Total de visualizações de página

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Controle de casos assintomáticos de malária é fundamental, aponta estudo

Para especialista, é preciso mais investimento no diagnóstico e no tratamento das infecções geradas pelo parasita da malária, especialmente nos assentamentos agrícolas da região amazônica

O ESTADO DE SÃO PAULO. São Paulo-SP, 29 de fevereiro de 2012.

Agência Fapesp
Se o Brasil não investir em diagnóstico e tratamento das infecções assintomáticas pelo parasita da malária, especialmente nos assentamentos agrícolas da região amazônica, o sucesso do país na luta contra a doença permanecerá apenas parcial.
Em 2011, foram registrados cerca de 300 mil casos da doença no País, sendo 99,9% na Bacia Amazônica - CDC
CDC

Em 2011, foram registrados cerca de 300 mil casos da doença no País, sendo 99,9% na Bacia Amazônica




A análise é de Marcelo Urbano Ferreira, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), que há mais de dez anos coordena projetos de pesquisa sobre malária financiados pela FAPESP.


Segundo Ferreira, a estratégia brasileira para o controle da malária é baseada em diagnóstico precoce e tratamento das infecções confirmadas laboratorialmente. Isso porque, ao picar um doente, o mosquito do gênero Anopheles se contamina com o protozoário causador da enfermidade - o plasmódio - e o transmite para sua próxima vítima.


“Quando o doente inicia o tratamento, deixa de produzir novos gametócitos, que são as formas do parasita capazes de infectar o mosquito. Os gametócitos já produzidos continuam a circular no organismo por algum tempo. Mas, quanto mais rápido o tratamento, menos tempo o indivíduo permanece infectante”, explicou.


Para cumprir esse objetivo, o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária, conduzido pelo Ministério da Saúde, conta com ampla rede de postos de diagnóstico e tratamento gratuitos, além de agentes que vão de porta em porta procurando pessoas com sintomas da doença. A ação permitiu reduzir à metade o número de casos entre 1995 e 2011.


Ainda assim, em 2011 foram registradas cerca de 300 mil notificações no País - 99,9% na Bacia Amazônica. Um dos fatores por trás desse alto número, segundo Ferreira, é o fato de que as infecções assintomáticas pelo plasmódio passam despercebidas pelo sistema de controle.


A equipe coordenada pelo cientista realizou, entre março de 2010 e abril de 2011, quatro inquéritos transversais com 396 voluntários do assentamento rural do Remansinho, na fronteira do Amazonas com Acre e Rondônia. O objetivo era descobrir a prevalência de infecções assintomáticas e a porcentagem de infectados que carregava gametócitos.


Para analisar as amostras de sangue, os pesquisadores usaram uma técnica conhecida como PCR (reação em cadeia da polimerase), capaz de detectar até mesmo concentrações muito baixas do parasita, imperceptíveis para o exame microscópico padrão.


O trabalho de campo foi conduzido, em grande parte, pela bióloga Amanda Begosso Gozze, bolsista da FAPESP, e resultou em sua dissertação de mestrado.


No primeiro inquérito, 19 casos foram descobertos pela microscopia, enquanto o PCR apontou 46 infectados. Desses, 48,8% eram assintomáticos. No segundo, 16 amostras mostraram-se positivas à microscopia e 43 à PCR. O índice de assintomáticos foi de 70%.


O terceiro inquérito revelou 11 infectados pela microscopia e 17 pela PCR, com índice de assintomáticos de 72%. No último, a miscroscopia revelou apenas 3 infecções, contra 14 da técnica molecular. Quase 80% dos casos eram assintomáticos.


Para avaliar a prevalência de indivíduos infectantes, os pesquisadores selecionaram 44 voluntários com diagnóstico positivo para a presença do plasmódio e verificaram, por uma técnica de transcrição reversa seguida de PCR em tempo real, se eles apresentavam transcritos do gene pvs25, presente apenas em gametócitos maduros.


Entre os 44 infectados, 42 apresentavam gametócitos circulantes. Somente 21 tiveram os parasitas identificados pelo exame microscópico de rotina. Esses resultados deram origem à dissertação de mestrado da bióloga Nathália Ferreira Lima, bolsista da Capes.


“A conclusão preliminar é que mesmo indivíduos assintomáticos ou com concentração baixa de parasitas constituem um reservatório potencial de infecção”, disse Ferreira.


O pesquisador ressaltou ainda que, segundo as regras do Ministério da Saúde, apenas os casos confirmados pelo exame microscópico podem receber o tratamento. “Os demais podemos apenas acompanhar para saber se vão desenvolver a doença e por quanto tempo vão carregar os gametócitos. Queremos saber por quanto tempo essas pessoas ficam invisíveis para o sistema”, disse.




Imunidade adquirida




Um dos principais fatores que explicam por que algumas pessoas são infectadas pelo plasmódio e não manifestam sintomas é a exposição prévia à malária. “Depois de cinco a oito anos morando em regiões endêmicas, o número de episódios clínicos diminui, pois o indivíduo adquire certa imunidade ao parasita. Mas não necessariamente o número de infecções é menor”, disse Ferreira.


