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segunda-feira, 31 de março de 2014

Ceilândia terá ação de combate à dengue nesta semana

Trabalho será nas Quadras 100, 200 e 300 do condomínio Pôr do Sol

Divulgação/Agência Brasília


O Geiplan (Grupo Executivo Intersetorial de Gestão do Plano Regional de Prevenção e Controle da Dengue) de Ceilândia (DF) promoverá, a partir desta segunda-feira (31) até sexta-feira (4), uma ação de combate à dengue, realizada por agentes da Vigilância Ambiental e Comunitários de Saúde dos Centros de Saúde 6 e 9, nas Quadras 100, 200 e 300 do condomínio Pôr do Sol.

Segundo a coordenadora-geral de Saúde de Ceilândia, Lucimar Gonçalves, a atuação tem como objetivo sensibilizar a comunidade sobre os riscos da doença e os cuidados para evitá-la, eliminar focos do mosquito transmissor, além de limpeza e coleta de lixo pelo SLU (Serviço de Limpeza Urbana), na quinta-feira (3) e sexta-feira(4).  

— Todo mês é reservada uma semana de prevenção e combate ao mosquito da dengue.   

terça-feira, 25 de março de 2014

Brasil lidera uso de agrotóxicos no mundo

Disponível em: < http://rr4.com.br/meio-ambiente/brasil-lidera-uso-de-agrotoxicos-no-mundo>.  Acesso em: 11 mar. 2014


O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Como se isso não fosse o bastante, a fiscalização sobre o uso desses defensivos abrange uma quantidade muito pequena de culturas, o que coloca a saúde da população e os recursos naturais em risco.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avaliou amostras de apenas 13 vegetais no ano de 2012. No mesmo período, os Estados Unidos e a União Europeia contaram com uma lista de 300 análises, feitas pela Food and Drugs Administration (FDA), nos EUA, e pela European Food Safety Authority, na Europa. Além disso, 22 dos agrotóxicos mais comuns em território nacional são proibidos pelos dois órgãos estrangeiros.
Entre os alimentos mais contaminados estão frutas e vegetais altamente consumidos por brasileiros, como cenoura, alface, laranja, arroz, tomate, pimentão, morango e soja, que é a cultura que mais utiliza agrotóxicos.
O impacto disso é sentido diretamente na saúde da população. Os trabalhadores rurais que lidam com os defensivos agrícolas na lavoura estão diretamente expostos, mas as pessoas que comem esses alimentos também estão, já que, não importa qual seja o cuidado com a lavagem, é impossível se livrar dos pesticidas previamente usados no plantio.
Em entrevista à revista Galileu, o doutor em Saúde Pública, Wanderley Pignati, explicou que não existe uso seguro para os agrotóxicos, mesmo que eles sejam aprovados pelos órgãos responsáveis. Ele ainda caracteriza o uso destes fertilizantes como uma contaminação intencional, que deveria ser considerada crime doloso, em que existe a intenção de cometê-lo.

Pignati explica que as consequências do agrotóxico no organismo podem ser: câncer, problemas neurológicos, má formação fetal e desregulação endócrina. Além disso, também existe todo o impacto que eles podem causar à natureza. Os alimentos de origem animal, como carnes, ovos, leites e outros industrializados não são sequer examinados quanto ao teor de agrotóxico presente em sua composição. A estimativa da Organização Mundial da Saúde é de que, anualmente, 20 mil pessoas morrem em consequência da exposição e contaminação por agrotóxicos.  
Fonte: Ciclo Vivo


Chikungunya, novo vírus transmitido pelo Aedes, é ameaça real na América do Sul



Vetor da dengue é protagonista de nova preocupação epidemiológica. Ministério da Saúde alerta estados e municípios, uma vez que sintomas são muito parecidos, acrescidos de fortes dores articulares


Originário da Tanzânia e amplamente disseminado entre países africanos e asiáticos, o vírus chikungunya fez as primeiras vítimas em solo caribenho em dezembro e acendeu o sinal de alerta ao longo de toda a América do Sul. Muito parecida com a dengue – inclusive o vetor de transmissão, o mosquito Aedes aegypti, é o mesmo –, a doença também acarreta febre, dor de cabeça e fadiga. A grande diferença está nas dores articulares, que podem acompanhar o paciente por meses. Nos casos mais agudos, essas dores se assemelham à artrite reumatoide e em situações extremas podem levar a deformidades. Essa foi a primeira vez que o vírus foi transmitido no hemisfério ocidental de forma autóctone, ou seja, já contaminou os mosquitos locais.

