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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Hospital de campanha para pacientes da dengue começa a funcionar no DF


A estrura montada ao lado do Hospital Regional de Brazlândia vai permanecer na região até que avanço da doença nos municípios goianos da Região Metropolitana de Brasília (RMB) esteja controladoCorreio Braziliense. Brasília-DF,  02 de maio de 2013. Caderno Cidades.
Na tenda complementar, médicos fazem testes com resultados em até 10 minutos (Divulgação/Pedro Ventura/Agência Brasília)
Na tenda complementar, médicos fazem testes com resultados em até 10 minutos

Com o objetivo de oferecer assistência médica para tratar os casos de dengue em Brazlândia, foi montado na quarta-feira (1º/5) o Hospital de Campanha, ao lado do hospital regional da cidade. A estrutura inflável, que comporta os aparelhos para atendimento e conta com equipes de médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem, começou a funcionar nesta quinta-feira (2/5) e deve permanecer na cidade até que o avanço da doença nos municípios goianos da Região Metropolitana de Brasília (RMB) esteja controlado.

O Ministério da Sáude cedeu a estrutura e conta com três consultórios, sala de observação e tenda complementar para realização de testes com resultados em até 10 minutos. 

"Nós iremos atender com o mesmo cuidado e a mesma dignidade todas as pessoas que procurarem os serviços de saúde do DF", afirmou o governador Agnelo Queiroz, ao visitar a estrutura montada em frente ao Hospital Regional de Brazlândia (HRB).

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Para receber o atendimento, o paciente deve, primeiro passar por triagem feita no hospital regional, que o encaminhará para a unidade especializada caso os sintomas forem semelhantes aos da dengue.

No local, os médicos podem confirmar o diagnóstico e, dependendo do quadro, vão solicitar exames complementares para tomar providências como a reidratação do doente e a aplicação de medicação.

O surto de dengue que o Entorno enfrenta causou aumento na demanda por atendimento no pronto-socorro de Brazlândia. O HRB teve acréscimo de 12% na procura por atendimento no pronto-socorro da clinica médica. A maioria desses pacientes apresenta suspeita de dengue e 90% são do estado de Góias.

À espera de um lar


Todos os dias, em média seis animais são adotados no Centro de Controle de Zoonoses, mas o número ainda é pequeno. Diariamente, 15 bichos de estimação acabam abandonados nas ruas do DF

» ISABELA DE OLIVEIRA
Correio Braziliense. Brasília-DF,  02 de maio de 2013
Lívia e André Bandeira com seus oito animais, dois deles adotados: o último é um pincher abandonado pelo dono após um acidente (Edilson Rodrigues/CB/D.A Press)
Lívia e André Bandeira com seus oito animais, dois deles adotados: o último é um pincher abandonado pelo dono após um acidente

A servidora Kátia Paiva e a gatinha Iara, hoje com 4 anos:
A servidora Kátia Paiva e a gatinha Iara, hoje com 4 anos: "Quando a pessoa compra um animal, na maioria das vezes é para satisfazer um capricho"
O movimento no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é intenso quando, às 11h, os animais podem receber visitantes à procura de um novo amigo. São cães e gatos desabrigados, muitos no corredor da morte por serem portadores de doenças infecciosas ou por possuírem comportamento agressivo demais para adoção. Todos eles, em algum momento da vida, foram abandonados por seus donos. Muitos possuem histórico de maus-tratos. Apesar da dificuldade e da precária estrutura, a equipe do CCZ tenta humanizar os atendimentos e evitar os sacrifícios. 
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, cerca de 1.680 cães e gatos foram adotados em 2012, média de seis por dia útil. Mas a procura ainda é pequena se comparada à quantidade de bichos abandonados diariamente nas ruas do DF. As autoridades sanitárias estimam que, todos os dias, 15 animais sejam deixados nas ruas por seus donos.

É o caso de Tony, que foi abandonado pela família após sofrer um acidente. Ele foi resgatado pela servidora pública Lívia Faria Bandeira, 35 anos, que salvou o cãozinho com poucas chances de sobreviver. Tony perdeu os movimentos das patinhas traseiras quando, conforme consta em seu histórico médico, foi atingido por um portão. O antigo dono abandonou o cachorro de raça pincher no Centro de Zoonoses após cinco meses do acidente, período em que tentou tratá-lo em casa. Durante esse tempo, o animal não conseguia nem sequer de movimentar. “Os veterinários tentaram convencer o antigo proprietário de que ele poderia levar uma vida normal, mas mesmo assim ele recusou”, contou Lívia.

