Pesquisa da USP chega a molécula mais eficiente para matar o parasita e
menos tóxica para infectados
Disponível em: <http://www.jornalacidade.com.br/noticias/cidades/NOT,2,2,964130,Testes+apontam+tratamento+mais+eficaz+contra+a+Doenca+de+Chagas.aspx>.
Acesso em: 24 jun 2014
24/06/2014
Pesquisadores da USP em Ribeirão Preto encontraram uma
molécula que inibe o crescimento do Trypanossoma cruzi, parasita que causa a
doença de Chagas.
Cerca de 10 mil pessoas ainda morrem anualmente pela
doença e entre 7 a 8 milhões encontram-se infectadas no mundo.
“A doença possui apenas um tratamento aprovado pela
Anvisa, envolvendo o fármaco benznidazol, em uso há mais de 40 anos”, explica
Ivone Carvalho, professora de Química Farmacêutica da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP. “O tratamento com o benznidazol
não é totalmente satisfatório, por isso o desenvolvimento de novas alternativas
ao uso do fármaco é bastante relevante”.
A partir de modificações de benznidazol, os pesquisadores
encontraram uma molécula que mostrou uma atividade cinco vezes melhor que o medicamento
na eliminação do parasita. Durante testes “in vitro”, foi constado que, além de
matar o T. cruzi, a molécula não foi tóxica para a célula.
“Os próximos passos envolvem estudos de atividade ‘in
vivo’ com camundongos, também a serem realizados na Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto”, afirma Carvalho.
De acordo com a pesquisadora, o benznidazol foi usado
como modelo para sintetizar novas moléculas, justamente por ser o fármaco
disponível no mercado e, portanto, pode facilitar a descoberta de novos
derivados mais potentes.
“A pesquisa tem como objetivo obter um fármaco melhor que
benznidazol para que elimine o parasita também nos casos crônicos, tenha menos
efeito colateral e não permita o desenvolvimento de resistência dos parasitas
ao medicamento”, finaliza.
Brasil tem três milhões com a doença
De acordo com informações do Ministério da Saúde,
estima-se que o Brasil tem entre dois e três milhões de pessoas com a doença de
Chagas.
Ela é adquirida por meio do contato com as fezes do
inseto infectado pelo parasita. O Trypanosoma cruzi entra no sangue a partir do
contato das fezes do inseto “barbeiro” através da pele ferida, mucosa do olho
ou pela ingestão de alimentos contaminados.
Pode ocorrer também pela transfusão de sangue ou
transplante de órgãos de pessoas com a doença. Além disso, a doença pode ser
transmitida da mãe infectada para o recém-nascido.
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