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terça-feira, 27 de maio de 2014

Terapia pode ser solução para o medo irracional de cães

Saiba como a psicoterapia pode ajudar as pessoas que sofrem com a cinofobia, o medo irracional de cachorros

22 de maio de 2014
Disponível em: <http://mulher.terra.com.br>.  Acesso em: 23 maio 2014

Enquanto uma grande parcela da população mundial se anima ao encontrar pets caninos nas ruas, aproveitando a oportunidade para acariciá-los e brincar um pouco, outra parcela menor se sente à beira de um ataque de nervos quando se vê nesse tipo de situação, já que a cinofobia (termo específico para definir o medo e a aversão a cães) não permite que a pessoa pense de forma racional, e desencadeia uma série de sintomas relacionados ao estresse e ao nervosismo em função do temor absoluto que sentem dos cachorros.
A falta de confiança no comportamento dos cães é, normalmente, o principal item que incentiva esse medo exagerado, fazendo com que a pessoa com cinofobia acredite que, a qualquer momento, um cão que está próximo pode acabar lhe atacando ou lhe mordendo – mesmo se tratando de um cão extremamente dócil.
Essa falta de confiança, no entanto, não é algo que surge de maneira natural na cabeça das pessoas que sofrem com este mal. Na maioria dos casos, este medo irracional é engatilhado em função de algum ataque anterior ou do conhecimento de alguém próximo que já tenha sido atacado ou mordido com agressividade por um cachorro – fazendo com que a pessoa desenvolva uma espécie de trauma que a impede de ficar próxima ou ter contato com estes animais.
Por incrível que pareça, até mesmo o acompanhamento de notícias de casos de ataques de cães podem ajudar a desencadear este trauma em algumas pessoas, fazendo com que, mesmo sem nunca ter passado por uma situação de ataque por um cachorro, a pessoa adquira a cinofobia. Até mesmo os próprios pais de uma pessoa podem acabar desencadeando este tipo de trauma, já que não é incomum que uma mãe temerosa acabe protegendo demais uma criança, afastando-a de um cachorro sempre que haja uma proximidade maior.
Taquicardia, boca seca, choro, suor excessivo, falta de ar, angústia extrema, paralisação do corpo e vontade de sair do local onde o cão está presente são alguns dos sintomas mais comuns nas pessoas que convivem com este quadro – que pode ser tratado com a ajuda de um psicólogo profissional.
Embora o tratamento para este tipo de trauma não tenha um período de tempo definido para funcionar e permitir que as pessoas se relacionem com os cães, as terapias com profissionais podem ajudar bastante quem sofre com a cinofobia, investigando as causas e a origem exata deste medo irracional e, com isso, buscando alternativas para exterminá-lo.
Em muitos casos, cães adestrados são usados para auxiliar e trazer resultados para esse tratamento, mostrando para a pessoa com cinofobia que os cachorros podem ser animais dóceis, calmos, nada agressivos e em quem se pode confiar. O empenho do paciente e os métodos usados pelo profissional que o trata são fatores determinantes para o sucesso da terapia, cujos resultados podem variar muito de pessoa para pessoa.


'The New York Times': Dengue pode se espalhar para outros países após Copa

De acordo com jornal, as maiores ameaças estariam nos estados de Natal , Fortaleza e Recife

Jornal do Brasil 21/05/2014
Disponível em: <http://www.jb.com.br/esportes/noticias/2014/05/21>. Acesso em: 23 maio 2014

O Brasil  foi mais uma vez notícia nos jornais internacionais por conta dos riscos da dengue durante a Copa do Mundo. Desta vez, o The New York Times publicou em matéria desta quarta-feira (21) sobre o risco de que turistas se contaminem com o vírus da dengue durante o Mundial e levem a epidemia de volta para seus países de origem.
O
 jornal americano disse que as autoridades de saúde pública estão preocupadas principalmente pelo fato de que, prestes a sediar a Copa do Mundo, o Brasil estaria passando pela sua pior epidemia de dengue, tendo registrado 1,4 milhões de casos no ano passado.
As autoridades estariam preocupadas que alguns dos turistas voltassem para seus países contaminados. O jornal pontua que, se isso acontecesse e as pessoas fossem picadas pelo mosquito do gênero Aedes na volta, o vírus poderia ser espalhado em outros países.
De acordo com o The New York Times, uma equipe de cientistas brasileiros, espanhóis e britânicos analisaram 13 anos de dados climáticos, buscando traçar um padrão de condições amigável para o desenvolvimento dos mosquitos. O estudo, que segundo o jornal americano, foi publicado na última semana pelo Lancet Infectious Diseases, concluiu que as maiores ameaças seriam os estados de Natal , Fortaleza e Recife.
Cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte , Salvador e Manaus teriam sido consideradas cidades de médio risco.
O The New York Times lembrou também que não há vacina para a doença, e que forma mais grave de manifestação da dengue, a hemorrágica, seria fatal em cerca de 1% dos casos.
Contudo, o jornal divulgou um comentário feito por cientistas australianos de que não haveria muita difusão da doença no exterior, uma vez que poucos turistas que vêm para o Mundial são de países com condições climáticas favoráveis para que os mosquitos Aedes possam prosperar.