Por esse motivo, as populações ribeirinhas e de assentamentos agrícolas - alvos do projeto de pesquisa - são as que mais apresentam casos assintomáticos.


“Estudamos a população ribeirinha do Parque Nacional do Jaú. Para cada infecção sintomática, havia cinco assintomáticas. Mas, quando se pensa no problema da transmissão de malária como um todo, a contribuição dos ribeirinhos é pequena”, avaliou.


Os assentamentos agrícolas, segundo Ferreira, são hoje as grandes áreas de transmissão da doença no Brasil e deveriam ser alvo de uma busca ativa por casos assintomáticos.


Outra lacuna importante da estratégia brasileira, segundo o pesquisador, é o controle do mosquito transmissor. “A borrifação cíclica das casas com inseticida foi abandonada na última década e poucas pesquisas têm buscado alternativas para melhorar o controle do vetor”, analisou.


Durante os próximos quatro anos, o grupo da USP pretende voltar semestralmente a Remansinho para coletar mais dados. “Ainda queremos descobrir até que ponto a baixa concentração de parasitas no organismo tem relação com a imunidade adquirida e se é possível estabelecer uma concentração mínima, a partir da qual o indivíduo manifestaria os sintomas”, contou Ferreira.


A pesquisa também pretende avaliar se o exame de microscopia é suficientemente sensível para detectar essas infecções assintomáticas. “Em caso negativo, será preciso buscar uma alternativa razoavelmente prática para a saúde pública. O PCR é um exame caro e logisticamente complicado”, disse.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

GDF terá Estratégia de Tecnologia da Informação para administração pública

Estratégia Geral de Tecnologia da Informação (EGTI) tem como objetivo nortear e aprimorar a gestão em todos os órgãos do GDF

CORREIO BRAZILIENSE. Brasília-DF, 13 de fevereiro de 2012. Caderno Cidades.

Nesta segunda-feira (13), o Governo do Distrito Federal (GDF) ganhou novo modelo de gestão para um conjunto de atividades e soluções em informática de administração pública. A Estratégia Geral de Tecnologia da Informação (EGTI), aprovada pelo governador Agnelo Queiroz e publicada no Diário Oficial do DF, tem como objetivo nortear e aprimorar o gerenciamento da área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) em toda a esfera governamental, tornando-a mais eficaz, transparente e interativa com o cidadão.

Elaborado pelo Comitê Gestor de Tecnologia da Informação e Comunicação (CGTIC), composto por sete secretarias dotadas de especialistas na área de TIC, o documento servirá para orientar órgãos da administração direta e indireta do GDF. Cada um deles terá 120 dias de prazo para a produção de seus próprios Planos Diretores de Tecnologia da Informação (PDTI).

Controle – Com isso, o GDF retoma o controle do setor de TIC, considerado de importância estratégica para a administração pública e, há anos, terceirizado pela iniciativa privada. Neste contexto, a área de atuação do DF passa a ser realizada e planejada de maneira mais eficiente, como forma de promover a independência administrativa, estimular a utilização de tecnologias baseadas em software livre ou estatal e possibilitar autonomia tecnológica.

“A tecnologia passa a ser parceira do projeto de mudança social pretendida pelo Governo do Distrito Federal”, destacou o diretor de TI da Secretaria de Estado de Governo do DF e presidente do Comitê Gestor de TIC, André Luiz Coelho da Silva, para quem o novo modelo “é a mola propulsora para o cumprimento da missão pública do governo”.

De acordo com o diretor, com a EGTI a tecnologia “passa a ser parceira do projeto de mudança social pretendida pelo governo”. A atuação da TIC passa a ter como objetivo, também, o apoio aos processos funcionais de cada órgão do GDF, no uso inteligente das informações, no planejamento e definição dos processos característicos de cada um deles.

Marco – A criação do CGTIC, conforme informações da Secretaria é um grande marco dessa mudança, pois estabelece a intenção em estabelecer diretrizes e normas para orientar todos os órgãos do GDF para este novo caminho. O comitê tem a participação das principais secretarias com áreas de TIC estruturadas e possui a responsabilidade de orientar os investimentos e ações no setor.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Número de casos de dengue no Rio de Janeiro cresce 58% em um ano

Capital fluminense acumula mais de 50% das notificações no Estado; há risco de epidemia

O ESTADO DE SÃO PAULO. São Paulo, 08 de fevereiro de 2012. Saúde.
 
