Total de visualizações de página

terça-feira, 20 de março de 2012

Argentina anuncia produção de remédio para tratamento do mal de Chagas

CORREIO BRAZILIENSE. Brasília-DF,  20/03/2012. Ciências.
 
Buenos Aires - A Argentina começou a produzir o benznidazol, medicamento que serve para o tratamento do Mal de Chagas, doença endêmica na América Latina, e que um laboratório internacional tinha deixado de fornecer, anunciou nesta terça-feira (20/3) o ministro da Saúde, Juan Manzur.

"Hoje é um dia histórico em matéria de saúde pública na Argentina porque depois de 60 anos de enormes esforços na luta contra o Chagas, tenho o orgulho de dizer que o país começou a produzir o tratamento para esta doença", disse Manzur durante coletiva. O benznidazol até agora era produzido por um laboratório multinacional, "que interrompeu (sua produção) porque não era negócio fazer medicamentos pra os pobres", afirmou o ministro.

A partir de agora, a principal droga usada no tratamento do Chagas é produzida por um consórcio entre o Ministério da Saúde argentino, dois laboratórios privados e a fundação Mundo Sano (Mundo São), com 1.000 doses já disponíveis do tratamento.

Calcula-se que 1,5 milhão de habitantes na Argentina estejam infectados com o parasita 'Trypanosoma cruzi', causador do mal de Chagas, doença endêmica e transmitida por um inseto hematófago, conhecido no Brasil como bicho barbeiro.

"Há uma grande necessidade de contar com os remédios e é evidente o esforço que a Argentina está fazendo na produção do tratamento, um fato que sem dúvida vai superar a fronteira dos países", afirmou o representante na Argentina da Organização Panamericana da Saúde (OPS), Pier Paolo Balladelli.

Na Argentina são mais de 300 mil os afetados por cardiopatias relacionadas com o mal de Chagas. Na América Latina, a doença é uma das endemias mais disseminadas, com 10 milhões de infectados, segundo estimativas da OPS.

De acordo com Baladelli, "esta iniciativa permite a solidariedade da Argentina com outros países e, tratando-se de um remédio que não tem interesse comercial, é duplamente meritório".

sábado, 10 de março de 2012

Cuba vai testar em humanos uma nova vacina contra dengue

Ainda este ano, serão feitos exames clínicos de uma imunização tetravalente que pode controlar a multiplicação do vírus

O ESTADO DE SÃO PAULO. São Paulo-SP, 08 de março de 2012. Saúde
Cuba realizará neste ano testes clínicos de uma vacina tetravalente da dengue em humanos, segundo anunciaram nesta quarta-feira, 8, autoridades do setor de saúde no Congresso Internacional de Biotecnologia, em Havana.
O diretor do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (Cigb), Gerardo Guillén, explicou que pesquisas realizadas em macacos mostraram que a vacina conseguiu controlar a multiplicação do vírus.
Mas devido ao fato de existirem quatro tipos de vírus diferentes da dengue, a vacina precisaria resistir a cada um deles, por isso seu caráter tetravalente.
Guillén informou que até o momento não existem medicamentos para prevenir a doença. Além do Cigb, outros três institutos trabalharam no desenvolvimento da vacina.
A pesquisadora Lisset Hermida, que coordena a equipe que executa o projeto, disse que ele começou a ser desenvolvido em 1992, e o estágio atual está na fase de testes pré-clínicos em primatas, que antecede as provas realizadas com humanos.
A doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti se caracteriza por febra alta, mal-estar e dores de cabeça, nos olhos e nas articulações. Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS), a dengue afeta a cada ano cerca de 100 milhões de pessoas em todo mundo.


quinta-feira, 1 de março de 2012

País tem redução de 66% nos casos de dengue

Casos graves e mortes relacionadas à doença também diminuíram

O ESTADO DE SÃO PAULO. São Paulo-SP, 01 de março de 2012. Caderno Saúde.
 
Antonio Pita


 O Ministério da Saúde anunciou que os casos notificados de dengue no Brasil foram reduzidos em 66% no começo do ano. Apenas os estados de Mato Grosso, Pernambuco e Tocantins registraram crescimento no número de diagnósticos da doença em relação a 2011. Com um aumento de 238% nos casos, Tocantins já apresenta um quadro de epidemia.

Os dados preliminares do ministério mostram que até o dia 18 de fevereiro foram registrados em todo o País cerca de 57 mil casos da doença. Em 2011, foram 166 mil. Os casos graves e mortes relacionados à dengue também diminuíram. Neste ano foram confirmados cinco óbitos, contra 181 no mesmo período do ano passado.

O ministério aponta o aporte extra de recursos para o combate à doença como uma das razões para a diminuição dos casos. Desde outubro, foram liberados R$ 92 milhões para ações preventivas e de controle da dengue em 1.159 municípios brasileiros. Somente o Rio de Janeiro recebeu R$ 13 milhões distribuídos entre 100 cidades.