Os casos registrados anteriormente foram todos importados por meio de turistas picados em países onde a doença é endêmica (veja quadro). Inclusive, no Brasil foram identificadas, em 2010, três situações como essa. Na época, os viajantes já chegaram infectados vindos da Indonésia e da Índia. Até então não havia nenhuma identificação de contágio dentro do continente americano. Diante da proximidade e das condições favoráveis, especialistas já cogitam a possibilidade de propagação para a América Central e do Sul. "Acho que em cinco anos no máximo ele estará aqui. Mas pode ser antes", admite o infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein Artur Timerman, umas das principais autoridades no assunto.
Ciente do risco, o Ministério da Saúde (MS) anunciou a implantação do sistema de vigilância e monitoramento da febre do chikungunya no país. Entre as ações adotadas, o órgão emitiu comunicado às secretarias estaduais e municipais de Saúde, alertando sobre as características e sintomas da doença. Segundo informações da Secretaria de Vigilância em Saúde, do MS, um manual está sendo preparado para distribuição entre os profissionais da área. O material trará detalhamento completo das ações que devem ser adotadas com foco na prevenção e controle da doença.

"Uma equipe de médicos foi enviada à ilha de Martinica para atualização clínica no manejo de pacientes, que servirá para capacitação dos profissionais da área de assistência no Brasil", antecipou a secretaria. As medidas não param por aí. Laboratórios centrais de saúde pública (Lacen) das secretarias estaduais de Saúde vão ser capacitados com técnicas de diagnóstico para servirem de apoio às ações de vigilância, controle e assistência.

GRANDES EVENTOS E COPA 
Pedro Vasconcelos, chefe da seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas (IEC), único no Brasil preparado para realizar o diagnóstico da doença, informou que uma equipe de profissionais já foi treinada e outra já está sendo formada. Tudo para que, assim que o vírus entrar no país, as ações de contenção sejam colocadas em prática. "O risco de o vírus se disseminar existe. A chance aumenta com eventos como a Copa do Mundo, que vai atrair milhares de pessoas de vários locais para o Brasil, inclusive de áreas onde o vírus já está circulando", observa Pedro. O especialista lembra que os tipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue entraram no país pelo Rio de Janeiro, logo depois do período de carnaval, o que também aumenta o alerta.

PRODUÇÃO DE ANTÍGENO
O Instituto Evandro Chagas é o único laboratório da América Latina a possuir o vírus Chikungunya para produção de antígeno e anticorpos utilizados no diagnóstico da patologia. "Foi firmado um acordo entre o governo brasileiro e dos Estados Unidos para que recebêssemos esse material e pudéssemos realizar a produção local. Desta forma, não dependemos do fornecimento externo", observa Pedro Vasconcelos. O vírus chegou no Brasil em 2002 e desde então o antígeno e os anticorpos estão sendo elaborados. "Hoje a quantidade que temos vem sendo usada para treinamento. Vamos enviar material para alguns poucos laboratórios que são referência regional, mas a distribuição mais intensa ocorrerá à medida em que os casos forem confirmados", afirma. A Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Minas Gerais, estaria entre os laboratórios candidatos.

Cuidados para afastar o inseto incluem repelente e roupas As ilhas caribenhas estão no topo da lista dos destinos turísticos mais desejados entre os brasileiros. Por isso, vale um alerta para quem pretende visitar regiões onde já foram confirmados casos da febre do chikungunya. "O uso de repelente adequado e roupas são as principais formas de evitar o contágio. Para as praias do Caribe é difícil a adesão a essas medidas de controle, mas os viajantes precisam ficar atentos", orienta o infectologista responsável pelo checape do viajante do Laboratório Fleury Medicina e Saúde, Jessé Alves. Sem vacina, assim como a dengue, a única forma de impedir a transmissão do vírus é evitando a picada do mosquito. Telas nas janelas, ar-condicionado e mosquiteiro compõem a ação preventiva.