Brasília fechará lixão que sustenta 2 mil

Prazo para acabar com área insalubre vai até agosto, segundo Política de Resíduos Sólidos; catadores temem não ter para onde ir


26 de maio de 2014 

Rafael Moraes Moura - O Estado de S. Paulo

Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso>. Acesso em: 27 maio 2014

BRASÍLIA - Patrimônio cultural da humanidade, Brasília tem a maior renda per capita do País, mas não sabe cuidar do próprio lixo. Até o fim deste mês, o governador Agnelo Queiroz (PT) pretende fechar o lixão da Estrutural, uma vasta área a 16 km do Palácio do Planalto, inundada diariamente pelos resíduos sólidos despejados pelos 2,8 milhões de habitantes do Distrito Federal.

Em uma corrida contra o tempo para cumprir o prazo fixado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina o fim dos lixões para agosto, Brasília esbarra em uma série de dificuldades: a coleta seletiva é incipiente, a licitação do novo aterro sanitário foi contestada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e sobram incertezas sobre o futuro dos catadores com o lixão desativado.
Do jeito que as coisas estão hoje, não tem como parar isso aqui", diz o catador de lixo José Patrício, de 42 anos, que recolhe garrafas PET e papel que lhe garantem uma renda de R$ 500 por mês. Perdeu a mulher em dezembro de 2012 - ela foi atingida por uma carreta, enquanto trabalhava no local.
Todos os dias, o lixão da Estrutural recebe, em média, 2,7 mil toneladas de resíduos orgânicos e 6 mil toneladas de resíduos da construção civil. Oficialmente, 1.200 catadores estão cadastrados, mas o Estado apurou que o número total de pessoas que tiram o sustento dali deve superar 2 mil. "O governo não está nem aí para nós, vamos ficar todos desempregados", reclama o catador Francisco Bernardino, de 42 anos, que trabalha há duas décadas recolhendo sucata, acompanhado dos quatro irmãos, do pai e da mãe. Quando falou com a reportagem, usava jaqueta, camisa, luvas, bota e óculos Ray-Ban, tudo achado no próprio lixão.
"As pessoas acham a nossa realidade degradante, mas se esquecem de que também são responsáveis. Quantas fazem a coleta seletiva? E o que dizer daqueles que atiram lixo nas ruas?", questiona Bernardino.
Prazo. Até 2 de agosto, o governo do DF pretende cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O investimento previsto para os próximos cinco anos, com o início da operação de um aterro sanitário, deve chegar a R$ 150 milhões. A reportagem visitou a obra na sexta-feira, quando o terreno ainda estava passando pela terraplanagem. "É um processo lento (de adaptação à lei), não se fecha um lixão de um dia para o outro, mas o processo já foi iniciado, com a adoção da coleta seletiva", diz o diretor adjunto do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU), Hamilton Ribeiro.
De acordo com o diretor-geral, o aterro sanitário será "tecnicamente muito superior" ao lixão: os resíduos serão prensados e isolados com mantas para evitar o odor, o solo será impermeabilizado para evitar contaminação, o chorume será tratado e não haverá incineração. O espaço, que ocupará uma área de 30 hectares, poderá receber até 68 mil toneladas de lixo por mês. As autoridades brasilienses pretendem transferir os catadores para 12 centros de triagem, mas nenhum deles está pronto - foram instaladas tendas provisórias no lixão.
Para o professor Gustavo Souto Maior, do Núcleo de Estudos Ambientais da Universidade de Brasília (UnB), o lixão da Estrutural é a "maior vergonha ambiental, sanitária e social" do Distrito Federal. "É muito fácil colocar no papel (que os lixões deverão acabar em agosto de 2014). Falta interesse político, porque isso não dá voto pra ninguém, e os municípios não tem expertise nem dinheiro", comenta. "O governo do DF não vai conseguir inaugurar o aterro sanitário nos próximos meses, as obras estão atrasadíssimas. Se Brasília, capital da República, onde se tem dinheiro a rodo, não consegue cumprir a lei, imagina os milhares de municípios brasileiros que vivem de colocar lixo em qualquer lugar."

Exemplos como o de Brasília não são raros no País. De acordo com levantamento do ano passado da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 40% do resíduo coletado no País era destinado irregularmente. Ou seja, ia para lixões. Outras capitais, como Goiânia (GO) e São Luís (MA), enfrentam o mesmo problema.

Crianças imunes à malária ajudam a criar vacina

26/05/2014. Com informações da BBC
Disponível em: <http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article>. Acesso em: 27 maio 2014

Cientistas estão tentando desenvolver uma vacina contra a malária graças a um grupo de crianças da Tanzânia.
As crianças nascem naturalmente imunes à malária porque seus organismos produzem um anticorpo que ataca o parasita causador da doença.
Os pesquisadores injetaram esse anticorpo em ratos e ele protegeu os roedores contra a doença, segundo resultados publicados na revista científica Science.
O próximo passo é testar a vacina em macacos e, se tiver sucesso, deverão começar os testes em humanos.
"Esse é um parasita incrivelmente difícil de se atacar. Ele teve milhares de anos de evolução para cooptar ou se adaptar às nossas respostas imunológicas - é realmente um inimigo formidável," disse o pesquisador Jake Kurtis, do Centro para Pesquisa Internacional de Saúde do hospital de Rhode Island (EUA).
O estudo começou com um grupo de mil crianças na Tanzânia. Elas tiveram amostras de sangue analisadas durante seus primeiros anos de vida.
A imunidade natural contra a malária foi documentada em 6% das crianças vivendo em uma área onde a doença é frequente na Tanzânia.
O anticorpo descoberto foi analisado e os especialistas constataram que ele ataca o parasita em um estágio crucial de seu ciclo de vida, impedindo que este se espalhe pelo corpo da pessoa.

Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde sugerem que a malária matou mais de 600 mil pessoas em 2012, sendo que 90% dessas mortes ocorreram na África Subsaariana.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

LIVRO TRAZ CURIOSIDADES SOBRE CÃES E GATOS

Disponível em: < http://mulher.terra.com.br/comportamento>. Acesso em: 13 maio 2014

Donos gastarão US$ 60 bilhões com pets; veja curiosidades

Os companheiros de quatro patas podem até receber dinheiro de herança de seus donos.

David Grimm passou anos pesquisando sobre cães e gatos para escrever um livro e esbarrou com informações no mínimo inusitadas sobre os melhores amigos do homem. Com o lançamento de Citizen Canine: Our Evolving Relationship with Cats and Dogs ("Cidadão cão: nosso relacionamento em evolução com gatos e cachorros", em tradução livre), o site Huffington Post fez um apanhado de curiosidades do livro. Confira na galeria. 
Há mais casas com bichos de estimação do que com crianças
Nos Estados Unidos, vivem cerca de 150 milhões de cães e gatos, um para cada duas pessoas. Mais da metade de todos os lares contam com um cachorro ou bichano cinco vezes mais do que pássaros, cavalos e peixes combinados. A adoção dos pets quadruplicou desde os anos 1960 duas vezes a taxa de crescimento da população de seres humanos. 
Os gatos não são do Egito
Por muito tempo, historiadores acreditaram que os gatos foram domesticados no Egito Antigo, cerca de 4 mil anos atrás, baseando-se na aparência dos felinos retratados pela arte daquela época. Mas uma evidência arqueológica e genética recente sugere que os bichanos na verdade surgiram na região onde hoje ficam Israel, Turquia e Iraque, e foram domesticados pela primeira vez há quase 10 mil anos, antes mesmo de o Egito existir.
Cães podem ser mais espertos que chimpanzés
Aponte algo com o dedo e os cachorros olharão para o que você está indicando. Apesar de parecer uma habilidade simples, nossos parentes mais próximos, os chimpanzés, não são capazes de fazer isso. Isso significa que cães poder ter uma teoria da mente rudimentar a habilidade de intuir o que os outros estão pensando, muito rara no reino animal.
Um massacre de gatos na Europa pode ter desencadeado a peste negra
No início do século 13, o Papa Gregório IX emitiu um decreto ligando os gatos a bruxaria. Seguiram-se séculos de massacre de bichanos, com felinos sendo apedrejados, enforcados e queimados em fogueiras na Europa Medieval. Alguns historiadores acreditam que a quase extinção dos gatos permitiu que os ratos infectados com a praga se reproduzissem e espalhassem a peste que matou metade da população do continente. 
Os romanos antigos enterravam os cães em cemitérios humanos
Tanto quanto os egípcios reverenciavam seus gatos, os romanos adoravam os cachorros. Eles sepultavam os companheiros de quatro patas nos mesmos locais em que enterravam os humanos mortos, e chegaram a escrever louvores emocionantes para os cães. "Eu tenho tantas lágrimas agora, carregando-o para seu local de descanso eterno, quanto estava no dia em que o levei para casa quinze anos atrás", diz um deles.
Areia sanitária para gatos só foi inventada em 1947
Cães e gatos não foram totalmente aceitos como membros da família até passarem a viver dentro de casa. Os xampus antipulgas e carrapatos começou a trazer os cachorros mais para perto no final dos anos 1800. Mas os felinos teriam que esperar até 1947, quando a areia sanitária foi inventada.
Legalmente, cães e gatos são um tipo de propriedade
Ainda que nós os enxerguemos como membros da família, e em alguns casos bebês peludos, a lei os classifica como uma propriedade, não muito diferente de um sofá ou uma torradeira. E um século atrás, eles eram tão desvalorizados que sequer poderiam ser classificados assim; pets poderiam ser roubados e mortos sem qualquer repercussão.
Mas as coisas estão mudando...
Nas últimas décadas, os juízes e a sociedade têm mostrado uma propensão maior em tratar animais de estimação como mais do que uma propriedade. Nos Estados Unidos, há casos de batalha pela custódia dos bichos em processos de divórcio, além de cada estado ter legislação própria contra a crueldade com animais. Ah, e cães e gatos também podem herdar dinheiro, e são resgatados em caso de desastre natural. Quase metade das pessoas que não evacuaram no furacão Katrina escolheu ficar por causa dos pets.
Cães já tiveram advogados
Houve pelo menos três casos legais nos Estados Unidos desde 2007 em que um juiz atribuiu um representante legal a um cachorro. Em 2012, por exemplo, um júri da Georgia escolheu um advogado para um pit bill que havia sido sentenciado à morte por atacar uma criança pequena. O advogado conseguiu defendê-lo, e o cão agora vive em um abrigo em Nova York.

Vamos gastar 60 bilhões de dólares com nossos animais esse ano
Graças a SPAs de cachorros, comida de gato orgânica, e cirurgia cardíaca para bichos, a projeção é que sejam gastos cerca de 60 bilhões de dólares com nossos companheiros de quatro patas. A indústria de bichos de estimação é a sétima maior dos Estados Unidos. O gasto dos norte-americanos com os pets é maior do que o orçamento de quase metade dos países do mundo. 

