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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Companha contra dengue chega às ruas

Correio Braziliense. Brasília-DF, 17 de agosto de 2011. Cidades

Mesmo neste período de estiagem, já foram contabilizados 5.279 casos suspeitos e 1.303 confirmados. Equipes do programa de prevenção começaram a visitar os bairros para evitar uma epidemia

Alessandro não quer passar novamente pela experiência de ter dengue. Garrafas ficam de cabeça para baixo (Adauto Cruz/CB/D.A Press)
Alessandro não quer passar novamente pela experiência de ter dengue. Garrafas ficam de
cabeça para baixo

O período de chuvas ainda nem começou, mas a preocupação com a dengue cresce a cada dia. Levantamento feito pelo Núcleo de Controle de Endemias e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Saúde do DF verificou que há 5.279 casos suspeitos da doença e 1.303 confirmados. O número representa um aumento de 229% entre janeiro e os primeiros quatro dias de agosto, comparado com o mesmo período de 2009. Em relação a 2010, a redução é de 89,5% dos casos. No ano passado, foram 19.263 notificações e 11.308 pacientes com a doença.

Para que em 2011 a situação não fuja do controle, as autoridades anteciparam as campanhas de conscientização e prevenção. Na última segunda-feira, agentes de saúde estiveram no bairro Nova Colina, em Sobradinho I, entregando panfletos sobre a importância de não deixar água acumulada em reservatórios, fonte de reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. No levantamento finalizado dia 4 último, Samambaia foi a cidade que registrou o maior número de contaminações, com 140 casos confirmados e 701 suspeitos. Planaltina está em segundo lugar, com 114 confirmações e 738 notificações. Em 2010, a cidade teve índices alarmantes em relação às demais regiões administrativas. Foram 5.602 suspeitas 4.816 casos confirmados, ou seja, 85% das pessoas com sintomas, como febre, dor no corpo e falta de apetite, estavam com dengue.

Para o coordenador-geral do Programa de Prevenção e Controle da Dengue da SES/DF, Ailton Domício, os números são preocupantes. “Se fôssemos comparar os dados deste ano com os de 2010, estaríamos em berço esplêndido, mas em 2010 tivemos uma epidemia. O quadro não é de achar que estamos tranquilos, mas de nos anteciparmos para que esse ano seja diferente”, disse. Para evitar uma nova epidemia, o GDF começará uma campanha de conscientização nas escolas e nas casas entre 20 e 25 de setembro. “Será uma operação de mobilização social e preventiva que vai envolver diversos segmentos da sociedade civil e 21 escolas públicas e privadas. Prevenir a dengue é uma questão de atitude. Só falta cada um fazer a sua parte”, destacou Ailton.

Morador do Setor Tradicional de Planaltina, o estudante Alessandro Oliveira Freitas Júnior, 13 anos, espera não passar novamente pela experiência de ter dengue. Em janeiro deste ano, ele viajou para Natal com a família e voltou doente. “Onde a gente estava tinha muito mosquito. Foi a única vez que eu me lembro de ele ter sido picado. Os médicos queriam interná-lo porque era uma febre que não passava nunca”, contou a mãe do rapaz, a operadora de telemarketing Wesdina Carlos Fernardes Oliveira, 38 anos. Alessandro ficou uma semana de atestado médico e não conseguia se alimentar direito. “De tanta febre eu não pude ir para a escola e emagreci uns 5kg”, disse o adolescente, que pode estar entre as 478 pessoas do DF que pegaram dengue em outros estados do país. Mesmo com a seca desta época do ano, Wesdina mantém o cuidado de não deixar nenhum recipiente no quintal de casa que possa se transformar em criadouro da dengue. As garrafas de cerveja ficam de cabeça para baixo e vasos de planta são constantemente limpos.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O maior dos caçadores de besouros

Unesp Ciência
por Redação em 15/07/2011

Monumental biografia em dois volumes reconstrói em detalhes o mundo pacato, mas
revolucionário, de Charles Darwin
Go-it-Charlie-edited