Na praia, o repelente deve ser usado sempre depois do protetor solar. "Dê preferência a produtos que tenham a menor quantidade possível de perfume. Aliás, os cheiros, principalmente florais, devem ser evitados, já que podem atrair os mosquitos", lembra Jessé. Depois do mergulho, o produto deve ser reaplicado. "O ideal é buscar um repelente com concentração alta da substância ativa. Complexo B e até pílula de alho, que muitos acreditam proteger, são grandes mitos", alerta o infectologista.

DOR PARECIDA COM REUMATISMO 

A fase de incubação do vírus (entre a picada e os primeiros sintomas) pode ser de dois a 12 dias, mas o mais comum é que os primeiros sinais de contágio surjam ainda na primeira semana, a partir de terceiro dia de contágio. Em uma semana, grande parte dos pacientes já apresenta melhoria do quadro, mas não são raros os casos que evoluem e podem prolongar as dores nas articulações. "A complicação da artrite se torna o maior problema. Em casos mais graves, as dores articulares se assemelham ao reumatismo e podem persistir por meses", afirma o infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein Artur Timerman. Apesar do agravante, a doença dificilmente evolui para óbito, ao contrário da dengue.

Também não apresenta um tratamento específico que atualmente consiste em atacar os sintomas. "É sintomático, para abaixar a febre e reduzir a dor", reconhece o infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Stefan Cunha Ujvari. Segundo o especialista, durante a fase de infecção, em que a pessoa apresenta o sintoma de febre, aumentam as chances de contágio do mosquito que venha a picar o paciente. "Basta que uma pessoa esteja contaminada e que um mosquito a pique para que a doença inicie seu processo de propagação. Caso como esse aconteceu na Itália, quando apenas um turista voltou contaminado e, depois dele, surgiram vários outros casos", afrima Stefan. 

1952
ano em que o vírus foi registrado pela primeira vez na Tanzânia

1951
casos registrados nas ilhas caribenhas desde a confirmação das primeiras vítimas

1
morte confirmada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na ilha Saint Martin

Pesquisadores brasileiros sequenciaram genoma de 'leishmania amazonensis'


Disponível em:  <http://www.cbnfoz.com.br/editorial/educac%C3%A3o/ufmg/21032014-111474->. Acesso em: 21 mar.  2014


O sequenciamento do genoma do parasita Leishmania amazonensis, totalmente realizado por pesquisadores brasileiros – sob coordenação da professora Diana Bahia, do Departamento de Biologia Geral da UFMG –, pode ajudar a desvendar mecanismos pelos quais alguns microrganismos escapam da resposta imune do hospedeiro.

 Publicado na revista DNA Research, o artigo que descreve o trabalho aponta campos com vastas possibilidades de investigação em futuro próximo. “A pesquisa mais abre portas para uma série de entendimentos do que soluciona questões, mas tem importantes impactos dos pontos de vista médico e biológico”, destaca Diana Bahia.
Causadora de lesão cutânea difusa, forma mais grave e que não tem cura, de alta prevalência na América Latina e em especial na região amazônica do Brasil, a Leishmania amazonensis tem traços comuns com a Leishmania mexicana, e ambas diferem muito dos tipos mais comuns desse gênero, que já tiveram seu genoma elucidado.
Chamou a atenção da equipe de 16 pesquisadores que compõem o grupo a presença dos parasitas em vacúolos (espécies de bolsa) de grandes dimensões dentro dos macrófagos, células de defesa do sistema imune do hospedeiro. “Ele fica protegido e vai se replicando”, descreve a professora.
Segundo ela, a intenção foi descobrir se de dentro do macrófago o parasita secreta fatores proteicos que justifiquem a biogênese desse vacúolo largo e, consequentemente, a evasão da resposta imune. “O fato é que as respostas imunes clássicas que matariam outras espécies de leishmania não funcionam para a L. amazonensis”, explica Diana, lembrando que tal hipótese, por si, justificaria a decisão de sequenciar mais um genoma desse gênero.