Quando soube que Tony corria risco de morrer, ela não pensou duas vezes e o adotou. Lívia teve apoio do marido André Bandeira Vilhão, educador físico de 37 anos, que a ajudou com a despesa de cirurgias e medicamentos para o tratamento da mascote, o oitavo integrante da matilha liderada pelo casal. Além dele, a mestiça Olga foi retirada do CCZ. Ainda filhote, ela integra o grupo temporariamente, até que o casal encontre uma família que aceite adotá-la. Tony já ganhou uma cadeirinha e passa por sessões de fisioterapia. Com os chihuahuas Noel Rosa e Nelly, ele leva uma vida mansa e normal. Usa fraldas e rasteja pela casa com a mesma disposição de um cão fisicamente saudável. “Esperamos a liberação do veterinário para que ele possa andar por aí com a cadeirinha, que será adaptada”, comemora Lívia.

Felinos
Outro caso com final feliz é o da gatinha Iara. Ela foi adotada pela servidora pública Kátia Medeiros Paiva, 46 anos, em 2009. Iara, de 4 anos, foi resgatada do CCZ quando Kátia decidiu salvar alguns dos animais condenados. “Acabei levando seis bichos para casa, uns em um saco e outros em uma caixa, e Iara entre eles. Repassei-os a uma protetora independente, mas acabei ficando com essa gatinha, que foi levada ao veterinário, internada e medicada”, relembra a servidora.

Ela, que já adquiriu dois cães da raça lhasa apso em um petshop, conta que “quando a pessoa compra um animal, na maioria das vezes, é para satisfazer um capricho”. Kátia diz que na época não tinha a consciência de que, pela adoção, poderia ajudar um pet em situação de vulnerabilidade. “A pessoa que resgata recebe um bichinho que veio de um cenário de sofrimento, passou por dificuldades e pode até ter sido maltratado pelos antigos donos. Isso o torna especial.”

Lucia d’Andurain, gerente da Diretoria de Vigilância Ambiental, ressalta que o CCZ é responsável por zelar pela saúde pública e controlar doenças como a raiva, a leishmaniose, a leptospirose e a hantavirose. “Muitas pessoas pensam que somos um abrigo de animais, mas estão equivocadas. O CCZ também não é responsável por animais de rua, apenas por aqueles que oferecem risco à saúde pública. O animal é de inteira responsabilidade do dono”, explica a veterinária.

Apesar das limitações, o centro abriga animais e promove feiras de adoção com panfletos que ensinam sobre a posse responsável . Há cerca de seis anos, animais que não conseguiam ser adotados eram sacrificados automaticamente. “Estamos tentando fazer um serviço mais humanizado, embora esse não seja o objetivo do controle de zoonoses. Agora, só cães muito doentes, com leishmaniose, por exemplo, ou animais violentos é que são sacrificados” destaca a médica.

Marcel Pereira, especialista em comportamento animal e coordenador técnico da Merial, empresa que atua no desenvolvimento de tecnologia voltada para a saúde animal, afirma que é preciso ponderar antes de incluir um novo membro na família. “Às vezes, vamos pela empolgação na tentativa de ajudar um bichinho sem lar. As pessoas acabam comprando ou adotando por impulso e esquecem que ele pode ficar doente e vai ficar velhinho”, adverte.

O especialista ressalta que é necessário avaliar se a família terá paciência e disposição para lidar com as necessidades fisiológicas do animal, além de condição econômica para prover uma vida digna, com assistência médica e alimentação adequada. Marcel indica os gatos como mascotes para pessoas com rotina mais atribulada. “Eles são mais independentes e não necessitam de tanta atenção quanto um cachorro. Então são indicados para pessoas que passam mais tempo fora de casa ou viajam muito.”
Fique atento
Requisitos
Para adotar, é necessário ter mais de 18 anos
e apresentar à Zoonoses um documento de identidade. O proprietário também assina
um termo de responsabilidade

Endereço
A Zoonoses fica no Setor de Áreas Isoladas Norte (SAIN), Estrada Contorno do Bosque, Lote 4, próximo ao Hospital do Câncer Infantil

Horário
De segunda a sexta-feira, das 11h às 17h

Mais informações
3343-8813, 3343-8812, 3343-8803

Esponja em pó


TECNOLOGIA »Pesquisadores apresentam material capaz de absorver poluentes da água sem causar danos ao meio ambiente. Feita a partir do grafeno branco, a substância poderá ajudar na recuperação de sistemas aquáticos afetados por vazamentos de óleo

ROBERTA MACHADO
Correio Braziliense. Brasília-DF,  01 de maio de 2013. 