Só 30% das cidades estabeleceram metas para diminuir resíduo

Coordenador do Instituto Lixo Zero ressaltou que a Política Nacional de Resíduos Sólidos pôs os municípios numa corrida contra o tempo


Disponível em: < http://exame.abril.com.br/brasil/noticias>. Acesso em: 14 maio 2014
Flávia Albuquerque, da Agência Brasil


Lixão: centros urbanos funcionam recebendo recursos naturais e os degradando, diz vereador
São Paulo - Apenas 30% das cidades brasileiras estabeleceram metas para a redução de resíduos sólidos, disse hoje (12) o coordenador do Instituto Lixo Zero, Rodrigo Sabatini.
Ele participou de seminário na Câmara Municipal de São Paulo e defendeu o planejamento e a mudança de rotina para encaminhar quase todo o lixo de forma correta.
Para Sabatini, se a humanidade tem capacidade para criar e fabricar produtos, é capaz também de planejar e gerenciar o descarte ou a reutilização do lixo.
“Primeiro é preciso estabelecer uma meta e planejar. Se encaminharmos 90% do lixo corretamente já é ótimo. Uma vez estabelecendo uma meta, teremos profissionais estudando como chegar a essa meta. Esse é o princípio do lixo zero. Queremos estimular a mudança de hábitos”, declarou.
Segundo o coordenador, o conceito de lixo zero precisa ser compreendido pela população como algo que deve ser planejado para reduzir ao mínimo o envio de material para aterros sanitários ou incineradores.
Ele ressaltou que a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que obriga os grandes geradores de lixo a estabelecer metas para a diminuição dos resíduos, pôs os municípios numa corrida contra o tempo.
“Agora estamos em uma corrida muito perigosa porque não sabemos a qualidade dos projetos que virão para planejarmos a administração dos resíduos. A lei diz que o grande gerador tem de ter seu plano de gestão de resíduos sólidos. O número, nesse caso, é muito menor do que o de cidades. Existe uma crença de que a lei vai ser prorrogada de alguma forma, mas o Ministério Público já se pronunciou dizendo que vai fazer a lei ser cumprida”, alertou.
O vereador Ricardo Young (PPS) ressaltou que a única forma de transformar as cidades em sustentáveis é transformá-las em espaços urbanos regeneradores de serviços ambientais.
No entanto, os centros urbanos funcionam recebendo os recursos naturais e os degradando.
“Simplesmente acumulamos e não devolvemos nem regeneramos nada. Um dos grandes esforços do século 21 é mudar a natureza e o aglomerado urbano, transformando-o em espaço de reciclagem”, declarou.
Young defendeu a ampliação da reciclagem para transformar centros urbanos em concentrações capazes de reutilizar os resíduos: “Quanto mais conseguirmos recuperar, menor será nossa agressão ao meio ambiente e mais condições teremos de reduzir o enorme risco gerado pelas cidades”.

Ele ressaltou que o município de São Paulo é pioneiro na aplicação da Lei de Resíduos Sólidos.

USP São Carlos descobre remédio mais eficaz contra doença de chagas

Grupo desenvolveu composto capaz de inibir enzima de protozoário.

Ideia é deixar tratamento com menos efeitos colaterais aos pacientes.

 19/05/2014

Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2014/05>.  Acesso em: 19 maio 2014

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, descobriram uma forma de deixar o tratamento contra a doença de chagas mais eficaz e com menos sofrimento ao paciente. Após 15 anos de estudos, eles desenvolveram um composto capaz de inibir a enzima do Trypanossoma cruzi, protozoário responsável pela patologia, e impedir que o parasita se desenvolva no organismo.

Atualmente existem apenas dois medicamentos capazes de amenizar os sintomas da doença, que ainda não tem cura. Os pacientes que tomam remédios reclamam dos efeitos colaterais.  A ideia dos pesquisadores é, a partir desse trabalho, desenvolver um medicamento com princípio ativo mais seletivo que age somente nas áreas afetadas pelo parasita.
"Quanto maior a seletividade, maior será a eficácia desse medicamento, reduzindo então a dosagem que vai ser utilizada dele e o tempo requerido para o tratamento", explicou o professor Adriano Andricopulo, que lidera o grupo de estudos.

Pesquisa
A equipe de pesquisa inseriu o composto em contato com as células humanas infectadas pelo Trypanossoma. O objetivo era matar os parasitas, disse a pesquisadora Wanessa Fernanda Altei. “A proteína fica bloqueada por uma pequena molécula e isso vai impedir que ela exerça a sua função principal”, relatou o pesquisador Rafael Guido.

A partir de agora o composto será testado em animais. Caso a enzima do protozoário seja completamente eliminada, a previsão é que em cinco anos possa existir um novo remédio para combater a doença.

Segundo Andricopulo, a descoberta deve ajudar também a evitar outros males causados por parasitas. "Pode ser útil contra leishmaniose e doenças que têm vias bioquímicas parecidas e associadas. Talvez aí a gente tenha uma forma de desenvolver medicamentos”, disse.