Clarissa Thomé
 
RIO - O número de casos de dengue notificados na cidade do Rio de Janeiro até 4 de fevereiro é 58% maior que o registrado no mesmo período de 2011. Neste ano houve 2.625 notificações e em 2011, 1.658. Os números correspondem a mais da metade dos casos do Estado - são 4.681. A dengue 4 já foi identificado em mais um município. Além de Rio e Niterói, o subtipo foi isolado em amostras colhidas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
“Os dados corroboram a expectativa de que essa pode ser uma epidemia ainda maior que as de 2002 e 2008”, afirmou o superintendente em Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Márcio Garcia. Ainda não houve mortes.
A expectativa da nova epidemia tem levado os órgãos públicos a tomar medidas para minimizar o efeito da explosão de casos - nem todas são aprovadas por especialistas. Um exemplo foi a distribuição de 40 carros de fumacê pelo governo estadual para municípios do interior.
“As ações de combate à dengue têm sido repetidas nos últimos 25 anos. O foco é sempre a forma alada do mosquito e as larvas. Mas o Aedes aegypti é domiciliar e as pessoas fecham as janelas quando o fumacê passa”, afirmou o professor do departamento de virologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Maulori Cabral, coordenador do Disque Dengue. “O agente também coloca veneno nos potes com água. Mas a larva vira pupa e a pupa não vai ingerir o veneno.”
Cabral vê com bons olhos o repasse de verba anunciado em janeiro pelo governo federal para 1.159 cidades com projetos de combate à doença. Também elogiou a campanha Dez Minutos contra a Dengue, que incentiva o engajamento da população. “A ideia é brilhante. É preciso ter uma mudança de atitude.”
Casa abandonada. Na terça-feira, 7, a prefeitura entrou compulsoriamente no 25.º imóvel abandonado. O ingresso dos agentes municipais é permitido desde o ano passado por um decreto do prefeito Eduardo Paes (PMDB), desde que o proprietário seja notificado. Em 80% dos casos, os donos procuraram a prefeitura para evitar a entrada compulsória.
O prefeito anunciou, na semana passada, que negociaria com hospitais particulares para que as unidades ofereçam melhor tratamento de dengue.
O clínico-geral Luiz Fernando Correia, chefe da emergência do Hospital Samaritano, disse que o treinamento de médicos da rede particular começou em 2011. “Os profissionais foram treinados para aplicar o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde. O segredo é ter na rede privada o mesmo tipo de abordagem, com diagnóstico rápido e hidratação, que a rede pública.”

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

SEMINÁRIO SOBRE A GESTÃO DA SVS EM 2011 E OS DESAFIOS PARA 2012

SEMINÁRIO SOBRE A GESTÃO DA SVS EM 2011 E OS DESAFIOS PARA 2012
Período: 08 a 10 de fevereiro de 2012
Local: Auditório LACEN
Participantes: Diretores, Gerentes e Chefes de Núcleo da DIVISA, DIVAL, DIVEP,
CEREST, LACEN, DIGEPLAN e Diretoria do Programa de Prevenção e Controle da
Dengue.
Objetivos: Exposição dos Relatórios de Gestão do exercício de 2011.
Discutir os principais avanços e dificuldades.
Dia 08/02/2012
9h00 - 10h00 - Abertura
Subsecretaria de Vigilância à Saúde (Subsecretário)
Convidados: GAB/SES, SUPRAC, UAG, SULIS, SUGETES, SAPS, SUTIS e SAS e
Conselho de Saúde
Painel 1 – Panorama das realizações das Diretorias da SVS: avanços, dificuldades em
2011 e desafios para 2012.
10h00 – 11h30
11h30 – 12h00
: Diretoria de Gestão e Planejamento – DIGEPLAN– Debate
12h05 – Intervalo
Painel 2 – cont. Panorama das realizações das Diretorias da SVS: avanços,
dificuldades e desafios para 2012
14h00 – 14h30
14h30 – 15h00
: Diretoria do Programa de Prevenção e Controle da Dengue: Debate
15h00 – 15h30
: Intervalo
15h30 – 16h45: Centro de Referência à Saúde do Trabalhador - CEREST
16h45 – 17h00:
Debate
Dia 09/02/2012
Painel 3 - Panorama das realizações das Diretorias da SVS: avanços, dificuldades em
2011 e desafios para 2012
9h00 – 10h45
10h45 – 11h00
Diretoria de Vigilância Ambiental – DIVAL: Intervalo
11h00 – 12h00
: Debate
12h05 - Intervalo
Painel 4 – Panorama das realizações das Diretorias da SVS: avanços, dificuldades em
2011 e desafios para 2012
14h00 – 15h45: Diretoria de Vigilância Sanitária – DIVISA
15h45 – 16h00:
Debate
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância à Saúde
Dia 10/02/2012
Painel 5 – Panorama das realizações das Diretorias da SVS: avanços, dificuldades em
2011 e desafios para 2012
8h30 – 9h45: Diretoria de Vigilância Epidemiológica – DIVEP
9h45 – 10h15
: Intervalo
10h15 – 11h00:
Debate
11h00 – Intervalo
Painel 6 – Panorama das realizações das Diretorias da SVS: avanços, dificuldades em
2011 e desafios para 2012
14h00 – 15h00: Laboratório Central de Saúde Pública – LACEN
15h00 – 15h30:
Intervalo
15h30 – 16h30:
Debate
16h30 – 17h00: Fechamento do Encontro
Subsecretário José Carlos Valença