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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Aplicativo virtual vai ajudar no combate à dengue


Sara Vasconcelos
repórter
21 de Junho de 201

A dois cliques do celular, tablet ou desktop, o aplicativo “Observatório da Dengue” com  tecnologia de geolocalização por informações via satélite em smartphones conectados à internet une ciência e gestão pública no combate contra a dengue. Desenvolvido por pesquisadores da UFRN e Secretaria Municipal de Saúde, a ferramenta permite a população denunciar locais de infestação do mosquito Aedes aegypti e os casos de pessoas com sintomas da doença para agilizar as ações públicas. 

De manuseio simples, feito a baixo custo e prometendo amplo alcance e eficiência, é difícil ao ouvir a descrição técnica feita pelos pesquisadores não imaginar: “como ninguém pensou nisso antes?” A sensação é tão universal que ganhou repercussão mundial, depois que a  agência de notícias francesa, a AFP, noticiou o projeto, na última semana, sendo replicada em pelo menos 60 jornais e revistas de 22 países.

Quando cruzadas pelo sistema, as informações dão um panorama de onde ocorrem os surtos e até epidemia, além de quantos e onde estão os pacientes que precisam de atendimento médico. O envio e monitoramento desses dados, em tempo real, à uma central de informação alertará a SMS para destinar a atuação de agentes de endemias e também agentes de saúde, nas áreas com maior risco identificado, de forma mais rápida e direcionada.

Pensado pelo epidemiologista  do Departamento de Atenção Básica da SMS, Ion Andrade, e executado pelo professor Ricardo Valentim, coordenador de Tecnologia da Informação e Comunicação da Sedis/UFRN, projeto complementar faz parte de um sistema homônimo e  mais amplo, que irá mapear e monitorar os casos alimentando o banco de dados do Município, em uma parceria com a UFRN e o Telessaúde Brasil. 

A diferença entre os projetos, explica Ricardo Valentim, é que este aplicativo do usuário “é capaz de integrar a população ao controle e combate aos casos de dengue, permitindo ao gestor público uma visão mais real para planejar  ações”, observou Valentim.

Para um estado com baixa resolutividade em serviços de saúde e com o menor crescimento do PIB do país nos últimos anos,  observa os pesquisadores, fazer ciência desenvolvendo tecnologia de ponta que poderá ser usada em todo o mundo  coloca o estado na dianteira do controle da doença. 

Embora mais simples, o projeto complementar tem uma resolutividade maior, segundo o epidemiologista. “ É um trabalho de prevenção, não estamos em epidemia. A SMS pode ter ações para impedir o surto circular para outros bairros e que mais pessoas adoeçam”, destaca Andrade.  “A repercussão vem justamente do fato de dar uma solução simples a um problema complexo”, disse.

Com  tecnologia responsiva, ou seja, que se adapta a qualquer plataforma e fabricante, o aplicativo deverá estar disponível para ser baixado pela população até o final do mês.

Observatório
Em fase de testes pilotos, o Observatório da Dengue de Natal depende de um convênio para  atender as demandas da Secretaria Municipal de Saúde. O sistema fará o mapeamento das rotas feitas pelo agente de endemias e dispara três níveis de alerta (campanhas educativas, visita de agente de endemia ou uso do carro fumacê) de acordo com o nível de infestação dentro de um plano de contingência. 

Além de dar mais celeridade e permitir planejamento de ações, explica o professor Ricardo Valentim, as informações irão refletir em redução do gasto de recursos públicos por meio da otimização da força de trabalho. Hoje, as informações chegam a Secretaria em média com 30 a 45 dias da notificação de focos de infestação, o que retarda a tomada de decisões.  

A tecnologia irá demandar infraestrutura e investimentos por parte da SMS. Durante a vigência do projeto, a proposta é que o sistema use o Laboratório de Inovação Tecnológica da Saúde do Hospital Universitário Onofre Lopes. Depois poderá ser transferido ao Município.





Copa já gerou mais de 43 toneladas de resíduos em Brasília

Nas duas primeiras partidas que a cidade recebeu foram produzidas 43,2 toneladas de lixo no estádio Mané Garrincha e na área destinada à Fifa Fan Fest

Andreia Verdélio, da Agencia Brasil.

