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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Testes apontam tratamento mais eficaz contra a Doença de Chagas

Pesquisa da USP chega a molécula mais eficiente para matar o parasita e menos tóxica para infectados


24/06/2014

 

Pesquisadores da USP em Ribeirão Preto encontraram uma molécula que inibe o crescimento do Trypanossoma cruzi, parasita que causa a doença de Chagas.
Cerca de 10 mil pessoas ainda morrem anualmente pela doença e entre 7 a 8 milhões encontram-se infectadas no mundo.
“A doença possui apenas um tratamento aprovado pela Anvisa, envolvendo o fármaco benznidazol, em uso há mais de 40 anos”, explica Ivone Carvalho, professora de Química Farmacêutica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP. “O tratamento com o benznidazol não é totalmente satisfatório, por isso o desenvolvimento de novas alternativas ao uso do fármaco é bastante relevante”.
A partir de modificações de benznidazol, os pesquisadores encontraram uma molécula que mostrou uma atividade cinco vezes melhor que o medicamento na eliminação do parasita. Durante testes “in vitro”, foi constado que, além de matar o T. cruzi, a molécula não foi tóxica para a célula.
“Os próximos passos envolvem estudos de atividade ‘in vivo’ com camundongos, também a serem realizados na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto”, afirma Carvalho.
De acordo com a pesquisadora, o benznidazol foi usado como modelo para sintetizar novas moléculas, justamente por ser o fármaco disponível no mercado e, portanto, pode facilitar a descoberta de novos derivados mais potentes.
“A pesquisa tem como objetivo obter um fármaco melhor que benznidazol para que elimine o parasita também nos casos crônicos, tenha menos efeito colateral e não permita o desenvolvimento de resistência dos parasitas ao medicamento”, finaliza.
Brasil tem três milhões com a doença
De acordo com informações do Ministério da Saúde, estima-se que o Brasil tem entre dois e três milhões de pessoas com a doença de Chagas.  
Ela é adquirida por meio do contato com as fezes do inseto infectado pelo parasita. O Trypanosoma cruzi entra no sangue a partir do contato das fezes do inseto “barbeiro” através da pele ferida, mucosa do olho ou pela ingestão de alimentos contaminados. 

Pode ocorrer também pela transfusão de sangue ou transplante de órgãos de pessoas com a doença. Além disso, a doença pode ser transmitida da mãe infectada para o recém-nascido.

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