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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Hospital de campanha para pacientes da dengue começa a funcionar no DF


A estrura montada ao lado do Hospital Regional de Brazlândia vai permanecer na região até que avanço da doença nos municípios goianos da Região Metropolitana de Brasília (RMB) esteja controladoCorreio Braziliense. Brasília-DF,  02 de maio de 2013. Caderno Cidades.
Na tenda complementar, médicos fazem testes com resultados em até 10 minutos (Divulgação/Pedro Ventura/Agência Brasília)
Na tenda complementar, médicos fazem testes com resultados em até 10 minutos

Com o objetivo de oferecer assistência médica para tratar os casos de dengue em Brazlândia, foi montado na quarta-feira (1º/5) o Hospital de Campanha, ao lado do hospital regional da cidade. A estrutura inflável, que comporta os aparelhos para atendimento e conta com equipes de médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem, começou a funcionar nesta quinta-feira (2/5) e deve permanecer na cidade até que o avanço da doença nos municípios goianos da Região Metropolitana de Brasília (RMB) esteja controlado.

O Ministério da Sáude cedeu a estrutura e conta com três consultórios, sala de observação e tenda complementar para realização de testes com resultados em até 10 minutos. 

"Nós iremos atender com o mesmo cuidado e a mesma dignidade todas as pessoas que procurarem os serviços de saúde do DF", afirmou o governador Agnelo Queiroz, ao visitar a estrutura montada em frente ao Hospital Regional de Brazlândia (HRB).

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Para receber o atendimento, o paciente deve, primeiro passar por triagem feita no hospital regional, que o encaminhará para a unidade especializada caso os sintomas forem semelhantes aos da dengue.

No local, os médicos podem confirmar o diagnóstico e, dependendo do quadro, vão solicitar exames complementares para tomar providências como a reidratação do doente e a aplicação de medicação.

O surto de dengue que o Entorno enfrenta causou aumento na demanda por atendimento no pronto-socorro de Brazlândia. O HRB teve acréscimo de 12% na procura por atendimento no pronto-socorro da clinica médica. A maioria desses pacientes apresenta suspeita de dengue e 90% são do estado de Góias.

À espera de um lar


Todos os dias, em média seis animais são adotados no Centro de Controle de Zoonoses, mas o número ainda é pequeno. Diariamente, 15 bichos de estimação acabam abandonados nas ruas do DF

» ISABELA DE OLIVEIRA
Correio Braziliense. Brasília-DF,  02 de maio de 2013
Lívia e André Bandeira com seus oito animais, dois deles adotados: o último é um pincher abandonado pelo dono após um acidente (Edilson Rodrigues/CB/D.A Press)
Lívia e André Bandeira com seus oito animais, dois deles adotados: o último é um pincher abandonado pelo dono após um acidente

A servidora Kátia Paiva e a gatinha Iara, hoje com 4 anos:
A servidora Kátia Paiva e a gatinha Iara, hoje com 4 anos: "Quando a pessoa compra um animal, na maioria das vezes é para satisfazer um capricho"
O movimento no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é intenso quando, às 11h, os animais podem receber visitantes à procura de um novo amigo. São cães e gatos desabrigados, muitos no corredor da morte por serem portadores de doenças infecciosas ou por possuírem comportamento agressivo demais para adoção. Todos eles, em algum momento da vida, foram abandonados por seus donos. Muitos possuem histórico de maus-tratos. Apesar da dificuldade e da precária estrutura, a equipe do CCZ tenta humanizar os atendimentos e evitar os sacrifícios. 
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, cerca de 1.680 cães e gatos foram adotados em 2012, média de seis por dia útil. Mas a procura ainda é pequena se comparada à quantidade de bichos abandonados diariamente nas ruas do DF. As autoridades sanitárias estimam que, todos os dias, 15 animais sejam deixados nas ruas por seus donos.

É o caso de Tony, que foi abandonado pela família após sofrer um acidente. Ele foi resgatado pela servidora pública Lívia Faria Bandeira, 35 anos, que salvou o cãozinho com poucas chances de sobreviver. Tony perdeu os movimentos das patinhas traseiras quando, conforme consta em seu histórico médico, foi atingido por um portão. O antigo dono abandonou o cachorro de raça pincher no Centro de Zoonoses após cinco meses do acidente, período em que tentou tratá-lo em casa. Durante esse tempo, o animal não conseguia nem sequer de movimentar. “Os veterinários tentaram convencer o antigo proprietário de que ele poderia levar uma vida normal, mas mesmo assim ele recusou”, contou Lívia.

Quando soube que Tony corria risco de morrer, ela não pensou duas vezes e o adotou. Lívia teve apoio do marido André Bandeira Vilhão, educador físico de 37 anos, que a ajudou com a despesa de cirurgias e medicamentos para o tratamento da mascote, o oitavo integrante da matilha liderada pelo casal. Além dele, a mestiça Olga foi retirada do CCZ. Ainda filhote, ela integra o grupo temporariamente, até que o casal encontre uma família que aceite adotá-la. Tony já ganhou uma cadeirinha e passa por sessões de fisioterapia. Com os chihuahuas Noel Rosa e Nelly, ele leva uma vida mansa e normal. Usa fraldas e rasteja pela casa com a mesma disposição de um cão fisicamente saudável. “Esperamos a liberação do veterinário para que ele possa andar por aí com a cadeirinha, que será adaptada”, comemora Lívia.