Chagas
Levantamento do Ministério da Saúde aponta que três milhões de pessoas têm a doença de chagas no Brasil. Cerca de 70% dos portadores permanecem de duas a três décadas na chamada forma assintomática ou indeterminada da doença, quando os sintomas não aparecem, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A transmissão acontece pelas fezes do "barbeiro" depositadas sobre a pele da pessoa, enquanto o inseto suga o sangue. A picada provoca coceira e facilita a entrada do trypanossoma no organismo, o que também pode ocorrer pela mucosa dos olhos, do nariz e da boca ou por feridas e cortes recentes na pele, segundo a Fiocruz.

Outros mecanismos de transmissão são a transfusão de sangue de doador portador da doença, a transmissão vertical via placenta (mãe para filho), a ingestão de carne contaminada ou acidentalmente em laboratórios.

Ainda não há vacina contra a doença de chagas e sua incidência está diretamente relacionada às condições habitacionais, como casas de pau a pique, sapê etc. Cuidados com a conservação das casas, aplicação sistemática de inseticidas e utilização de telas em portas e janelas são algumas das medidas preventivas que devem ser adotadas, principalmente em ambientes rurais. A melhor forma de prevenção é o combate ao inseto transmissor.

Ministro garante que dengue não será problema na Copa

Diário do Grande ABC, 19 de maio de 2014.


Disponível em: < http://www.dgabc.com.br/Noticia>. Acesso em: 20 maio 2014

O Ministério da Saúde aponta que os casos de dengue no Brasil  estão em queda e que esse não será um problema para a Copa do Mundo, que começa em menos de um mês. Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, os números de 2014 refletem uma redução de mais de 67% em comparação ao que foi registrado em 2013 e, em todas as cidades sedes do Mundial, a tendência é de queda. Segundo os dados oficiais, em 2013 foram registrados 1,2 milhão de casos nos primeiros cinco meses do ano. Em 2014, o número foi de 394 mil. As vítimas fatais da dengue no Brasil em 2013 chegaram a 463, contra apenas 104 casos em 2014. "Isso é uma redução de 78%", disse o ministro, que nesta semana está em Genebra para reuniões na Organização Mundial da Saúde.

"Estamos em plena redução dos casos de dengue em todos os lugares", indicou o ministro. "Não há nenhuma sede e nenhuma cidade do Brasil que esteja vendo um incremento no número de casos. Em todas elas a taxa já caiu nas últimas três semanas ou um mês", explicou. Chioro garantiu que a dengue não é considerada como um problema nem para o governo e nem para a Fifa. "Não estamos preocupados. Estamos com muita tranquilidade sobre isso. No Rio de Janeiro, o caso está super controlado", garantiu. Segundo o ministro, todos os turistas receberão ao chegar no Brasil uma cartilha para orientar o que devem fazer em caso de emergência. Chioro indicou que até mesmo a direção da Fifa elogiou a preparação do Brasil no que se refere à saúde.

Casos de dengue caem 40% no Distrito Federal

Até agora foram registrados 4.920 casos contra 8.136 do mesmo período do ano passado
Disponível em:  <http://noticias.r7.com/distrito-federal>.  Acesso em 22 maio 2014.
Os casos de dengue caíram cerca de 40% nas primeiras 20 semanas epidemiológicas de 2014, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são da Secretaria de Saúde (SES/DF). Até agora foram registrados 4.920 casos confirmados da doença, enquanto na mesma época, em 2013, foram 8.136.
— Esses números são um reflexo do intenso combate que a SES, em parceria com a população, realiza contra a doença, afirmou a subsecretária de Vigilância à Saúde, Marília Coelho Cunha.  
Semanalmente, a pasta atualiza boletins epidemiológicos com números sobre os casos de dengue suspeitos e confirmados por região administrativa, conforme o Plano de Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue do Ministério da Saúde. Esse documento estabelece que a atualização seja mensal.  
Copa do Mundo
O trabalho de prevenção da dengue será reforçado para o Mundial. Entre os dias 26 e 31 de maio, a Secretaria de Saúde promoverá a campanha "Hora é Agora – Você está convocado para a Copa Dengue", com ações em todas as regiões do DF.  
Dos dias 26, 27, 28, 29 e 30 de maio, agentes da Vigilância Ambiental entregarão panfletos nas regiões de Planaltina, Gama, Sobradinho, Ceilândia e São Sebastião para orientar os moradores sobre o que deverá ser feito no "Dia D" - 31 de maio. Nesta data, as pessoas serão convocadas a tirarem de suas casas objetos que possam atrair o mosquito da dengue. 
Também no "Dia D", às 10h, será realizado um mutirão especial no Taguaparque com limpeza, orientação, ação e entrega de panfletos para os moradores da região que fica próximo ao local onde ocorrerá a Fan Fest.  

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Grandes cidades tem qualidade do ar piorada e oferecem riscos à saúde

Estudo sobre 1.600 cidades de 91 países constata que apenas 12% da população total destes complexos urbanos respiram ar conforme as normas da OMS


07/05/2014

Genebra- A qualidade do ar nas grandes cidades do mundo continua a se deteriorar, o que representa um sério risco à saúde das pessoas, alertou nesta quarta-feira (7/5) um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O estudo sobre 1.600 cidades de 91 países constata que apenas 12% da população total destes complexos urbanos respiram ar conforme as normas da OMS. "No geral, infelizmente, a situação da poluição do ar tem piorado", observa Maria Neira, diretora de Saúde Pública da OMS em Genebra.