24/06/2014 

Brasília - Brasília já foi palco de três jogos da Copa do Mundo e nas duas primeiras partidas foram produzidas 43,2 toneladas de resíduos no Estádio Nacional, o Mané Garrincha, e na área do Taguaparque, destinada à Fifa Fan Fest.
Segundo o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do Distrito Federal, 102 garis se dedicam à limpeza do estádio e mais 90 trabalhadores à Fan Fest.
No primeiro jogo na capital federal, entre o Equador e a Suíça, foram recolhidas 3 toneladas de lixo seco da área externa do Mané Garrincha e 7 toneladas de lixo orgânico.
O público que assistiu a essa partida foi 68.351 pessoas. No mesmo dia, na Fifa Fan Fest, os garis recolheram mais de 20 toneladas de lixo seco.
No jogo entre a Costa do Marfim e a Colômbia, com 68.748 torcedores, foram coletados no estádio 4 toneladas de lixo seco e 6,7 toneladas de lixo orgânico. Na Fifa Fan Fest, o total de material seco chegou a 2,5 toneladas.
O SLU ainda não contabilizou o que foi recolhido no jogo de ontem, entre o Brasil e Camarões, que teve público de 69.112 torcedores.
Segundo o órgão, o lixo orgânico é destinado ao Lixão da Estrutural, o depósito de resíduos da cidade que recebe mais de 2 mil toneladas de lixo por dia.
Os recicláveis são enviados para a cooperativa de catadores 100 Dimensão, que faz a triagem do lixo seco produzido nessa Copa do Mundo.
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) informou que o Brasil deverá gerar um volume adicional de cerca de 15 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos durante a Copa, incluindo o total gerado com o turismo, nos estádios e nas Fan Fests que ocorrem nas cidades-sede do torneio.
Segundo a associação, que representa as empresas que atuam nos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, as cidades em que haverá maior geração de lixo são Brasília (1.827,66 toneladas), São Paulo (1.681,20 toneladas), Rio de Janeiro (1.616,63 toneladas) e Fortaleza (1.467,16 toneladas).
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) contemplou seis cidades-sede com R$ 2,3 milhões para as operações de limpeza - Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal e São Paulo.
A iniciativa para estimular a coleta seletiva visa a fortalecer a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina que até 2 de agosto deste ano apenas rejeitos orgânicos deverão ser enviados para os aterros sanitários.

Os recursos foram usados em capacitações, gastos com remuneração, aquisição de uniformes e equipamentos de proteção, alimentação e transporte dos catadores, logística para transporte do material coletado e divulgação das ações de coleta seletiva solidária.

Testes apontam tratamento mais eficaz contra a Doença de Chagas

Pesquisa da USP chega a molécula mais eficiente para matar o parasita e menos tóxica para infectados


24/06/2014

 

Pesquisadores da USP em Ribeirão Preto encontraram uma molécula que inibe o crescimento do Trypanossoma cruzi, parasita que causa a doença de Chagas.
Cerca de 10 mil pessoas ainda morrem anualmente pela doença e entre 7 a 8 milhões encontram-se infectadas no mundo.
“A doença possui apenas um tratamento aprovado pela Anvisa, envolvendo o fármaco benznidazol, em uso há mais de 40 anos”, explica Ivone Carvalho, professora de Química Farmacêutica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP. “O tratamento com o benznidazol não é totalmente satisfatório, por isso o desenvolvimento de novas alternativas ao uso do fármaco é bastante relevante”.
A partir de modificações de benznidazol, os pesquisadores encontraram uma molécula que mostrou uma atividade cinco vezes melhor que o medicamento na eliminação do parasita. Durante testes “in vitro”, foi constado que, além de matar o T. cruzi, a molécula não foi tóxica para a célula.
“Os próximos passos envolvem estudos de atividade ‘in vivo’ com camundongos, também a serem realizados na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto”, afirma Carvalho.
De acordo com a pesquisadora, o benznidazol foi usado como modelo para sintetizar novas moléculas, justamente por ser o fármaco disponível no mercado e, portanto, pode facilitar a descoberta de novos derivados mais potentes.
“A pesquisa tem como objetivo obter um fármaco melhor que benznidazol para que elimine o parasita também nos casos crônicos, tenha menos efeito colateral e não permita o desenvolvimento de resistência dos parasitas ao medicamento”, finaliza.
Brasil tem três milhões com a doença
De acordo com informações do Ministério da Saúde, estima-se que o Brasil tem entre dois e três milhões de pessoas com a doença de Chagas.  
Ela é adquirida por meio do contato com as fezes do inseto infectado pelo parasita. O Trypanosoma cruzi entra no sangue a partir do contato das fezes do inseto “barbeiro” através da pele ferida, mucosa do olho ou pela ingestão de alimentos contaminados. 

Pode ocorrer também pela transfusão de sangue ou transplante de órgãos de pessoas com a doença. Além disso, a doença pode ser transmitida da mãe infectada para o recém-nascido.

União poderá pagar indenização a funcionários da extinta Sucam contaminados por DDT

A intenção é compensar os ex-“guardas da Sucam”, funcionários que aplicavam o DDT no combate a doenças endêmicas como malária e febre amarela.