Felinos
Outro caso com final feliz é o da gatinha Iara. Ela foi adotada pela servidora pública Kátia Medeiros Paiva, 46 anos, em 2009. Iara, de 4 anos, foi resgatada do CCZ quando Kátia decidiu salvar alguns dos animais condenados. “Acabei levando seis bichos para casa, uns em um saco e outros em uma caixa, e Iara entre eles. Repassei-os a uma protetora independente, mas acabei ficando com essa gatinha, que foi levada ao veterinário, internada e medicada”, relembra a servidora.

Ela, que já adquiriu dois cães da raça lhasa apso em um petshop, conta que “quando a pessoa compra um animal, na maioria das vezes, é para satisfazer um capricho”. Kátia diz que na época não tinha a consciência de que, pela adoção, poderia ajudar um pet em situação de vulnerabilidade. “A pessoa que resgata recebe um bichinho que veio de um cenário de sofrimento, passou por dificuldades e pode até ter sido maltratado pelos antigos donos. Isso o torna especial.”

Lucia d’Andurain, gerente da Diretoria de Vigilância Ambiental, ressalta que o CCZ é responsável por zelar pela saúde pública e controlar doenças como a raiva, a leishmaniose, a leptospirose e a hantavirose. “Muitas pessoas pensam que somos um abrigo de animais, mas estão equivocadas. O CCZ também não é responsável por animais de rua, apenas por aqueles que oferecem risco à saúde pública. O animal é de inteira responsabilidade do dono”, explica a veterinária.

Apesar das limitações, o centro abriga animais e promove feiras de adoção com panfletos que ensinam sobre a posse responsável . Há cerca de seis anos, animais que não conseguiam ser adotados eram sacrificados automaticamente. “Estamos tentando fazer um serviço mais humanizado, embora esse não seja o objetivo do controle de zoonoses. Agora, só cães muito doentes, com leishmaniose, por exemplo, ou animais violentos é que são sacrificados” destaca a médica.

Marcel Pereira, especialista em comportamento animal e coordenador técnico da Merial, empresa que atua no desenvolvimento de tecnologia voltada para a saúde animal, afirma que é preciso ponderar antes de incluir um novo membro na família. “Às vezes, vamos pela empolgação na tentativa de ajudar um bichinho sem lar. As pessoas acabam comprando ou adotando por impulso e esquecem que ele pode ficar doente e vai ficar velhinho”, adverte.

O especialista ressalta que é necessário avaliar se a família terá paciência e disposição para lidar com as necessidades fisiológicas do animal, além de condição econômica para prover uma vida digna, com assistência médica e alimentação adequada. Marcel indica os gatos como mascotes para pessoas com rotina mais atribulada. “Eles são mais independentes e não necessitam de tanta atenção quanto um cachorro. Então são indicados para pessoas que passam mais tempo fora de casa ou viajam muito.”
Fique atento
Requisitos
Para adotar, é necessário ter mais de 18 anos
e apresentar à Zoonoses um documento de identidade. O proprietário também assina
um termo de responsabilidade

Endereço
A Zoonoses fica no Setor de Áreas Isoladas Norte (SAIN), Estrada Contorno do Bosque, Lote 4, próximo ao Hospital do Câncer Infantil

Horário
De segunda a sexta-feira, das 11h às 17h

Mais informações
3343-8813, 3343-8812, 3343-8803

Esponja em pó


TECNOLOGIA »Pesquisadores apresentam material capaz de absorver poluentes da água sem causar danos ao meio ambiente. Feita a partir do grafeno branco, a substância poderá ajudar na recuperação de sistemas aquáticos afetados por vazamentos de óleo

ROBERTA MACHADO
Correio Braziliense. Brasília-DF,  01 de maio de 2013. 

Uma parceria entre pesquisadores da Austrália e da França divulga hoje os resultados de um trabalho que usa os poderes da nanotecnologia para o tratamento de águas poluídas. Os cientistas usaram o “grafeno branco”, mesmo material adotado pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) para proteger naves de micrometeoritos, para desenvolver um tipo de esponja em pó que absorve de tudo, menos água. Quando jogados em um líquido contaminado, os minúsculos fragmentos de nitreto de boro (BN) trabalham como um ímã para poluentes. A técnica, que ainda passa por estudos laboratoriais, pode ser adotada no tratamento de resíduos de indústrias como óleos ou tinturas.
A invenção foi divulgada na revista Nature Communications, cujo site exibe um vídeo em que o poder da substância é demonstrado. Em um pequeno recipiente, uma pipeta pinga algumas gotas de óleo escuro sobre o volume d’água. Logo o líquido viscoso se espalha e forma uma mancha na superfície transparente. Quando o grafeno branco é acrescentado, a sujeira começa a formar uma bolota com o material sólido, que suga o óleo rapidamente. Esse detrito, explicam os pesquisadores, continua a flutuar na água sem se molhar, graças às propriedades hidrofóbicas do material. Basta retirá-lo do recipiente, sem qualquer tipo de filtragem.