Por Reinaldo José Lopes*

É difícil de acreditar, mas Charles Robert Darwin (1809-1882), a despeito da barba monumental e da careca que se tornaram sua marca registrada na velhice, também foi menino um dia.
Aliás, um molecão, mesmo quando já estava cursando a segunda faculdade (depois do fracasso no curso de medicina em Edimburgo). Dos registros visuais do naturalista que chegaram até nós, provavelmente nenhum é mais inaudito do que o desenho a caneta, feito por um amigo quando Darwin estava na Universidade de Cambridge, ilustração que parece ter escapado de um livro de Monteiro Lobato para crianças. De cartola na cabeça, o rapaz está montado num besouro do tamanho de um potrinho. A legenda diz “Go Charlie!” (o que deixa o leitor seriamente tentado a traduzi-la como “Vai nessa, Charlie!).
Explica-se: a paixão por capturar, colecionar e catalogar besouros foi uma das mais intensas da juventude de Darwin, como conta a monumental biografia do naturalista, da autoria de Janet Browne, recém-lançada no Brasil pela Editora Unesp (o original é de 1995) em duas partes. A primeira ganhou o título de Viajando, em óbvia alusão à histórica jornada do britânico a bordo do navio Beagle. Já a segunda se chama O poder do lugar – nesse caso, a estrela é a célebre Down House, lar pessoal e científico do cientista.
Em português, os volumes de Browne, historiadora da ciência britânica que hoje leciona na Universidade Harvard, chegam em dimensões intimidadoras: 1.512 páginas em letra miúda (só uma pequena parcela disso corresponde a notas e referências bibliográficas). Mas vale imensamente a pena encarar os catataus. Apesar da embalagem que assusta, Browne está longe de escrever só para iniciados.
Aliás, é provável que justamente o texto esparramado seja o responsável pela experiência prazerosa que é a leitura dos volumes. São livros para se ler com tempo, saboreando os detalhes da vida vitoriana e da personalidade de Darwin e de seu círculo, de preferência com a ajuda das mesmas doses generosas de ócio que a classe social do naturalista concedia a seus membros no século 19.
Outros livros proclamaram que o britânico foi “um evolucionista atormentado” (na biografia de Adrian Desmond e James Moore); há o que fala das “dúvidas do senhor Darwin” (o de David Quammen). O sujeito que revolucionou a compreensão que a humanidade tinha sobre a natureza da vida na Terra tinha de ser alguém torturado, certo?
Browne não tem muita paciência para isso, o que sem dúvida funciona como uma lufada de ar fresco. O Darwin que ela pinta “foi a pessoa menos espetacular de todos os tempos, um homem conhecido por seus contemporâneos como um trabalhador metódico e quieto, avesso à ostentação, completamente convencional em seu comportamento, modesto e despretensioso quanto a seus resultados”.
De fato, embora o protagonista da biografia tenha sua cota de demônios internos, eles ficam em segundo plano. É fácil gostar do Darwin retratado por Browne – é o tipo da personalidade que classificaríamos como “gente boa” em linguagem corrente, pacato, afável, apreciador de boa conversa, homem de família. E, ao contar sua história, a pesquisadora britânica consegue uma alquimia bastante precisa entre pano de fundo socioeconômico e história pessoal, passando sem muito esforço de um para outro.
Um belo exemplo disso é o aguçado retrato da pequena nobreza rural da Inglaterra, o habitat natural da família Darwin havia gerações. Do ponto de vista ancestral, já existia a tensão que depois caracterizaria a vida do próprio Darwin: um longo duelo entre gosto pela revolução e respeitabilidade, digamos.
Isso começou com o formidável (em especial do ponto de vista da pança) avô do naturalista, Erasmus Darwin, ele próprio um evolucionista genial, embora bem mais fraquinho que o neto do ponto de vista teórico, dado a expor sua visão materialista da vida em versos muito populares na Inglaterra do fim do século 18. Fascinado por sexo, o velho Erasmus era fonte de embaraço para seu circunspecto filho Robert, o pai de Darwin, que provavelmente ensinou muito sobre discrição ao naturalista.
Também impressiona (do ponto de vista da cultura universitária moderna) a pouca necessidade de instrução formal de Darwin para se tornar o biólogo (quando ainda nem havia biólogos) mais importante de todos os tempos. Num mundo em que a especialização e a profundidade do que se sabia sobre os seres vivos eram ordens de magnitude menores, Darwin realizou todos os seus grandes feitos fazendo um único curso de história natural durante toda a sua passagem por Cambridge.
Mas a impressão mais forte deixada pelos anos de formação do naturalista é a de que o interesse pelo mundo vivo sempre começa do mesmo jeito, seja o cenário desse princípio as sebes e campos da Inglaterra vitoriana ou uma chácara do interior de São Paulo: a tendência de meninos e meninas a andarem pelo mato de olho no chão, escarafunchando riachos e erguendo pedras, em busca dos segredos de besouros, girinos e borboletas. Foi assim com Darwin, assim é, e será, com incontáveis biólogos.

