáticos de 72%. No último, a miscroscopia revelou apenas 3 infecções, contra 14 da técnica molecular. Quase 80% dos casos eram assintomáticos.


Para avaliar a prevalência de indivíduos infectantes, os pesquisadores selecionaram 44 voluntários com diagnóstico positivo para a presença do plasmódio e verificaram, por uma técnica de transcrição reversa seguida de PCR em tempo real, se eles apresentavam transcritos do gene pvs25, presente apenas em gametócitos maduros.


Entre os 44 infectados, 42 apresentavam gametócitos circulantes. Somente 21 tiveram os parasitas identificados pelo exame microscópico de rotina. Esses resultados deram origem à dissertação de mestrado da bióloga Nathália Ferreira Lima, bolsista da Capes.


“A conclusão preliminar é que mesmo indivíduos assintomáticos ou com concentração baixa de parasitas constituem um reservatório potencial de infecção”, disse Ferreira.


O pesquisador ressaltou ainda que, segundo as regras do Ministério da Saúde, apenas os casos confirmados pelo exame microscópico podem receber o tratamento. “Os demais podemos apenas acompanhar para saber se vão desenvolver a doença e por quanto tempo vão carregar os gametócitos. Queremos saber por quanto tempo essas pessoas ficam invisíveis para o sistema”, disse.




Imunidade adquirida




Um dos principais fatores que explicam por que algumas pessoas são infectadas pelo plasmódio e não manifestam sintomas é a exposição prévia à malária. “Depois de cinco a oito anos morando em regiões endêmicas, o número de episódios clínicos diminui, pois o indivíduo adquire certa imunidade ao parasita. Mas não necessariamente o número de infecções é menor”, disse Ferreira.


Por esse motivo, as populações ribeirinhas e de assentamentos agrícolas - alvos do projeto de pesquisa - são as que mais apresentam casos assintomáticos.


“Estudamos a população ribeirinha do Parque Nacional do Jaú. Para cada infecção sintomática, havia cinco assintomáticas. Mas, quando se pensa no problema da transmissão de malária como um todo, a contribuição dos ribeirinhos é pequena”, avaliou.


Os assentamentos agrícolas, segundo Ferreira, são hoje as grandes áreas de transmissão da doença no Brasil e deveriam ser alvo de uma busca ativa por casos assintomáticos.


Outra lacuna importante da estratégia brasileira, segundo o pesquisador, é o controle do mosquito transmissor. “A borrifação cíclica das casas com inseticida foi abandonada na última década e poucas pesquisas têm buscado alternativas para melhorar o controle do vetor”, analisou.


Durante os próximos quatro anos, o grupo da USP pretende voltar semestralmente a Remansinho para coletar mais dados. “Ainda queremos descobrir até que ponto a baixa concentração de parasitas no organismo tem relação com a imunidade adquirida e se é possível estabelecer uma concentração mínima, a partir da qual o indivíduo manifestaria os sintomas”, contou Ferreira.


A pesquisa também pretende avaliar se o exame de microscopia é suficientemente sensível para detectar essas infecções assintomáticas. “Em caso negativo, será preciso buscar uma alternativa razoavelmente prática para a saúde pública. O PCR é um exame caro e logisticamente complicado”, disse.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

GDF terá Estratégia de Tecnologia da Informação para administração pública

Estratégia Geral de Tecnologia da Informação (EGTI) tem como objetivo nortear e aprimorar a gestão em todos os órgãos do GDF

CORREIO BRAZILIENSE. Brasília-DF, 13 de fevereiro de 2012. Caderno Cidades.

Nesta segunda-feira (13), o Governo do Distrito Federal (GDF) ganhou novo modelo de gestão para um conjunto de atividades e soluções em informática de administração pública. A Estratégia Geral de Tecnologia da Informação (EGTI), aprovada pelo governador Agnelo Queiroz e publicada no Diário Oficial do DF, tem como objetivo nortear e aprimorar o gerenciamento da área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) em toda a esfera governamental, tornando-a mais eficaz, transparente e interativa com o cidadão.