A substância foi testada em pequenas proporções, mas os criadores da técnica acreditam que ela também possa ser usada em situações de porte maior, como o tratamento de resíduos de indústrias inteiras ou até mesmo no vazamento de óleo de plataformas petrolíferas. “Eles são grandes candidatos para resolver os poluentes de indústrias têxteis, de papel ou de couro”, sugere Weiwei Lei, um dos criadores do pó absorvente e pesquisador de pós-doutorado do Institute for Frontier Materials, da Universidade Deakin, na Austrália.

Os responsáveis pelo material acreditam que ele possa substituir métodos como a combustão, a coleta mecânica e alguns tratamentos químicos usados hoje para a limpeza de águas poluídas com componentes orgânicos. A absorção de BN, apontam, pode ser mais eficiente e seletiva que a maioria das técnicas atuais. “Acredita-se que o nitreto de boro não seja tóxico para o ambiente ou para o corpo humano, mas ainda queremos ter cautela e não recomendar que se beba a água tratada com as nanofolhas sem um tratamento de filtração”, ressalta Lei.

O especialista Marco Antonio Almeida de Souza, pesquisador do Programa de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da Universidade de Brasília (UnB) avaliou a pesquisa e acredita que, depois de concluída, ela pode ser útil no estágio final de limpeza de águas contaminadas. “Temos processos alternativos e mais baratos, mas que têm o problema do polimento final. As formas mais baratas de remover óleo deixam pequenos traços residuais, então a aplicação da absorção seria mais útil no tratamento que chamamos de terciário ou quaternário, que é o polimento final da água”, acredita Souza.

Uma limpeza detalhada poderia, de acordo com o professor, eliminar elementos como pesticidas ou resíduos descartados pelas indústrias farmacêuticas que afetam o bioma aquático e a qualidade de vida urbana. “São poluentes que não existiam na água em quantidade significativa e começam a ser um problema. Se esses compostos não forem retirados, vão para rios e lagos, onde são captados para o fornecimento da população de novo. Eles passam incólumes no tratamento da água e podem trazer problemas que se acumulam no organismo a longo prazo”, alerta.

Poros
O experimento mostra mais uma das utilidades da nanociência, linha de pesquisa crescente que têm desafiado as leis da física com estranhas substâncias criadas em laboratório. Entre elas, o nitreto de boro mostrou propriedades tão impressionantes quanto as do grafeno, material que rendeu o prêmio Nobel de Física aos cientistas russos que o criaram em 2010. O grafeno branco, como é chamado, também está entre um dos materiais mais resistentes que existem e, por isso, é usado pela Nasa na forma de nanotubos para a fabricação de coberturas de espessura atômica de componentes de naves espaciais.

No caso do pó superabsorvente, o grande trunfo está no processo de fabricação. Depois de ser aquecida a mais de 1.100ºC, a mistura que dá origem ao material começa a liberar bolhas de gás nanométricas, que formam muitos poros na substância. A estrutura de queijo suíço cria uma superfície de contato de até 1.425m² por grama, o que garante bastante espaço para os poluentes se impregnarem ao pó. A capacidade de absorção chega a 33 vezes o peso do próprio material.

A notável resistência do nanomaterial à oxidação permite que ele seja lavado, aquecido ou mesmo queimado para a remoção dos poluentes orgânicos removidos da água. Ele pode passar pelo mesmo processo ao menos cinco vezes até começar a perder a capacidade de absorção. “Tanto os materiais quanto o processo de produção são ambientalmente corretos, sem o uso de materiais tóxicos”, assegura Ying Chen, professor da Universidade Deakin e especialista em nanomateriais que participou do desenvolvimento da substância.

"Acredita-se que o nitreto de boro não seja tóxico para o ambiente ou para o corpo humano, mas ainda queremos ter cautela e não recomendar que se beba a água tratada com as nanofolhas sem um tratamento de filtração”
Weiwei Lei, 
um dos criadores do pó absorvente

domingo, 28 de abril de 2013

Descoberta espécie da família de menores insetos do mundo


Vespa “fada voadora” tem 250 micrômetros e foi encontrada na Costa Rica

O GLOBO. Rio de Janeiro-RJ, 24 de abril de 2013

Uma Tinkerbella nana fêmea. A escala é de 100 μm
Foto: Divulgação/John T. Huber
Uma Tinkerbella nana fêmea. A escala é de 100 μm Divulgação/John T. Huber
As chamadas vespas “fadas voadoras”, da família Mymaridae, estão presentes em todo o mundo, exceto na Antártica. Elas fazem parte do grupo dos menores insetos conhecidos do mundo, cujo corpo tem comprimento médio de apenas 0,13 milímetros. O nome se deve a sua quase invisibilidade, corpos gráceis e asas delicadas com longas franjas que se assemelham às fadas míticas.
Amostras da nova espécie Tinkerbella nana foram encontradas em florestas nas províncias de Heredia e Alajuela, na Costa Rica, com 250 micrômetros (μm). A superfície reduzida da asa e as cerdas relativamente longas provavelmente têm função aerodinâmica, talvez para reduzir a turbulência, arrastando uma asa a várias centenas de batidas por segundo, dizem pesquisadores. O estudo das novas espécies foi publicado no “Journal of Hymenoptera Research”.