As cidades mais afetadas por esta degradação estão em países em desenvolvimento, enquanto que as cidades de países ricos registraram uma melhora na qualidade de seu ar. "Muitos centros urbanos estão atualmente tão envolvidos em ar sujo que a silhueta de seus edifícios é invisível", lamentou Flavia Bustreo, diretora-geral adjunta da OMS, destacando o perigo deste ar para a saúde.

Em seu relatório anterior, publicado em março, a OMS havia considerado que a poluição de partículas finas deve-se principalmente à queima de carvão e aos motores a diesel dos veículos, que contribuiu para a morte de 3,7 milhões de pessoas em todo o mundo em 2012.

"A poluição do ar afeta seriamente a saúde, a situação é realmente dramática", declarou a jornalistas Neira. Essa poluição está associada com mortes por problemas cardíacos, doenças respiratórias e câncer de pulmão. Metade da população urbana mundial respira um ar em que os níveis de contaminação por partículas são pelo menos 2,5 vezes superiores ao considerado seguro.

Bogotá e Copenhague

As partículas em suspensão (PM) menores que 10 mícrons - 10 milionésimos do metro - podem passar às vias aéreas e provocar problemas respiratórios, enquanto as menores, de 2,5 mícrons, podem inclusive penetrar na corrente sanguínea.

O nível recomendado de partículas finas de 10 mícrons (PM10) é de 20 microgramas por metro cúbico, mas em Rawalpindi, no Paquistão, esta quantidade é 20 vezes superior e em Nova Délhi, na Índia, 28 vezes superior.



As partículas menores, PM2,5 (2,5 mícrons) são encontradas em concentrações dez vezes maiores do que o considerado suportável (10 microgramas por metro cúbico) na cidade paquistanesa e 15 vezes na capital indiana.

Neira destacou, no entanto, que a base de dados, elaborada principalmente com informações compiladas pelas próprias cidades, não pretende fazer uma classificação das cidades mais contaminadas do mundo. "Algumas das piores (...) não compilam dados regularmente", destacou.

Contudo, a OMS elogiou o efeito positivo que podem ter as políticas locais precisas sobre a qualidade do ar e deu o exemplo de Bogotá, na Colômbia, e Copenhague, na Dinamarca, onde a qualidade melhorou ao se favorecer do uso de transportes de massa e de bicicletas.

"Não podemos comprar garrafas de ar limpo, mas as cidades podem adotar medidas para melhorar a qualidade do ar e salvar a vida de seus moradores", ressaltou Carlos Dora, do Departamento de Saúde Pública da OMS.