Elaborado pelo Comitê Gestor de Tecnologia da Informação e Comunicação (CGTIC), composto por sete secretarias dotadas de especialistas na área de TIC, o documento servirá para orientar órgãos da administração direta e indireta do GDF. Cada um deles terá 120 dias de prazo para a produção de seus próprios Planos Diretores de Tecnologia da Informação (PDTI).

Controle – Com isso, o GDF retoma o controle do setor de TIC, considerado de importância estratégica para a administração pública e, há anos, terceirizado pela iniciativa privada. Neste contexto, a área de atuação do DF passa a ser realizada e planejada de maneira mais eficiente, como forma de promover a independência administrativa, estimular a utilização de tecnologias baseadas em software livre ou estatal e possibilitar autonomia tecnológica.

“A tecnologia passa a ser parceira do projeto de mudança social pretendida pelo Governo do Distrito Federal”, destacou o diretor de TI da Secretaria de Estado de Governo do DF e presidente do Comitê Gestor de TIC, André Luiz Coelho da Silva, para quem o novo modelo “é a mola propulsora para o cumprimento da missão pública do governo”.

De acordo com o diretor, com a EGTI a tecnologia “passa a ser parceira do projeto de mudança social pretendida pelo governo”. A atuação da TIC passa a ter como objetivo, também, o apoio aos processos funcionais de cada órgão do GDF, no uso inteligente das informações, no planejamento e definição dos processos característicos de cada um deles.

Marco – A criação do CGTIC, conforme informações da Secretaria é um grande marco dessa mudança, pois estabelece a intenção em estabelecer diretrizes e normas para orientar todos os órgãos do GDF para este novo caminho. O comitê tem a participação das principais secretarias com áreas de TIC estruturadas e possui a responsabilidade de orientar os investimentos e ações no setor.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Número de casos de dengue no Rio de Janeiro cresce 58% em um ano

Capital fluminense acumula mais de 50% das notificações no Estado; há risco de epidemia

O ESTADO DE SÃO PAULO. São Paulo, 08 de fevereiro de 2012. Saúde.
 
Clarissa Thomé
 
RIO - O número de casos de dengue notificados na cidade do Rio de Janeiro até 4 de fevereiro é 58% maior que o registrado no mesmo período de 2011. Neste ano houve 2.625 notificações e em 2011, 1.658. Os números correspondem a mais da metade dos casos do Estado - são 4.681. A dengue 4 já foi identificado em mais um município. Além de Rio e Niterói, o subtipo foi isolado em amostras colhidas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
“Os dados corroboram a expectativa de que essa pode ser uma epidemia ainda maior que as de 2002 e 2008”, afirmou o superintendente em Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Márcio Garcia. Ainda não houve mortes.
A expectativa da nova epidemia tem levado os órgãos públicos a tomar medidas para minimizar o efeito da explosão de casos - nem todas são aprovadas por especialistas. Um exemplo foi a distribuição de 40 carros de fumacê pelo governo estadual para municípios do interior.
“As ações de combate à dengue têm sido repetidas nos últimos 25 anos. O foco é sempre a forma alada do mosquito e as larvas. Mas o Aedes aegypti é domiciliar e as pessoas fecham as janelas quando o fumacê passa”, afirmou o professor do departamento de virologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Maulori Cabral, coordenador do Disque Dengue. “O agente também coloca veneno nos potes com água. Mas a larva vira pupa e a pupa não vai ingerir o veneno.”
Cabral vê com bons olhos o repasse de verba anunciado em janeiro pelo governo federal para 1.159 cidades com projetos de combate à doença. Também elogiou a campanha Dez Minutos contra a Dengue, que incentiva o engajamento da população. “A ideia é brilhante. É preciso ter uma mudança de atitude.”
Casa abandonada. Na terça-feira, 7, a prefeitura entrou compulsoriamente no 25.º imóvel abandonado. O ingresso dos agentes municipais é permitido desde o ano passado por um decreto do prefeito Eduardo Paes (PMDB), desde que o proprietário seja notificado. Em 80% dos casos, os donos procuraram a prefeitura para evitar a entrada compulsória.
O prefeito anunciou, na semana passada, que negociaria com hospitais particulares para que as unidades ofereçam melhor tratamento de dengue.
O clínico-geral Luiz Fernando Correia, chefe da emergência do Hospital Samaritano, disse que o treinamento de médicos da rede particular começou em 2011. “Os profissionais foram treinados para aplicar o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde. O segredo é ter na rede privada o mesmo tipo de abordagem, com diagnóstico rápido e hidratação, que a rede pública.”