Após 23 anos, Estado de SP adota padrão mais rígido de qualidade do ar

Mudança. Novos valores foram estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2005; número de dias em que a poluição oferece risco à saúde deve aumentar, assim como as exigências para empresas. Especialistas cobram mais políticas públicas

O Estado de São Paulo. São Paulo-SP, 25 de abril de 2013 
CAIO DO VALLE - O Estado de S.Paulo
Com novo sistema, deve aumentar o número de dias em que a qualidade do ar em SP será inedequada - Clayton Souza/Estadão
Clayton Souza/Estadão
Com novo sistema, deve aumentar o número de dias em que a qualidade do ar em SP será inedequada
Os padrões de qualidade do ar ficaram mais rígidos em São Paulo. Um decreto publicado ontem pelo governo do Estado reduz os índices considerados adequados para oito tipos de poluentes atmosféricos, entre eles o monóxido de carbono, os materiais particulados e o ozônio. É a primeira mudança feita no padrão desde 1990.
Os valores adotados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) foram estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2005. Antes, eram usados critérios do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). São Paulo foi o primeiro Estado do mundo a discutir a adoção dos novos padrões, em 2010. Para se ter uma ideia, o padrão é mais rígido do que o previsto para ser adotado pela União Europeia até 2015.
Com o novo sistema, deve aumentar o número de dias em que a qualidade do ar no Estado será considerada inadequada - em 2012, a poluição por ozônio bateu recorde na Região Metropolitana. Também serão ampliadas as exigências para empresas que buscam licenças ambientais. Para os dias mais poluídos, estão mantidas as várias restrições já possíveis, incluindo limitação de aulas de educação física, do tráfego de veículos de carga, da redução da atividade industrial e da ampliação do rodízio de veículos.
A norma estabelece três níveis de gravidade: atenção, alerta e emergência. Cada patamar tem de estar associado a condições desfavoráveis à dispersão dos poluentes nas últimas 24 horas. A Cetesb declara o estado de atenção; o secretário do Meio Ambiente, o de alerta; o governador, o de emergência.
A expectativa agora é de que o poder público também comece a adotar políticas para diminuir a emissão dos poluentes. Segundo Carlos Eduardo Komatsu, gerente do Departamento de Qualidade Ambiental da Cetesb, os níveis foram estabelecidos com esse objetivo. Mas não há um prazo para que os parâmetros sejam atingidos, o que, segundo ambientalistas, pode tornar ineficazes os novos padrões.
Pedágio urbano. O texto publicado fala em estudos voltados à "restrição da circulação de veículos automotores", o que pode, na prática, virar um embrião para programas como o pedágio urbano, por exemplo. No entanto, na avaliação do ambientalista Maurício Waldman, pós-doutorado em Geociências pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), essa prática - similar ao rodízio adotado na capital - é paliativa. "É preciso, na verdade, repensar a mobilidade urbana, a forma como as pessoas vivem e a dependência do carro", afirma.
O professor Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), concorda. "Os remédios que temos adotado até agora para lidar com a poluição atmosférica, como a inspeção veicular, ajudam a controlar o problema só perifericamente, têm um papel menor." Para o médico, "a questão central é repensar o uso e a ocupação das vias".
Segundo ele, a cada ano, 4 mil pessoas morrem na capital paulista por causa dos efeitos nocivos da poluição.