* Reinaldo José Lopes é editor de Ciência e Saúde na Folha de S. Paulo e autor de Além de Darwin (editora Globo)

TRECHO
“Surpreso, Darwin refletiu sobre essas informações. Se cada ilha tinha suas próprias aves, como sugeria Gould, e o arquipélago como um todo tinha uma coleção própria de gêneros, as especulações que fizera a bordo do Beagle sobre a instabilidade das espécies seriam mais precisas do que pensara. A princípio, ele tinha pensado que se tratava de variedades, mas agora Gould afirmava que não era o caso. Talvez pudessem ser uma coisa ou outra, dependendo do ponto de vista. Possivelmente os pássaros teriam se diversificado numa série de formas por meio do isolamento geográfico, cada um numa ilhota separada. Talvez não houvesse diferença lógica entre variantes geográficas e espécies. Será que isso sugeria variedades transformando-se em espécies, ou ‘não criação’, como ele desajeitadamente denominou o fenômeno?
“De toda maneira, as evidências de Darwin eram incertas. Em razão da própria negligência com as etiquetas, um dos problemas mais interessantes da viagem ficou sem solução. Darwin não tinha como literalmente refazer seus passos – aquela viagem não podia ser repetida.”

Charles Darwin
Autor: Janet Browne
Aracati e Editora Unesp
Volume 1 – Viajando
Tradução: Gerson Yamagami,
R$ 98; 776 págs.
Volume 2 – O poder do lugar
Tradução: Otacílio Nunes,
R$ 96; 736 págs.
Resenha publicada na edição de julho,

Ciência para o Brasil

Folha de São Paulo. 25 de julhho de 2011.

TENDÊNCIAS/DEBATES
ALAOR CHAVES


A expansão do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron alavancará importantes tecnologias, e quase 40% dos gastos retornarão ao Tesouro




Os cientistas brasileiros têm demonstrado um singular atavismo pelas colaborações científicas internacionais. Isso tem sido um dos obstáculos para que nossa ciência atinja a maioridade e também se torne agente propulsor do desenvolvimento do país.
O volume da nossa produção científica tem crescido rapidamente, mas a elevação da sua qualidade não tem tido o mesmo vigor.
Reconhecemos a necessidade de dar um salto de qualidade, mas temos sido lerdos na adoção das políticas indispensáveis para esse salto. Os países com sucesso em desenvolver uma ciência tardia (ex-URSS, Japão, Coreia, China) praticaram por longo tempo um alto grau de introversão científica.
Empenharam-se na construção de uma ciência autônoma, com olhos atentos aos interesses nacionais, e só depois de se tornarem competitivos se abriram para uma colaboração mais intensa com o exterior. Nós temos trilhado o caminho inverso.
No Brasil, temos exemplos emblemáticos do sucesso de programas em ciência e tecnologia perseguidos de forma autônoma.
Após longo insucesso com práticas agrícolas importadas, o Brasil decidiu seguir seu próprio caminho, e para isso criou a Embrapa.
Hoje, nossa técnica agropecuária é a que avança mais rapidamente em todo o mundo. No caso da produção de etanol de cana, nem tínhamos com quem colaborar; com isso, desenvolvemos para o setor uma tecnologia sem rival.
O Brasil tem colaborado em projetos internacionais para a "big science", o que requer equipamento muito dispendioso. Até o momento, temos feito parcerias que dão aos nossos pesquisadores acesso a boa infraestrutura sem dispêndios muito elevados.
Neste ano, o Ministério da Ciência e Tecnologia assinou acordos de colaboração com o consórcio europeu responsável pelo ESO (European Southern Observatory) e com o Cern, consórcio dono do maior acelerador de partículas no mundo, que mudam a escala de nossos gastos nesse tipo de colaborações.
Só como taxa de ingresso no ESO pagaremos 130 milhões de euros; ainda nesta década, seremos provavelmente o seu maior financiador. Pelo acordo com o Cern, nossa contribuição inicial será de US$ 15 milhões/ano. Mas, até 2020, talvez o Brasil também se torne o seu maior financiador Generosamente, subsidiaremos a ciência europeia.
Há anos temos discutido um ótimo projeto 100% brasileiro em "big science", a expansão do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron. Seu custo será de R$ 360 milhões. O empreendimento alavancará várias tecnologias importantes. Como os gastos serão realizados no Brasil, quase 40% deles retornarão ao Tesouro na forma de impostos.
A comunidade de usuários do Laboratório já é mais de dez vezes a dos potenciais usuários do ESO ou do Cern, e abrange biologia, química, física, ciência de materiais, nanociência e pesquisa industrial.
O impacto do Laboratório em nossa ciência e tecnologia será muito maior que o dos projetos aprovados. Mas o Ministério da Ciência e Tecnologia o considera muito caro. Nenhum país teve destaque na área com esse caminho.

ALAOR CHAVES, físico, é professor emérito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Erramos
OPINIÃO (25.JUL, PÁG. A3) Por erro de edição, o artigo "Ciência para o Brasil" informou incorretamente que os acordos de colaboração do Ministério da Ciência e Tecnologia com o consórcio europeu responsável pelo ESO (European Southern Observatory) e com o Cern haviam sido firmados neste ano. Eles foram assinados no dia 29 de dezembro de 2010.