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

SEMINÁRIO SOBRE A GESTÃO DA SVS EM 2011 E OS DESAFIOS PARA 2012

SEMINÁRIO SOBRE A GESTÃO DA SVS EM 2011 E OS DESAFIOS PARA 2012
Período: 08 a 10 de fevereiro de 2012
Local: Auditório LACEN
Participantes: Diretores, Gerentes e Chefes de Núcleo da DIVISA, DIVAL, DIVEP,
CEREST, LACEN, DIGEPLAN e Diretoria do Programa de Prevenção e Controle da
Dengue.
Objetivos: Exposição dos Relatórios de Gestão do exercício de 2011.
Discutir os principais avanços e dificuldades.
Dia 08/02/2012
9h00 - 10h00 - Abertura
Subsecretaria de Vigilância à Saúde (Subsecretário)
Convidados: GAB/SES, SUPRAC, UAG, SULIS, SUGETES, SAPS, SUTIS e SAS e
Conselho de Saúde
Painel 1 – Panorama das realizações das Diretorias da SVS: avanços, dificuldades em
2011 e desafios para 2012.
10h00 – 11h30
11h30 – 12h00
: Diretoria de Gestão e Planejamento – DIGEPLAN– Debate
12h05 – Intervalo
Painel 2 – cont. Panorama das realizações das Diretorias da SVS: avanços,
dificuldades e desafios para 2012
14h00 – 14h30
14h30 – 15h00
: Diretoria do Programa de Prevenção e Controle da Dengue: Debate
15h00 – 15h30
: Intervalo
15h30 – 16h45: Centro de Referência à Saúde do Trabalhador - CEREST
16h45 – 17h00:
Debate
Dia 09/02/2012
Painel 3 - Panorama das realizações das Diretorias da SVS: avanços, dificuldades em
2011 e desafios para 2012
9h00 – 10h45
10h45 – 11h00
Diretoria de Vigilância Ambiental – DIVAL: Intervalo
11h00 – 12h00
: Debate
12h05 - Intervalo
Painel 4 – Panorama das realizações das Diretorias da SVS: avanços, dificuldades em
2011 e desafios para 2012
14h00 – 15h45: Diretoria de Vigilância Sanitária – DIVISA
15h45 – 16h00:
Debate
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância à Saúde
Dia 10/02/2012
Painel 5 – Panorama das realizações das Diretorias da SVS: avanços, dificuldades em
2011 e desafios para 2012
8h30 – 9h45: Diretoria de Vigilância Epidemiológica – DIVEP
9h45 – 10h15
: Intervalo
10h15 – 11h00:
Debate
11h00 – Intervalo
Painel 6 – Panorama das realizações das Diretorias da SVS: avanços, dificuldades em
2011 e desafios para 2012
14h00 – 15h00: Laboratório Central de Saúde Pública – LACEN
15h00 – 15h30:
Intervalo
15h30 – 16h30:
Debate
16h30 – 17h00: Fechamento do Encontro
Subsecretário José Carlos Valença