O papel dos cães nas nossas vidas



O Estado de São Paulo. São Paulo-SP, 25 de abril de 2013

Adriane fala sobre os nossos bichos preferidos 

Segundo relatos, o cão de hoje tem pouca coisa em comum com o lobo americano ou europeu, seus ancestrais. Alguns dados atuais revelam que o cão surgiu no leste da Ásia. Enquanto algumas raças como husky siberiano, chow chow, shar pei, entre outras, são muito antigas, a maior parte das cerca de 400 raças existentes no mundo foi criada pelo homem nos últimos 200 a 300 anos.
Já no tamanho se dividem em pequenos, médios, grandes e gigantes. Todo cão tem um propósito. Nós temos os cães detrabalho como pastoreio, os de caça guiados pela visão e outros pelo olfato, os cães de guarda, os policiais, e os mais famosos cães de companhia. Nós temos ainda os cães que trabalham como guia de pessoas que não enxergam, os cães de salvamento na água que, aliás, recentemente, saiu uma matéria na mídia informando a importação dos cães Terra-Nova (canadenses) para a Bahia para ajudar a salvar os banhistas nos eventos esportivos que vem por aí. Todos eles fantásticos.
Sem dúvida os cães de companhia, de qualquer porte, de qualquer estilo, com ou sem raça, estão muito em alta. É difícil dizer quem é mais dependente: se nós ou eles! Eu arrisco a dizer que somos nós!
Nós é que ficamos bobos quando vemos um filhote. Nós falamos como crianças quando chegamos em casa e somos recepcionados por nossos peludos quase rindo pra gente, com o rabo abanando que parece que vai “quebrar”. Alguns correm ao redor da gente fazendo o que chamamos de “festa”.
Nós adoramos dividir nosso espaço com eles. Às vezes nós ficamos apertadinhos no sofá só para não perder o calor do nosso cachorrinho. No meu caso tenho três deles. Cada um ao seu estilo. A Donna, uma Golden que chegou a minha casa há pouco mais de um ano, já uma “senhora”, pois fará 14 anos em julho. Ela gosta de estar sempre no mesmo ambiente que nós estamos. Ela deita em frente ao sofá ou ao lado da minha cadeira no escritório. É quase minha sombra.
Já a Pituka, uma linguicinha de 5 anos, é a mais “carente”. Ela adora ficar grudada comigo, sempre ao meu lado. Eu, é claro, adoro também! O Tibie, meu Shih tzu de 9 anos, é o mais independente. Quando ele quer carinho ele pede, um fofo. Eu o chamo de meu cachorro-gato.
Eles compartilham o ambiente como ninguém. Cada um deles tem seu espaço e seu estilo.
Dificilmente donos de cães não conversam quando estão passeando com seus cachorrinhos. Nós devíamos aproveitar mais essa cordialidade que os cães criam pra gente nesses momentos. Nós ficamos muito civilizados, trocamos informações sobre o que eles gostam, o que comem, como dormem, problemas de saúde que já tiveram… o que me leva a crer que eles tem um papel importantíssimo em nosso convívio social, alem é claro de nos brindar com sua alegria a cada amanhecer.

DF intensifica ações de combate à epidemia de dengue em Goiás


Estão sendo realizadas visitas programadas e solicitadas mediante denúncias dos próprios moradores, além de mutirões em pontos considerados estratégicos para reduzir focos

Correio Braziliense. Brasília-DF,  26/04/2013

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal está intensificando ações de combate à dengue em diversas áreas na tentativa de conter a epidemia da doença registrada em estados vizinhos, sobretudo em Goiás. De acordo com o órgão, estão sendo realizadas visitas programadas e solicitadas mediante denúncias dos próprios moradores, além de mutirões em pontos considerados estratégicos para reduzir a infestação dos focos.

 (Carlos Vieira/CB/D.A Press)

O Governo do Distrito Federal informou que, desde março, as ações foram reforçadas principalmente em regiões endêmicas como Ceilândia e Taguatinga, onde foi registrado o maior número de casos confirmados de dengue. Nesses locais, os mutirões são praticamente semanais e chegaram a recolher 15 toneladas de lixo das ruas.

Outras regiões administrativas também receberam mutirões e ações de combate à dengue nos últimos meses, como Asa Norte, Candangolândia, Samambaia, São Sebastião e Planaltina. No sábado (27/4), a estratégia deve chegar ao Paranoá.

Este ano, uma parceria com a Secretaria de Saúde de Goiás permitiu a criação de um Plano de Ação Integrado de Combate à Dengue, que prevê ações em municípios vizinhos ao Distrito Federal e que vivenciam surto ou epidemia da doença.

Dados do governo de Goiás indicam que 114.074 casos de dengue foram notificados este ano. O número representa um aumento de 722% em relação ao mesmo período de 2012. Foram registrados ainda 12 óbitos, em decorrência da doença.

Guerra contra o mosquito


BICHOS »Eutanásia ou tratamento para cães com leishmaniose? A polêmica é antiga e não há sinais de consenso. Apostar na prevenção e no controle do vetor é o caminho mais seguro