Uma parceria entre pesquisadores da Austrália e da França divulga hoje os resultados de um trabalho que usa os poderes da nanotecnologia para o tratamento de águas poluídas. Os cientistas usaram o “grafeno branco”, mesmo material adotado pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) para proteger naves de micrometeoritos, para desenvolver um tipo de esponja em pó que absorve de tudo, menos água. Quando jogados em um líquido contaminado, os minúsculos fragmentos de nitreto de boro (BN) trabalham como um ímã para poluentes. A técnica, que ainda passa por estudos laboratoriais, pode ser adotada no tratamento de resíduos de indústrias como óleos ou tinturas.
A invenção foi divulgada na revista Nature Communications, cujo site exibe um vídeo em que o poder da substância é demonstrado. Em um pequeno recipiente, uma pipeta pinga algumas gotas de óleo escuro sobre o volume d’água. Logo o líquido viscoso se espalha e forma uma mancha na superfície transparente. Quando o grafeno branco é acrescentado, a sujeira começa a formar uma bolota com o material sólido, que suga o óleo rapidamente. Esse detrito, explicam os pesquisadores, continua a flutuar na água sem se molhar, graças às propriedades hidrofóbicas do material. Basta retirá-lo do recipiente, sem qualquer tipo de filtragem.

A substância foi testada em pequenas proporções, mas os criadores da técnica acreditam que ela também possa ser usada em situações de porte maior, como o tratamento de resíduos de indústrias inteiras ou até mesmo no vazamento de óleo de plataformas petrolíferas. “Eles são grandes candidatos para resolver os poluentes de indústrias têxteis, de papel ou de couro”, sugere Weiwei Lei, um dos criadores do pó absorvente e pesquisador de pós-doutorado do Institute for Frontier Materials, da Universidade Deakin, na Austrália.

Os responsáveis pelo material acreditam que ele possa substituir métodos como a combustão, a coleta mecânica e alguns tratamentos químicos usados hoje para a limpeza de águas poluídas com componentes orgânicos. A absorção de BN, apontam, pode ser mais eficiente e seletiva que a maioria das técnicas atuais. “Acredita-se que o nitreto de boro não seja tóxico para o ambiente ou para o corpo humano, mas ainda queremos ter cautela e não recomendar que se beba a água tratada com as nanofolhas sem um tratamento de filtração”, ressalta Lei.

O especialista Marco Antonio Almeida de Souza, pesquisador do Programa de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da Universidade de Brasília (UnB) avaliou a pesquisa e acredita que, depois de concluída, ela pode ser útil no estágio final de limpeza de águas contaminadas. “Temos processos alternativos e mais baratos, mas que têm o problema do polimento final. As formas mais baratas de remover óleo deixam pequenos traços residuais, então a aplicação da absorção seria mais útil no tratamento que chamamos de terciário ou quaternário, que é o polimento final da água”, acredita Souza.

Uma limpeza detalhada poderia, de acordo com o professor, eliminar elementos como pesticidas ou resíduos descartados pelas indústrias farmacêuticas que afetam o bioma aquático e a qualidade de vida urbana. “São poluentes que não existiam na água em quantidade significativa e começam a ser um problema. Se esses compostos não forem retirados, vão para rios e lagos, onde são captados para o fornecimento da população de novo. Eles passam incólumes no tratamento da água e podem trazer problemas que se acumulam no organismo a longo prazo”, alerta.

Poros
O experimento mostra mais uma das utilidades da nanociência, linha de pesquisa crescente que têm desafiado as leis da física com estranhas substâncias criadas em laboratório. Entre elas, o nitreto de boro mostrou propriedades tão impressionantes quanto as do grafeno, material que rendeu o prêmio Nobel de Física aos cientistas russos que o criaram em 2010. O grafeno branco, como é chamado, também está entre um dos materiais mais resistentes que existem e, por isso, é usado pela Nasa na forma de nanotubos para a fabricação de coberturas de espessura atômica de componentes de naves espaciais.

No caso do pó superabsorvente, o grande trunfo está no processo de fabricação. Depois de ser aquecida a mais de 1.100ºC, a mistura que dá origem ao material começa a liberar bolhas de gás nanométricas, que formam muitos poros na substância. A estrutura de queijo suíço cria uma superfície de contato de até 1.425m² por grama, o que garante bastante espaço para os poluentes se impregnarem ao pó. A capacidade de absorção chega a 33 vezes o peso do próprio material.

A notável resistência do nanomaterial à oxidação permite que ele seja lavado, aquecido ou mesmo queimado para a remoção dos poluentes orgânicos removidos da água. Ele pode passar pelo mesmo processo ao menos cinco vezes até começar a perder a capacidade de absorção. “Tanto os materiais quanto o processo de produção são ambientalmente corretos, sem o uso de materiais tóxicos”, assegura Ying Chen, professor da Universidade Deakin e especialista em nanomateriais que participou do desenvolvimento da substância.

"Acredita-se que o nitreto de boro não seja tóxico para o ambiente ou para o corpo humano, mas ainda queremos ter cautela e não recomendar que se beba a água tratada com as nanofolhas sem um tratamento de filtração”
Weiwei Lei, 
um dos criadores do pó absorvente