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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

AC: JN mostra diferenças no combate à dengue em duas cidades

JORNAL NACIONAL, Tv Globo. Edição do dia 13/12/2011

No Norte do Brasil, o percentual da população em áreas de risco é de 16,8%, mais que o triplo da média nacional. Equipe visitou duas cidades muito próximas, mas em situações bem diferentes.





A equipe do JN no Ar foi para o Acre investigar a situação da dengue, às vésperas do verão.

A equipe precisou ficar mais ou menos 12 horas nas ruas, porque precisava encontrar, em duas cidades diferentes, o que estava sendo feito pelas autoridades, e também o que não está sendo feito por elas, para combater o mosquito da dengue. Há muita coisa certa, e muita coisa nem tão certa assim. Mas o importante é mostrar para a população, não só do Acre, mas do Brasil inteiro, que ainda dá tempo de fazer muita coisa e o que pode ser feito. A reportagem foi feita com apoio da TV Acre.
Depois de três horas e cinquenta minutos pelos céus iluminados do Brasil, assim que se chega ao Acre, se descobre que o inimigo, no local, tem outro nome: “Outro dia eu matei uma carapanã da dengue lá em casa. Ela não é listrada assim, tem uma listrinha preta. A gente chama carapanã, mas é o mosquito!”, conta uma moradora.
Independentemente do nome ou do lugar, na hora em que o ele morde é o mesmo sai de baixo. “É uma doença horrível! Dói tudo, canto dos olhos, não podia nem mexer os olhos, fiquei toda empolada, coçando”, lembra a moradora.
Na região Norte do Brasil, o percentual da população em áreas de risco é de 16,8%, mais que o triplo da média nacional.
“Nós temos chuva em abundância, temperaturas altas, umidade relativa do ar altíssima. Graças a Deus, nós não estamos em epidemia. Mas, se nós não cuidarmos, podemos vir a ter epidemia, porque temos bastante mosquito distribuídos no meio ambiente”, destaca a secretária estadual de Saúde do AC, Suely Melo.
Portanto, questão importantíssima, por lá, é combater o maldito carapanã. “A bicha é perigosa, tem que procurar!”, avisa uma mulher.
Nessa batalha, o JN no Ar vai a duas cidades muito próximas, em situações bem diferentes.
Em Bujari, autoridades federais encontraram focos do mosquito em apenas 1,3% dos imóveis vistoriados. Situação de alerta, mas não de alto risco, como na quase vizinha Senador Guiomard, onde o índice de infestação de 8,9% é sinal de muito mosquito nas casas, quintais, terrenos baldios e lixeiras, risco altíssimo, com possibilidade de surto já nas próximas semanas, com um calor cada vez maior.
Por falar em calor e as piscinas? Não dá para dizer ao certo em que quantidade o mosquito da dengue prolifera em uma piscina abandonada visitada. Mas é possível ver, a olho nu, que virou um criadouro de sapos e basta pegar um pouquinho de água para ver a quantidade de larvas.
A área pertencia a um clube particular que ficou abandonado durante anos e foi desapropriado pela prefeitura há seis meses. A prefeitura diz que vem tomando as medidas necessárias para evitar a proliferação do mosquito da dengue. Mas isso já faz seis meses.
A secretária diz que técnicos estaduais colocaram produtos químicos para matar as larvas do mosquito da dengue.
No município de Bujari, onde o mosquito dá um pouco mais de descanso, é prática frequente levar às escolas palestras de esclarecimento. Será que as ruas e praças de lá são sempre limpas? “Sabiam que vocês vinham e a cidade tinha que estar limpa”, revela uma mulher.
Pendurar enfeites de Natal que acumulam água e servem de criadouro não parece um bom caminho para manter o perigo distante.
Às 10h da manhã no Acre, meio-dia no horário de Brasília, apenas três horas depois que a equipe do JN no Ar passou pelo clube abandonado, a prefeitura conseguiu seis funcionários para fazer a limpeza das piscinas. Coincidiu com a visita o chamado arrastão contra a dengue em Senador Guiomard. Agentes municipais e estaduais bateram nas portas de várias casas dando orientações e procurando o mosquito onde quer que ele estivesse.
Por todo o país, 742 mil já pegaram dengue este ano. Mesmo com uma redução no número de casos, foram 456 mortes. É uma questão nacional que merece atenção de todos os brasileiros.
“A gente olha tudo, caixa d’água, balde, vasilha de cachorro, tampinha de garrafa. Desde o ovo até a fase a adulta, são de 7 a 15 dias”, explica o agente de vigilância de saúde Rodrigo de Almeida.
É tão rápido que operária Marluce não fazia ideia da criação de mosquitos no quintal de casa.
“Tenho cinco netos. Eu não, eu já estou velha, mas e os netos? É um perigo”, diz.
Para não ter mais dúvida, Marluce prometeu seguir os conselhos dos agentes de saúde e acabou com o tal do carapanã da dengue com as próprias mãos.
“E eu tenho legítima certeza que eu digo para vocês: de hoje para frente vocês não encontram isso aqui, porque agora eu sei o que é”, avisou.
A população se mobiliza. Bastou chamar a atenção para o assunto, que todos começaram a se mexer, tirar água parada de dentro de casa e do quintal. E o JN vai continuar falando do assunto, não só no Acre, mas também em outras partes do Brasil.

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