Correio Braziliense. Brasília-DF,  28/04/2013
 (Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
Dados epidemiológicos do Ministério da Saúde apontam um padrão sazonal da leishmaniose. Logo após o período de chuvas, há um aumento da incidência da doença, pois os mosquitos vetores encontram condições ideais para se reproduzir em ambientes úmidos. O surgimento de novos casos costuma reacender a polêmica sobre a eutanásia canina e suscitar o debate sobre as alternativas de tratamento.
Enquanto o Ministério da Saúde indica a eutanásia para cães infectados, parte dos médicos veterinários e ONGs que atuam em defesa de animais acreditam que o melhor caminho é o tratamento. O médico veterinário infectologista Paulo Tabanez ressalta, inclusive, que o Brasil é um dos únicos países no qual a eutanásia ainda é vista como alternativa para o controle da doença, e afirma que “muitos cães são sacrificados em nome de um controle que não existe”.
Tirando o foco do embate, há um ponto em comum valorizado por todas as partes e que pode até mesmo evitar casos mais sérios e polêmicos: a prevenção. Para tratar a questão de forma adequada, é preciso primeiro ressaltar que o problema não começa nos cães, como muitos acreditam, e sim no inseto flebótomo, chamado popularmente de mosquito-palha.
Apesar disso, os cães são geralmente responsabilizados pela propagação da doença. Tabanez acredita que as políticas públicas e campanhas deveriam ser voltadas para o controle da proliferação do mosquito-palha, até porque, pessoas que têm os cães sacrificados, em pouco tempo, adquirem novos filhotes, que podem acabar sendo infectados se não houver uma erradicação do mosquito na área.
Outra forma de prevenção é a vacina. Tabanez explica que há duas vacinas eficientes disponíveis no Brasil, a leishmune, no mercado desde 2003, e a leishtec, desde 2008. Paulo orienta os donos de cachorros a realizarem os exames. No entanto, alerta que os exames disponíveis na rede pública podem dar resultados de falsos positivos ou falsos negativos. Existem testes mais específicos na rede privada. Feito o diagnóstico, os cães infectados podem ser submetidos à eutanásia ou ao tratamento, de acordo com a vontade do dono. Caso estejam livres da doença, Tabanez recomenda a vacinação.
Valéria Sokal, bancária aposentada e voluntária na ONG ProAnima, tem 44 cães e, após orientação de veterinários em 2006, adotou a vacina como forma de prevenção. Além de medidas como o manejo ambiental e o uso da coleira repelente por todos os seus cães, Valéria resolveu proteger sua propriedade com plantas como a citronela, conhecida por repelir mosquitos. A aposentada vê na prevenção uma forma de proteger sua família e seus animais. “Eles convivem conosco dentro de casa e precisam ser protegidos.”
Medidas de prevenção
- Não deixar frutas caídas no chão (o mosquito prolifera em áreas úmidas e no acúmulo de matéria orgânica)
- Evitar o acúmulo de folhas
Manter a grama sempre bem aparada
- Evitar o uso de esterco animal (este pode estar contaminado)
- Usar fertilizantes ensacados hermeticamente com mais de 30 dias
- Evitar passeios com o cão em períodos de atividade do mosquito (períodos com menor incidência de luz e ausência de ventos)
- Usar coleiras repelentes nos cães
- Equipar canis e ambientes nos quais o cão vive com telas de proteção
- Vacinar os cães saudáveis

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Samambaia, Ceilândia e Taguatinga entram em alerta contra a dengue


Dos 1.118 infectados pela doença no primeiro trimestre deste ano, 32,9% moram em Samambaia, Ceilândia e Taguatinga. Nessas localidades, há muito lixo e entulho espalhados na rua e possíveis focos de contaminação


Correio Braziliense. Brasília-DF,  10/04/2013
Neide Castro mora na região conhecida como Chaparral: 'Não adianta nada eu fazer minha parte se os vizinhos e o governo não ajudam' (Carlos Vieira/CB/D.A Press)
Neide Castro mora na região conhecida como Chaparral: "Não adianta nada eu fazer minha parte se os vizinhos e o governo não ajudam"


O número de casos de dengue aumentou no Distrito Federal e a atenção deve ser redobrada principalmente pelos moradores de Ceilândia, Samambaia e Taguatinga. Juntas, as três cidades acumulam 32,9% de todos os casos confirmados no primeiro trimestre deste ano. Dos 1.118 infectados no período analisado, 368 foram diagnosticados com a doença naquelas regiões administrativas. A equipe doCorreio esteve nos locais, flagrou diversos pontos de perigo de contaminação e o descuido dos moradores de algumas das áreas com maior incidência.

É o caso da região conhecida como Chaparral, em Taguatinga, onde há muito entulho nas ruas e possíveis focos da doença. “Não adianta nada eu fazer minha parte, manter a minha casa limpa, se os vizinhos e o governo não ajudam. Olha essa sujeira acumulada aqui na frente. Tem até pneu com água parada dentro. E eu não tenho condições de pagar um caminhão para tirar. Fico com medo por causa das crianças”, reclama a manicure Neide Castro, 43 anos, com a sobrinha Nicole, de 1 ano, no colo. Ela é moradora da QNL 26.

domingo, 31 de março de 2013

Técnicos da DIVAL treinam militares que vão ao Haiti

As biólogas do corpo técnico da  DIVAL, Gisele e Monique, treinaram, na Biblioteca da DIVAL, militares que irão trabalhar no Haiti pelo o acordo Brasil-ONU. Eles também foram ao laboratório receber informações na prática.

A bióloga Gisele



A bióloga Monique


Mato Grosso lidera recolhimento de embalagens de agrotóxicos no país


Nos dois primeiros meses deste ano, os produtores, fabricantes de fertilizantes e comerciantes conseguiram garantir que 1,5 mil embalagens usadas no campo fossem devolvidas e ambientalmente tratadas
Correio Braziliense. Brasília-DF,  25/03/2013

Considerado o celeiro do país pelo grande volume de produção de grãos, o estado de Mato Grosso mantém-se também na liderança em relação ao recolhimento de embalagens de agrotóxicos utilizadas nessas culturas. Nos dois primeiros meses deste ano, os produtores, fabricantes de fertilizantes e comerciantes conseguiram garantir que 1,5 mil embalagens usadas no campo fossem devolvidas e ambientalmente tratadas.