As vantagens de adotar um cão idoso

Disponível em: <https://br.noticias.yahoo.com>. Acesso em: 08 maio 2014

Segundo a protetora Conceição Aparecida Vigliotti, os cães idosos sempre são deixados de lado em feiras de adoção e acabam muitas vezes passando a vida toda em Ongs e lares temporários, sem saberem o que é ter uma família de verdade. Ela aponta que apenas 1% dos cães idosos resgatados por ela, são adotados.
Para que os demais velhinhos não fiquem sem saber o que é um lar, Conceição os adota e os trata como filhos - um deles foi deixado com 9 anos em seu portão e viveu até 23. "Os adotantes não olham com os mesmos olhos para um cão que já tem entre 4 e 5 anos, eles acham que são velhos demais, que não são bonitinhos como os filhotes e que não se acostumarão com uma nova casa". Este tipo de atitude acontece pois nem todo mundo possui o discernimento de como é bom ter um cão idoso em casa. Eles são tão amáveis quanto filhotes e adultos, e possuem muitas vantagens, confira algumas delas.
1. Personalidade definida 
Muitos cães filhotes podem se tornar agressivos ou extremamente ciumentos quando crescem. Isto acontece devido à criação, muitas vezes, inconscientemente, mimamos os nossos pets de maneira exagerada, o que pode acarretar em um cão adulto que apresenta agressividade e ciúmes de outros animais, pessoas ou até crianças. Cães idosos já passaram por esta parte e não trarão surpresas comportamentais.
2. Nada de estripulias e objetos roídos: 
Os cães idosos não possuem a mesma energia dos cães filhotes e adultos. Em sua grande maioria, passam a maior parte do tempo quietinhos e fazendo companhia aos donos. Estes velhinhos adoram passeios calmos, 'assistir' TV na sala ou deitar no pé da cama na hora de dormir. Por isso não vão roer seu celular novo ou a ponta do seu sapato preferido.
3. Passeios com tranquilidade
Os cães mais velhos passeiam com mais calma e tranquilidade, não puxam e nem 'arrastam' quem está na guia e 15 minutos diários já são suficientes para deixá-los felizes e contentes! Dê preferência para o período da manhã (até as 10:00) para que o cão pegue o sol, pois a radiação solar na pele estimula a produção da Vitamina D antirraquítica e colecalciferol: ótima para os ossos.
4. Brincadeiras e aprendizados
Está enganado quem acha que cães idosos não brincam ou aprendem truques. A idade não interfere em nada na inteligência do cão, na verdade o aprendizado do que pode e o que não pode na casa, é mais fácil com cães que não são filhotes.
5. Companheiros de primeira: 
Os velhinhos possuem uma alta sensibilidade emocional, por isso não vão pedir para brincar se perceberem que seu dono está cabisbaixo ou triste. Muitos donos de cães idosos dizem que, nestes casos, o comum é que eles deitem perto do seu dono e façam companhia.
6. Expectativa de vida alta: 
Cães vira-latas em geral possuem uma alta expectativa de vida, chegando normalmente aos 17 anos de vida ou mais. Há registros de uma cadelinha, chamada Bella, que viveu 29 anos e faleceu em 2003 de ataque cardíaco na cidade inglesa de Lincolnshire, seus donos a adotaram quando ela tinha 3 anos de idade e viveram 26 ao lado dela.
E para te inspirar, leia o relato de Ana Paula Tolentino, uma adotante de um cão idoso:
Amo cães, todos são lindos: desde aquele com a raça mais pura até os bons e fiéis "vira-latas". Desde o "mais bebezinho" que faz gracinhas e chama a atenção de todos até os de muita idade. O meu amor é verdadeiro em qualquer dos casos, mas confesso que tenho apreço especial justamente pelos últimos: velhos, abandonados, desprezados, doentes ou jogados à própria sorte. São exatamente eles que ganharam meu coração ao longo desses anos de amor incondicional pelos cães. Dentre tantos que tive o prazer do convívio, uma em especial abriu meu coração para o amor e dedicação de corpo e alma: Malu. Eu a vi nascer, foi cria de uma Cocker perdida ou abandonada, idosa e cheia de doenças, que recolhi das ruas numa noite de feriado de Finados. Apesar de todo amor que tínhamos por ela, não pudemos evitar uma agressão que sofreu durante uma invasão a nossa casa. Junto com a agressão vieram sequelas, tratamentos e cirurgias, e aos 13 anos de idade, Malu precisou me deixar para alcançar o paraíso merecido.
Dois anos depois de muita dor e saudades, uma criatura de Deus foi abandonada quase em frente a minha casa. Seus donos se mudaram e claro, não havia lugar pra ele na mudança. Os vizinhos se incomodavam com a presença dele, atirando pedras, jogando bombas e tentando agredi-lo. O recolhi em meio a uma discussão com um vizinho que chamou o CCZ para recolher o cão. Bom, na presença da polícia e do CCZ eu adotei aquele anjo, que era velho e vira-latas, quase sem dentes e nada sociável por conta de todo o sofrimento vivido até ali, ninguém o queria. "Creuzo", o feio mais lindo que eu tive a sorte de ter ao meu lado por 2 anos, tinha aproximadamente 16 anos de vida e 2 anos foram repletos de cuidados, carinho e amor que o transformaram numa criatura doce. Infelizmente após uma internação urgente, ele também foi pro paraíso canino morar ao lado de tantos outros seres de alma plena.
Um pouco mais de mês de dor e o vazio, eu estava navegando nas redes sociais, quando vi um pedido mais que especial. De alguma forma, após muitos compartilhamentos, chegou até mim uma solicitação tocante feita por uma voluntária do CCZ de São Paulo (hoje minha amiga) Keké Flores. Ela implorava a adoção um cão idoso, vira latas de temperamento fácil, calmo, sofrido com sequelas de maus tratos, um câncer de boca e abrigado há mais de 4 anos no CCZ. Ele era branquinho feito um queijo japonês, por isso seu nome: Tofu. Chorei dias e noites seguidas me lembrando de cada palavra que contava a história dele e prometi a mim mesma que faria qualquer coisa para trazer ele pra mim. Deixei convite para ela me aceitar como amiga, liguei em todos os telefones, deixei recados e no terceiro dia de desespero ela me retornou. Pedi encarecidamente que não entregasse ele a ninguém porque no dia seguinte eu iria buscá-lo. Mas enquanto conversava com ela, visualizei outros posts com solicitação de adoção. Dentre eles, outro me chamou a atenção: Bilu. Ele tinha uma história muito triste de abandono e 3 readoções. Não era velho, mas vi nele a esperança de trazer Tofu de volta pra uma vida real. Quando cheguei no CCZ para buscar meu Tofu, eu me apaixonei pelo Bilu também. Todos tinham a certeza de que Tofu era mudo, nunca havia latido, só andava devagarinho, cabisbaixo. Mas com apenas 3 dias em casa, Bilu o ensinou a latir e correr! Chorei muito...mandei vídeos pra Keké, que foi a voluntária responsável pela adoção, para mostrar a todos do que o velho Tofu era capaz!
Os dois se amam, estão sempre juntos e tenho certeza - pela maneira que erguem os olhos para mim - que são gratos pelo amor que compartilhamos. Nunca comprei um cachorro, pois amigos verdadeiros não tem preço! E os animais idosos não são dispensáveis e inúteis como a maioria dos seres desumanos julgam e por menos tempo que tenham de vida, merecem saber como é ter um lar e uma família com amor. Se adotados, serão criaturas verdadeiras, amáveis e eternas no coração de quem os der abrigo e carinho.


Pela primeira vez, vacina contra a dengue chega à fase mais avançada de testes em humanos

Empresa francesa obteve resultado de 56% de redução no número de casos. Projeto segue em direção à meta da OMS, que pretende reduzir número de mortes por dengue em 50% até 2020

 Disponível em: <http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/05/08/noticia_saudeplena,148549>.  Acesso em: 08 maio 2014

 

Imagine que, em uma população de um milhão de pessoas, 560 mil estariam protegidas do vírus da dengue. Esta é a tradução do resultado obtido nos testes da vacina contra a doença aplicada em 10 mil voluntários na Ásia. Crianças e adolescentes de 2 a 14 anos das Filipinas, Indonésia, Vietnan, Malásia e Tailândia foram divididas em dois grupos – um recebeu a vacina e o outro, placebo.