Já os três estados que registram aumento do número de casos obtiveram, juntos, R$ 9 milhões. O valor foi repassado a 218 cidades. Em Tocantins, onde a situação é mais grave, foram distribuídos R$ 1 milhão entre 40 municípios. O estado registrou neste ano cerca de 4.700 casos da doença. Apenas o Rio, com mais de 7 mil casos, foi mais afetado pela dengue.

O coordenador geral do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, explicou que a divisão dos recursos segue critérios de população, região geográfica e histórico da doença. "O Rio recebeu mais pois ainda convive com problemas de distribuição e tratamento de água e coleta de lixo que interferem na proliferação da doença", justificou. Apesar de ainda concentrar o maior número de vítimas, o Rio diminuiu em 66% os casos de dengue.

Segundo Coelho, as verbas adicionais podem ser redistribuídas ou suspensas caso sejam constatadas irregularidades e ineficácia nas ações adotadas pelos municípios que receberam os recursos. "Vamos avaliar o quê teria causado esse aumento nos outros estados. Às vezes não é uma questão de falta de dinheiro, mas da gestão dos recursos associada a outros fatores, como o clima."

A afirmação, entretanto, diverge da avaliação do secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Ele acredita que o clima ajudou na redução dos casos de dengue no País. "Janeiro foi muito frio, não era um clima favorável para a proliferação", explicou. Para Barbosa, ainda é cedo para um balanço positivo dos números. "O pico de incidência da doença vai até maio. Com o aumento das temperaturas nos últimos dias, temos que ficar alerta."

Sistema de saúde no DF é o 20º pior entre todos os estados do país

CORREIO BRAZILIENSE. Brasília-DF,  01 de março de 2012
A saúde no Distrito Federal é uma das piores do país. De acordo com um índice divulgado pelo Ministério da Saúde, que avaliou o acesso e a qualidade dos serviços em todo o Brasil, o DF ficou em 20º lugar entre todos os estados. Numa escala que avalia de 0 a 10 pontos como andam os serviços e as ações realizadas pelo governo na área, o DF levou nota 5,04.

A medição batizada de Índice de Desempenho do SUS (IDSUS) foi divulgada nesta quinta-feira (01/03) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O índice avaliou entre 2008 e 2010 os diferentes níveis de atenção do SUS (básica, especializada ambulatorial e hospitalar e de urgência e emergência). Durante a análise, foi verificado como anda a infraestrutura do setor, além de analisar se os serviços ofertados têm capacidade de dar as melhores respostas aos problemas de saúde da população. A ferramenta leva em consideração as análises de Desenvolvimento Socioeconômico (IDSE), de Condições de Saúde (ICS) e de Estrutura do Sistema de Saúde do Município (IESSM).

De acordo com o índice, o Brasil possui IDSUS equivalente a 5,47. A região Sul teve pontuação de 6,12, seguida do Sudeste (5,56), Nordeste (5,28), Centro-Oeste (5,26) e Norte (4,67).

Entre os estados, aqueles que possuem os índices mais altos são os de Santa Catarina (6,29), Paraná (6,23) e Rio Grande do Sul (5,90).

Na sequência, vêm Minas Gerais (5,87) e Espírito Santo (5,79). As menores pontuações são do Pará (4,17), de Rondônia (4,49) e Rio de Janeiro (4,58).

De acordo com a Secretaria de Saúde, o levantamento de dados para divulgação do IDUS 2012 será realizado a cada três anos.

Pesquisador brasileiro é premiado por trabalhos de erradicação de doenças

CORREIO BRAZILIENSE. Brasília-DF,  28 de fevereiro de 2012.
 Dr. Ciro de Cuadros
O médico epidemiologista e pesquisador brasileiro Ciro de Quadros, 72 anos, recebeu nesta terça-feira (28/2) o Prêmio Fundação BBVA Fronteiras do Conhecimento e Cooperação ao Desenvolvimento, em Madri, na Espanha. Quadros foi premiado pelo trabalho que desenvolve com pesquisas para a erradicação da poliomielite e do sarampo nas Américas.

O trabalho do pesquisador brasileiros é desenvolvido em parceria com agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e dos governos federal e estaduais, além de universidades. Para os jurados do prêmio, Quadros foi responsável pela mudança de paradigmas na saúde pública da região.

A vacinação pode prevenir a contaminação da poliomielite e do sarampo, mas ambas as doenças ainda ocorrem em vários países em desenvolvimento. A poliomielite é uma doença viral que afeta principalmente crianças pequenas. O vírus é transmitido por intermédio de alimentos e água contaminados, que podem invadir o sistema nervoso. A doença causa paralisia e deformações no corpo.

O sarampo também é uma doença viral e afeta o sistema respiratório, atingindo em geral crianças. O vírus é transmitido por meio de gotículas expelidas pelo nariz, pela boca ou garganta de pessoas infectadas. A doença se torna um problema mais grave quando atinge crianças desnutridas e pessoas com imunidade reduzida, causando complicações, como dor de cabeça, cegueira, diarreia e infecções.

O prêmio concedido a Quadros é da Fundação BBVA, que estimula pesquisas em vários campos, como medicina, tecnologia, meio ambiente, cultura e economia. Na sua página na internet, a fundação informa que o objetivo é cooperar para a construção de um “mundo melhor para as futuras gerações”