Proteína de superfície
Contudo, outras evidências aumentaram o interesse pelo estudo. “Percebemos que a 
L. amazonensis tem cópias extras de uma proteína de superfície chamada amastina, identificada e caracterizada, inicialmente, pela professora Santuza Teixeira, da UFMG”, conta. Superfamília de proteínas composta por vários membros, as amastinas são encontradas apenas em tripanossomatídeos – grupo que inclui todas as leishmanias e os tripanossomas –, sendo bem mais abundante nas primeiras.

Em trabalho de quatro anos, utilizando prioritariamente ferramentas de bioinformática, o grupo buscou encontrar algo que diferenciasse a L. amazonensis das demais, já que as leishmanias são muito parecidas no âmbito genômico. Observaram que elas têm basicamente os mesmos genes, mas a espécie escolhida para objeto de estudo produz cópias diferenciadas desses genes. Além disso, a reconstrução filogenética revelou que em L. amazonensis e L. mexicana(ambas do complexo mexicana) algumas amastinas evoluíram de forma diferente.
De acordo com a professora, a maior expressão de amastina observada em Trypanosoma cruzi, por exemplo, faz com que esse parasita se multiplique muito mais rápido no seu vacúolo parasitóforo intracelular e, também, se diferencie rapidamente, assumindo forma infectiva que escapa do ataque da resposta imune.
“Embora isto não tenha sido demonstrado para a leishmania, nossa equipe acredita que a amastina poderia ser uma das moléculas responsáveis pela formação desses vacúolos grandes e, consequentemente, pela evasão da resposta imune, mas isso precisa ser estudado experimentalmente”, pondera Diana Bahia.

Interações
Os autores do estudo sugerem que fatores secretados por leishmania poderiam imitar fatores de mamíferos, perturbando, portanto, as interações de proteínas hospedeiras com nativas. Para identificar as possíveis interações de fatores do hospedeiro mamífero com os dos parasitas, construíram redes híbridas de interação de proteínas, os interactomas. O grupo percebeu que a L. amazonensis secreta uma heat-shock protein, ou HSP-70, que se liga a receptores de membrana, o Toll-like receptor 9 (TLR-9), importante regulador imunológico.
“Nossa hipótese é de que a secreção dessa proteína perturba o metabolismo do hospedeiro, promovendo a ligação com o TLR-9, encontrado em vesículas e vacúolos, o que desencadearia respostas favoráveis ao estabelecimento intracelular do parasita. Esses eventos podem estar envolvidos na sobrevivência do parasita em vacúolos dentro do hospedeiro, já que não seria alcançado pelo seu sistema imune”, esclarece.
O genoma sequenciado da Leishmania amazonensis está depositado em bancos de dados nacionais e em breve integrará o TriTrypDB, banco internacional dos tripanossomatídeos. A partir dessas informações, públicas, qualquer pesquisador pode dar prosseguimento ao estudo tanto das hipóteses apontadas pelo grupo quanto em outras áreas. Particularmente, Diana Bahia tem interesse em se aprofundar no papel das amastinas específicas de L. amazonensis e da HSP-70.
“Pretendo clonar essas proteí-nas, transfectar parasitas para obter uma superexpressão delas e infectar macrófagos ou clonar tais proteínas em leishmania de espécie formadora de vacúolos apertados e observar o efeito biológico consequente”, informa a professora, destacando a importância de se entender o papel de tais proteínas na biogênese do vacúolo largo.

A doença
A leishmaniose cutânea difusa (LCD), também conhecida como leishmaniose cutânea anérgica difusa (LCAD) ou leishmaniose anérgica hansenoide (LAH), foi descrita pela primeira vez na Amazônia brasileira, mais precisamente no estado do Pará, que relatou os primeiros achados clínicos sobre forma rara da leishmaniose tegumentar, ressaltando a natureza das lesões queloidianas. Em alguns casos, as lesões regridem espontaneamente, mas atualmente não há cura para a doença, que se apresenta mais gravemente em crianças.

Pesquisas revelam que L. amazonensis e L. mexicana vieram de organismos silvestres que apresentavam lesões. Segundo Diana Bahia, esses parasitas eram organismos de vida livre que, para se protegerem, começaram a parasitar outros seres, incluindo talvez amebas, obtendo vantagens evolutivas para se adaptarem a humanos e animais. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que boa parte dos mamíferos reservatórios e de humanos infectados pela L. amazonensis não apresentam lesões.