Há 50 anos, a ciência persegue essa forma de evitar uma doença que infecta mais de 50 milhões de pessoas por ano no mundo. A pesquisa do laboratório Sanofi Pasteur, que envolve no total 40 mil voluntários em vários países, inclusive no Brasil, é a única que conseguiu chegar a um passo tão avançada no desenvolvimento, a chamada fase 3, com resultados considerados satisfatórios. Até então, o melhor índice alcançado havia sido de 30%. 

Pesquisadores brasileiros também estão nessa corrida, mas os trabalhos encontram-se em etapas anteriores. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por exemplo, desenvolve uma versão com financiamento 100% público, prestes a ser testada em macacos. Já a Universidade de São Paulo (USP) realiza, em 2014, os primeiros testes da vacina em humanos, com um grupo pequeno de voluntários.
O estágio atual da pesquisa francesa teve início em 2011, mas os estudos começaram há mais de duas décadas. De acordo com a gerente do departamento médico da Sanofi, Sheila Homsani, a vacina demonstrou um perfil de segurança compatível com o placebo, ou seja, nos dois grupos participantes dos testes, foram relatadas apenas reações leves e esperadas. “Uma das grandes dificuldade para o desenvolvimento da vacina contra a dengue é oferecer um produto imunobiológico que proteja contra os quatro tipo de vírus circulantes no mundo, de forma estável e segura. Foram várias tentativas, realizadas por diversos laboratórios”, explica.

O médico referência em imunização José Geraldo Ribeiro, diretor científico da Imunológica Vacinas Humanas, pondera que o número apresentado – 56% - ainda é preliminar. “A expectativa é de que, até o segundo semestre, sejam divulgados os resultados em relação a cada tipo de vírus, para que se tenha uma ideia melhor da possibilidade de uso dessa vacina. Nos estudos de fase 2, com um número de voluntários mais restrito, houve uma eficácia de 60% em relação ao tipo 1 e de 90% em relação ao tipo 4, por exemplo. Já a eficácia em relação ao tipo 2 foi mais baixa”, completa Ribeiro. 

O especialista avalia que, no cenário atual, em que o controle do vetor – o Aedes Aegypti – enfrenta grandes dificuldades devido à perfeita adaptação do mosquito à vida urbana, a vacina com as características apresentadas até agora já seria bem-vinda. “A dengue está se tornando uma doença de importância pediátrica, e as crianças estão adoecendo de forma grave. Uma vacina com esse índice de sucesso e segurança já seria fundamental para a prevenção, e já poderia ser usada em larga escala até que surgisse uma mais eficiente”, detalha o médico.

Sheila Homsani destaca que a empresa já aproxima-se da fase de registro, fabricação em escala industrial, aprovação junto às agências reguladoras e lançamento dos produtos. As vacinas serão produzidas em uma fábrica totalmente dedicada à dengue na localidade francesa de Neuville-sur-Saône. A partir daí, o fornecimento para as redes públicas e privadas de cada país seriam negociados com os ministérios e distribuidores locais. A previsão de início deste processo é o final de 2015.

Crianças brasileiras vacinadas
No Brasil, a fase 3 não está longe dos resultados asiáticos. Aqui, 3.550 crianças e jovens de 9 a 16 anos já tomaram as três doses previstas, nas cidades de Natal, Fortaleza, Goiânia, Vitória e Campo Grande. Os testes são realizados em parceria com universidade locais. Em toda a América Latina, serão 20 mil voluntários. “Até o final de 2014, esperamos ter todos os dados consolidados, lembrando que pode haver variação de resultados de país para país, em função de fatores característicos de cada ambiente e da população”, esclarece Sheila Homsani.

A OMS tem como meta reduzir o número de mortes por dengue em 50% até 2020. “O índice obtido com essa vacina aproxima-se do necessário para alcançar essa meta, mas é importante que as três doses sejam aplicadas”, alerta a médica. Sheila completa que, no Brasil, as crianças pequenas têm ampla cobertura vacinal, mas depois que crescem, deixam de ser imunizadas. “Quase metade da população brasileira deixa de tomar os reforços e doses necessárias na idade adulta. Esse 'detalhe' é muito importante para o sucesso da prevenção”, esclarece.

A variedade de tipos do vírus da dengue sempre representou o maior desafio à produção de uma vacina contra a doença. A partir dos resultados individualizado em relação aos tipos existentes – 1,2,3,4 –, cada região do globo, inclusive o Brasil, deverá refletir sobre o impacto da imunização. Isso deverá considerar o cenário de vírus circulantes. Em 2014, por exemplo, observou-se maior circulação do tipo 1 no país. Em 2013, o destaque foi o tipo 4. No momento, não temos nenhuma vacina contra a doença, que infecta dezenas de milhões de pessoas todos os anos e provoca milhares de mortes. Qualquer vacina segura que chegue ao mercado já será boa. O que todos nós não podemos esquecer, no entanto, é que o processo até chegar à distribuição no SUS é longo. Em uma visão otimista, isso acontecerá daqui a dois ou três anos. Não podemos relaxar com as medidas atuais de prevenção e de eliminação dos focos do mosquito em nossas casas.


José Geraldo Ribeiro, médico referência em imunização