25/06/2014


Ex-servidores da extinta Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam) poderão receber indenização de R$ 100 mil caso tenham sido contaminados pelo dicloro-difenil-tricloroetano (DDT). A possibilidade de indenização, que também pode beneficiar familiares de funcionários já falecidos da Sucam, consta da Proposta de Emenda à Constituição 17/2014, de autoria do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que aguarda relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

A intenção é compensar os ex-“guardas da Sucam”, funcionários que aplicavam o DDT no combate a doenças endêmicas como malária e febre amarela. Esses agentes de saúde tinham contato direto com a substância, altamente tóxica, mas utilizada em larga escala no Brasil durante décadas, até o início dos anos 1990, principalmente na Região Norte.

A PEC acrescenta o artigo 54-A ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição, concedendo não apenas a indenização, mas também tratamento médico e psicológico aos ex-servidores da Sucam, portadores de doenças graves em decorrência de contaminação pelo inseticida.

Ao justificar a iniciativa, Valdir Raupp explicou que atualmente a fabricação, importação, exportação, manutenção em estoque, comercialização e uso do DDT estão proibidos em todo o Brasil graças à Lei 11.936/2009, proposta pelo ex-senador Tião Viana (PT-AC). À época da publicação da lei, mais de 40 países já haviam banido a utilização do produto, por constatarem que ele atacava não somente as pragas agrícolas ou vetores de doenças contra os quais era empregado, mas destruía, indiscriminadamente, outras espécies da fauna e da flora nativas.

– O Estado brasileiro baniu de seu território um produto mundialmente conhecido como nocivo ao meio ambiente e ao ser humano sem, entretanto, cuidar da saúde daqueles que foram prejudicados pela negligência nacional – argumentou o senador, lembrando que muitos trabalhadores que manusearam o DDT morreram ou se encontram inválidos em decorrência da contaminação.

O tema já foi discutido pelo Senado em audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) em outubro de 2011.

De acordo com a proposta de Valdir Raupp, a União deverá elaborar um programa de tratamento médico e psicológico aos ex-servidores e seus familiares, desde o diagnóstico inicial das doenças até o final da vida.

Depois de analisada na CCJ, a PEC precisará ser aprovada em dois turnos no Plenário do Senado e também da Câmara dos Deputados, com aprovação mínima de três quintos dos votos em cada uma das Casas.

Parceria com alemães deve aumentar capacidade de prever dengue no Rio

25/06/2014
Uma parceria entre a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro e o governo da Alemanha pode aprimorar no curto prazo as ações de combate à dengue. Preocupado com sua delegação nos Jogos Olímpicos de 2016, o país europeu firmou um acordo com o Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o governo do Rio para ceder equipamentos e experiência em vigilância epidemiológica para detectar que tipos de vírus estão circulando na cidade com o Aedes aegypti, o mosquito transmissor.
Sem essa metodologia, os dados sobre o tipo de vírus predominante em determinada época só podem ser conferidos com um levantamento de sorologia das pessoas já infectadas. A nova técnica consiste em capturar mosquitos e analisá-los, para saber se estão contaminados e com que tipos de vírus.
“Fazer essa identificação antes permite que algumas medidas sejam tomadas, para preparar os serviços de saúde e prever uma epidemia com maior grau de certeza”, explicou o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde, Alexandre Chieppe.
O projeto está em uma fase piloto e uma equipe de 10 agentes já começou a fazer a coleta em áreas próximas aos locais de competição dos Jogos Olímpicos e unidades de saúde da capital. Por enquanto, o interior do estado só será incluído na coleta em casos específicos, como a identificação de um vírus novo em alguma cidade.
Além de armadilhas para capturar os mosquitos, eles usam uma espécie de aspirador que suga grandes quantidades do inseto para levá-los ao laboratório, onde são catalogados por gênero e raça.  Depois, eles são acumulados em um equipamento que verifica se estão contaminados e por quais tipos de vírus.
Além da dengue, a pesquisa pode detectar a entrada do vírus Chikungunya no estado, que, além dos sintomas da dengue, causa dores musculares que podem durar meses. Uma das maiores preocupações, no entanto, é o vírus da dengue tipo 3, que não circula com intensidade no Rio de Janeiro desde 2002. “A população está mais suscetível a ele porque não circula há mais tempo. Todo mundo que nasceu depois disso, por exemplo, não está imune”, explicou.
Se os testes detectarem alta circulação do vírus tipo 3, a secretaria deverá intensificar as ações de prevenção e preparar as unidades de saúde para identificar os sintomas da dengue. “Na medida em que vamos tendo os resultados, eles mudam nossa forma de atuação. Se tivermos uma resposta positiva quanto à circulação do vírus tipo 3, isso muda o planejamento já para o ano que vem”.