“É possível que a L. amazonensis seja uma dessas espécies que obtiveram vantagens em uma vida intracelular para viver silenciosamente no hospedeiro”, diz Diana. “Filosoficamente, isto representaria uma hipótese de troca (trade off hypothesis), teoria segundo a qual os parasitas tendem a evoluir de modo a viver em homeostase com o hospedeiro, pois a morte deste último é, em última análise, prejudicial à vida do parasita intracelular, que poderia desaparecer completamente. Acredita-se que os parasitas que permitem grande sobrevida aos hospedeiros são mais bem-sucedidos na sua reprodução e dispersão”, conclui a pesquisadora.

Artigo: REAL, F. et al. The genome sequence of Leishmania (Leishmania) amazonensis: functional annotation and extended analysis of gene models

Publicação: DNA Research. v. 20, p. 1-15. jul. 2013. O artigo está disponível neste link.
Financiamento: Fapesp e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

Autores: Diana Bahia, do Departamento de Biologia Geral (ICB-UFMG), coordenou o projeto em colaboração com pesquisadores do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Escola Paulista de Medicina (Unifesp) – incluindo o primeiro autor, Fernando Real – e com grupos do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e do Laboratório de Genômica e Expressão da Universidade Estadual de Campinas (que abriga os dois outros primeiros coautores, Ramon Oliveira Vidal e Marcelo Falsarella Carazzolle)

Onde encontrar o genoma 
O Leishmania (Leishmania) amazonensis Genome Database está disponível 
neste endereço. As sequências foram depositadas no NCBI, sob o acesso APNT00000000 (SUBID SUB120161, BioProject PRJNA173202).


Fonte: Universidade Federal de Minas Gerais

Sanofi enfrenta veredicto decisivo em aposta com vacina para dengue

Disponível em: <http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPEA2O03V20140325>. Acesso em: 25 mar. 2014


A Sanofi já investiu mais de 1 bilhão de euros no projeto e espera se tornar a primeira fabricante de medicamentos a vender uma vacina do tipo no ano que vem, depois de duas décadas de pesquisa na doença tropical que cresce mais rapidamente no mundo e para a qual não há um tratamento preventivo.NEUVILLE-SUR-SAONE, França, 25 Mar (Reuters) - A Sanofi espera que os resultados finais de estudos para sua vacina contra a dengue cheguem ao final de setembro, disse à Reuters o líder do projeto da farmacêutica francesa, e já apostou em começar a produção apesar de alguns dados decepcionantes nos estudos iniciais.


A Sanofi Pasteur, a unidade de vacinas da farmacêutica francesa, fez uma grande aposta industrial: ela começou a produzir a vacina em julho do ano passado para manter uma vantagem sobre os concorrentes e assegurar que estará pronta para vender as doses, pressupondo que ela finalmente receba aprovação dos reguladores.
"Hoje estamos confiantes de que nossa vacina pode ter um impacto na saúde pública e estamos nos preparando para seu sucesso", disse Guillaume Leroy, que chefia o projeto de vacina contra a dengue na Sanofi Pasteur, em uma entrevista.
Leroy disse que os resultados de um teste clínico final com 30 mil crianças na América Latina e no sudeste asiático devem chegar a partir do meio do ano. Ele disse que assim que sua equipe consiga extrair descobertas preliminares confiáveis, eles começarão a revelar tais descobertas.
Até o final do terceiro trimestre, a Sanofi terá os resultados clínicos consolidados completos que espera apresentar em uma conferência sobre doenças tropicais em novembro.
Se os dados forem positivos, a Sanofi espera vender a vacina a partir de meados de 2015 em ao menos um país atingido pela doença, provavelmente um dos 10 que participaram dos testes.
"É difícil prever qual país será o primeiro, mas podemos imaginar facilmente que será um dos países maiores, como o Brasil, o México, a Malásia, talvez as Filipinas", disse Leroy.
A dengue infecta de 50 a 100 milhões de pessoas por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, mas alguns especialistas dizem que o número é três vezes maior.

(Por Natalie Huet e Noëlle Mennella)