Essa cadeia, conhecida como gestão pós-consumo, ou logística reversa, tornou-se uma obrigação para o setor em 2002. Desde que os segmentos envolvidos na cadeia conseguiram organizar um sistema para recolhimento e tratamento dessas embalagens, Mato Grosso vem apresentando os melhores resultados. Em janeiro e fevereiro do ano passado, o recolhimento já ultrapassava 1,3 mil volumes.

Atualmente, o estado é responsável por 11% de todo o material recolhido no país nesse mesmo período (quase 6 mil toneladas de embalagens). Os produtores, fabricantes e comerciantes de Mato Grosso registram volumes duas vezes maiores do que os levantados em Goiás, por exemplo - segundo estado nesse ranking, com 702 embalagens em janeiro e fevereiro deste ano.

Mesmo com esse destaque, os fabricantes de embalagens que organizam as estatísticas preferem trabalhar com número em blocos. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), que representa o segmento, no topo da lista, ao lado de Mato Grosso, estão os resultados de Goiás e do Paraná (691 embalagens). A cadeia de pós-consumo nessas três regiões respondem por 49% do total de embalagens destinadas de forma ambientalmente adequada.

A gestão pós-consumo em todo o território brasileiro, nos dois primeiros meses deste ano, totalizou 5.968 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas, ou seja, 6% a mais do que o volume recolhido e tratado adequadamente no mesmo período de 2012.

O aumento da produção agrícola no país é apontado como um dos motivos para o crescimento do volume de embalagens contabilizadas pelo sistema de logística reversa. Representantes do inpEV garantem que esse volume crescente também mostra que o atendimento à legislação nacional tem acompanhado o incremento da atividade agrícola. Os números do instituto apontam que 94% de tudo o que é colocado no mercado brasileiro é encaminhado para a destinação adequada.

A logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizada pelo Sistema Campo Limpo, que envolve a responsabilidade de todo o setor, foi destacada, há poucos dias, em uma publicação do Ministério da Agricultura, que reúne exemplos de gestão sustentável no campo. Nos últimos dez anos, mais de 237 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos utilizadas nas propriedades rurais brasileiras voltaram para os fabricantes que reutilizaram ou eliminaram o material, seguindo padrões ambientais definidos em lei.

Apenas no ano passado, segundo dados do inpEV, o volume de embalagens recolhidas e corretamente destinadas por agricultores, comerciantes e fabricantes superou as 37,7 mil toneladas. O balanço mostra um aumento de 9% em relação ao registro de 2011.

Cada R$ 1 investido em saneamento básico economiza R$ 4 em saúde


Gastos com saneamento deixaram de ser computados no piso da saúde, definido pela Emenda 29, que determina percentuais mínimos de investimento em saúde pela União, pelos estados e municípios

Correio Braziliense. Brasília-Df,  22/03/2013

Belo Horizonte - Cada R$ 1 investido por governos em saneamento básico economiza R$ 4 em custos no sistema de saúde, estimaram especialistas presentes no 4º Seminário Internacional de Engenharia de Saúde Pública, realizado nesta semana pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

"A partir do momento em que o cidadão tem um sistema de distribuição de água em quantidade e qualidade certas, as doenças de veiculação hídrica, como diarreia e esquistossomose, por exemplo, vão diminuir. Se diminuem as doenças, a quantidade de vezes que uma mãe vai levar o filho com desinteria ao médico vai diminuir", disse o diretor do Departamento de Engenharia da fundação, Ruy Gomide.

Saiba mais.. Em todo o mundo, 1,9 milhão de mortes infantis são causadas por diarreias todos os anos, segundo dados apresentados por Léo Heller, professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Do total de doenças registradas na população, 4,2% se devem à falta do saneamento básico.

Para Ana Emília Treasure, especialista da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) é preciso ir ainda mais longe nas pesquisas de saúde sobre o impacto do saneamento básico, pois a falta de água potável ou a presença de contaminações poderia estar ligada também a doenças crônicas. "Temos de conferir a contaminação da produção de alimentos, por exemplo. Esses alimentos contaminados nas plantações podem estar se tornando um fator de risco para enfermidades crônicas, e essa água pode estar causando câncer ou prejudicando o crescimento das crianças."

Especialistas em saneamento e o presidente da Funasa, Gilson Queiroz, defenderam que os gastos com o setor voltem a ser contabilizados no piso da saúde, valor mínimo definido por lei que cada município, estado e a União deve empregar na saúde. "Uma das melhores ações preventivas de saúde é um ambiente saudável, com o esgotamento sanitário e a coleta de resíduos. Isso traz economia para os serviços de atendimento médico, reduz a fila dos serviços de saúde e reduz os casos de doenças infecciosas e parasitárias. Com a desvinculação, perde-se recursos de repasse obrigatório, que poderiam ser empregados nas ações preventivas", defendeu Gilson.