Folha com formato especial faz eco e atrai morcego no escuro

Folha de São Paulo. São Paulo, 30 de julho de2011. Ciência.
Estratégia facilita polinização da planta, afirma estudo alemão
DE SÃO PAULO

Se você é uma flor que "quer" ser polinizada por morcegos, como faz para atrair a atenção deles no escuro? Fazendo eco, mostra estudo na revista "Science".
A descoberta foi capitaneada por Ralph Simon, da Universidade de Ulm, na Alemanha. Ele e seus colegas estudam a interação entre a trepadeira cubana Marcgravia evenia e os morcegos bebedores de néctar que ajudam a fecundar as flores da planta.
Eles haviam notado a presença de folhas em forma de disco logo acima das flores da trepadeira, um formato que, em outros experimentos, parecia amplificar ecos e ser muito audível para o sistema de sonar, ou ecolocalização, dos morcegos desse tipo.
A equipe testou a ideia com várias configurações experimentais da planta e viu que, com a folha presente, os morcegos levavam metade do tempo para achar as flores.

Médico de família





São Paulo, segunda-feira, 01 de agosto de 2011
FOLHA DE SÃO PAULO

BICHOS
SÍLVIA CORRÊA - 

Médico de família



Trazidos para dentro de casa e criados como filhos, cães e gatos têm cada vez mais influência em nossa saúde


Simone e Homero queriam engravidar. Tentaram por três anos. Nada. Exaustos e frustrados, decidiram adotar um cachorro. A escolhida foi Nina, uma pequena maltês branca de dois meses.
A chegada de Nina trouxe ao casal alegria e descontração. Relaxados e sem cobranças -advinhe?!-, eles engravidaram um mês depois.
Fazer planos para receber Gabriel se transformou, então, no principal programa familiar de Simone, Homero e, agora, Nina. Ela dormia sobre a barriga da "mãe" e participava das conversas com bebê. Como manda o figurino, foi vermifugada, vacinada e, chegada a hora, encaminhada à castração.
Não há dúvida: castração é medida de saúde pública. Do ponto de vista individual, reduz a 0,05% a chance de câncer de mama, se for realizada antes do primeiro cio. Do ponto de vista coletivo, é a principal arma contra o abandono e as zoonoses.
A veterinária sabia disso e insistiu com Simone. Ela titubeou. Voltou à clínica uma, duas, três vezes para tirar dúvidas. Disse que tinha medo. Mas a veterinária argumentou que os benefícios eram relevantes. Grávida de oito meses, Simone concordou.
Dia marcado, lá estava Nina. Simone voltaria para buscá-la no final do dia, mas, bem antes da hora marcada, o telefone tocou: Nina havia morrido na anestesia. Foi como se o chão se abrisse debaixo dos pés de Simone.
Sei que os inimigos da castração podem se agarrar a esse caso para tentar combatê-la. Não faz sentido.
Procedimentos anestésicos têm risco em qualquer espécie, inclusive a humana. E isso precisa ser claramente dito ao dono do animal. Segundo os estudos sobre o tema, o que ocorreu com Nina se repete em 0,89% dos cães anestesiados -índice que nunca chegará a zero porque o organismo terá sempre reações inesperadas.
Para Simone, as estatísticas não dizem mais nada. No caso dela, a perda foi de 100%. Mas não se pode deixar que a dor, que embota os olhos, também embaralhe os conceitos. Não castrar um animal por conta do risco equivale a deixar de levá-lo para passear porque o sol pode causar câncer de pele. Sim, é verdade. Mas a chance de ele ficar obeso se não sair de casa é, sem dúvida, muito maior.
Pelo laudo da necropsia, não há indício de falha técnica na conduta da veterinária. Talvez o problema resida exatamente neste ponto: ela foi exclusivamente técnica. Se tivesse levantado os olhos do prontuário de Nina, ela teria notado Simone: uma mulher grávida, sensível, temerosa e às vésperas de realizar um sonho. E, se tivesse enxergado Simone, talvez compreendesse que a castração poderia esperar alguns dias. Tudo é questão de decidir que medicina se quer fazer.
Nos próximos meses, o Ministério da Saúde vai autorizar que veterinários integrem as equipes de saúde da família. Será o reconhecimento oficial de que cães e gatos, trazidos para dentro de casa e criados como filhos, têm influência cada vez maior sobre nossa saúde física e mental.
Para os veterinários, é um desafio: estudam por cinco anos para tratar de bicho e descobrem, na prática, que cuidam também de gente.