Disponível em: <http://www.capitalteresina.com.br/noticias/geral/parceria-com-alemaes-deve-aumentar-capacidade-de-prever-dengue-no-rio-16730.html>. Acesso em 27 jun 2014
25/06/2014
Uma
parceria entre a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro e o governo da Alemanha
pode aprimorar no curto prazo as ações de combate à dengue. Preocupado com sua
delegação nos Jogos Olímpicos de 2016, o país europeu firmou um acordo com o
Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o
governo do Rio para ceder equipamentos e experiência em vigilância
epidemiológica para detectar que tipos de vírus estão circulando na cidade com
o Aedes aegypti,
o mosquito transmissor.
Sem essa
metodologia, os dados sobre o tipo de vírus predominante em determinada época
só podem ser conferidos com um levantamento de sorologia das pessoas já
infectadas. A nova técnica consiste em capturar mosquitos e analisá-los, para
saber se estão contaminados e com que tipos de vírus.
“Fazer
essa identificação antes permite que algumas medidas sejam tomadas, para
preparar os serviços de saúde e prever uma epidemia com maior grau de certeza”,
explicou o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria
de Saúde, Alexandre Chieppe.
O projeto
está em uma fase piloto e uma equipe de 10 agentes já começou a fazer a coleta
em áreas próximas aos locais de competição dos Jogos Olímpicos e unidades de
saúde da capital. Por enquanto, o interior do estado só será incluído na coleta
em casos específicos, como a identificação de um vírus novo em alguma cidade.
Além de
armadilhas para capturar os mosquitos, eles usam uma espécie de aspirador que
suga grandes quantidades do inseto para levá-los ao laboratório, onde são
catalogados por gênero e raça. Depois, eles são acumulados em um
equipamento que verifica se estão contaminados e por quais tipos de vírus.
Além da
dengue, a pesquisa pode detectar a entrada do vírus Chikungunya no estado, que,
além dos sintomas da dengue, causa dores musculares que podem durar meses. Uma
das maiores preocupações, no entanto, é o vírus da dengue tipo 3, que não
circula com intensidade no Rio de Janeiro desde 2002. “A população está mais
suscetível a ele porque não circula há mais tempo. Todo mundo que nasceu depois
disso, por exemplo, não está imune”, explicou.
Se os testes
detectarem alta circulação do vírus tipo 3, a secretaria deverá intensificar as
ações de prevenção e preparar as unidades de saúde para identificar os sintomas
da dengue. “Na medida em que vamos tendo os resultados, eles mudam nossa forma
de atuação. Se tivermos uma resposta positiva quanto à circulação do vírus tipo
3, isso muda o planejamento já para o ano que vem”.
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