Após intenso debate na comissão mista que tratou do Orçamento no Congresso, os gastos com saneamento deixaram de ser computados no piso da saúde, definido pela Emenda 29, que determina percentuais mínimos de investimento em saúde pela União, pelos estados e municípios. A União precisa aplicar valor correspondente previsto no Orçamento do ano anterior, corrigido pela variação do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Os estados devem aplicar 12% do que arrecadam anualmente em impostos e os municípios 15% de sua receita.

Nova droga com potencial de erradicar a malária é apresentada


Nova droga foi descoberta a partir de uma molécula presente em antibióticos usados para infecções bacterianas
Correio Braziliense. Brasília-DF,  21/03/2013

Mosquitos do gênero Anopheles: fêmeas infectadas são as transmissoras da malária (Jim Gathany / CDC / Divulgação)
Mosquitos do gênero Anopheles: fêmeas infectadas são as transmissoras da malária
Nova esperança para o tratamento da malária. Pesquisadores da Universidade South Flórida (USF), nos Estados Unidos, apresentaram droga inédita que demonstra eficácia no combate à doença. A pesquisa, publicada na revista Science Translational Medicine, mostra que a substância, batizada de ELQ-300, é capaz de bloquear o processo que dá origem ao mal. É o que explica um dos responsáveis pela pesquisa, Dennis Kyle: “Isso é possível graças à intervenção no ciclo de vida do parasita que causa a enfermidade”.

A droga foi descoberta a partir de uma molécula presente em antibióticos usados para infecções bacterianas, como as quinolonas. Para atingir o resultado, foram acrescentadas novas substâncias aos compostos ativos que permitiram encontrar a fórmula ideal para o bloqueio dos parasitas — os tipos que mais infectam os seres humanos são o Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax.

O P. falciparum, de acordo com o infectologista Henrique Marconi, do Hospital Santa Luzia, causa a forma mais letal da doença e é comumente encontrado em países da África, notadamente República Democrática do Congo, Tanzânia, Burkina Faso e Angola. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas em 2011, foram contabilizadas quase 107 mil mortes por malária no continente africano. “(Nessa forma da doença), a pessoa passa por horários febris recorrentes. Em estágio avançado, geralmente no quinto dia de transmissão, é difícil o tratamento, e o indivíduo costuma vir a óbito”, afirma.

Novo tipo de dengue, com mais risco de epidemia, tem primeiros casos no DF


Variação da doença não é mais agressiva que as outras, mas apresenta risco de epidemia porque a população não está imune
Correio Braziliense. Brasília-DF,  25/03/2013
Lixo acumulado no Setor de Indústria da Ceilândia: a região administrativa tem o maior número de casos em 2013 (Daniel Ferreira/CB/D.A Press)
Lixo acumulado no Setor de Indústria da Ceilândia: a região administrativa tem o maior número de casos em 2013

O aparecimento de casos tipo 4 da dengue no Distrito Federal — onde, até então, prevalecia o tipo 1 — preocupa o governo e representa  ameaça à saúde pública. Isso porque, quando uma pessoa é infectada por um dos quatro tipos de vírus, ela adquire imunidade àquela variação específica. Para desenvolver os sintomas de novo, ela tem de ser picada por um mosquito que transmita um tipo diferente daquele que provocou a primeira manifestação.

Com o surgimento do novo sorotipo, existe o risco de ocorrer uma epidemia generalizada, como explica o infectologista José David Urbaez. “Temos de nos programar para a possibilidade de explosão no número de casos e incidências mais graves. Quando se introduz um novo sorotipo, você tem uma população inteira suscetível, ‘virgem’. Além disso, quem teve outros tipos tem mais chances de contrair de novo e desenvolver um quadro grave.”

Em entrevista ao Correio, o secretário de Saúde, Rafael Barbosa, demonstrou estar preocupado com o cenário. “É uma modalidade relativamente recente, identificada no ano passado”, alegou. O trabalho da Subsecretaria de Vigilância em Saúde para combate e prevenção à doença se intensifica neste período das chuvas. Segundo a subsecretária Marília Coelho Cunha, a visita dos agentes às casas identifica focos de água limpa e parada. O mapeamento das áreas críticas ocorre por meio da vigilância epidemiológica, que atua nos hospitais e centros de saúde registrando os locais onde pacientes se infectaram.

Áreas críticas
Atualmente, Ceilândia, Taguatinga, Sobradinho 2, Samambaia e São Sebastião são as regiões administrativas com maior número de casos em 2013: 69, 42, 36, 29 e 24, respectivamente. A Estrutural também chamou a atenção, no balanço de janeiro, pois apresentou a maior incidência (números de casos por 100 mil habitantes). Um deles de dengue tipo 4. Os sintomas (veja quadro), independentemente da variação, são os mesmos que afligiram Maria de Fátima Farias, 56 anos. Quando contraiu o vírus, em 2010, ela teve fortes dores de cabeça e febre alta. “Passei muito mal e o médico não podia me internar, então eu ia todos os dias para o Hran (Hospital Regional da Asa Norte) para tomar o medicamento e fazer os exames. Tive enjoos também. Parece que você vai desmontar, eu tremia toda”, lembra.