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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dengue deixa DF em alerta

Nas seis primeiras semanas do ano, o Distrito Federal teve 160 casos da doença confirmados, ou 55% a mais que no mesmo período de 2012. Outros 417 estão em análise. Questões climáticas são a principal justificativa para o avanço das estatísticas

BÁRBARA VASCONCELOS

Correio Braziliense. Cidades. 14/02/2013


"Cheguei na Asa Sul, onde trabalho, com muita dor no corpo e febre alta. Pensei que era gripe. Primeiro, fui para o Hospital de Base, mas lá não consegui atendimento. Aí fui para o Hran (Hospital Regional da Asa Norte) e descobri que era dengue" Marinalda da Silva, 37 anos, cuidadora de idosos, moradora de Valparaíso (GO)

O avanço da dengue no Distrito Federal coloca em alerta moradores e autoridades em saúde da capital federal. Apenas nas seis primeiras semanas deste ano, a Secretaria de Saúde do DF contabilizou 638 notificações da doença. Desse montante, 417 permanecem em análise e 61 foram descartadas. Mas 160 acabaram confirmadas — 57 casos ou 55% a mais do que o observado no mesmo período do ano passado. De acordo com a pasta, questões climáticas são a principal justificativa para esse aumento.

De todas as infecções registradas entre residentes do DF, 70 aconteceram em diferentes regiões administrativas. As outras 90 ocorrências aconteceram em unidades da Federação, como Minas Gerais (11), Bahia (11), Piauí (5), Rio de Janeiro (2), mas principalmente Goiás (33), que enfrenta um surto de dengue.

A área com maior número de pessoas atingidas pela doença este ano no DF é Ceilândia, onde a Secretaria de Saúde registrou 27 casos de dengue. Desse total, 25 foram contraídos na própria cidade. Ao lado de Taguatinga, Samambaia e Recanto das Emas, a região administrativa lidera o ranking de contaminações. Em todas elas, houve aumento da quantidade de casos em comparação com o mesmo período de 2012.

Além dessas áreas, Estrutural e São Sebastião preocupam. Nessa última cidade, a rede pública recebeu 26 notificações da doença — seis já foram confirmadas. Entre os casos, estão os três filhos da diarista Eliete Araújo, 39 anos. Aline, 15, Jonatas, 9, e Jonas, 6, adoeceram na semana passada e, depois de passar pelos hospitais da própria região e do Paranoá, receberam o dignóstico de dengue.

De acordo com Eliete, é provável que o trio tenha contraído a doença durante uma viagem para o interior de Goiás. Mas ela não descarta a hipótese de o foco estar ao lado de casa. “Perto de onde eu moro, tem um matagal. O mosquito pode vir de lá”, avalia a moradora de São Sebastião. Graças ao grande número de casos nas redondezas, Eliete tem recebido visitas periódicas dos agentes de saúde. “Eles já passaram na minha casa três vezes. Eles olharam meu quintal, as casas dos vizinhos, e passaram todas as orientações”, conta.

O diretor do programa de Prevenção e Controle da Dengue no DF, Aílton Domício, explica que 470 profissionais da secretaria fazem o monitoramento da situação em todas as regiões administrativas, mas ele reconhece que, apesar do acompanhamento periódico, algumas áreas enfrentam um momento alarmante. “O primeiro quadrimestre do ano é sempre mais crítico por conta das chuvas e da temperatura elevada. Em janeiro de 2012, as chuvas foram muito fortes e acabaram destruindo vários focos da doença. Mas, desta vez, não. As chuvas mais moderadas e o calor aumentaram os focos. Estamos atentos”, garante.

Casos importados

Entre todas as notificações registradas no DF este ano, 164 são de moradores de outras unidades federativas — principalmente da região do Entorno — que procuram auxílio médico na capital federal. O número é cinco vezes maior do que o contabilizado em 2012, quando 31 pessoas de outros estados foram atendidas no DF por conta de dengue.

A cuidadora de idosos Marinalda da Silva, 37 anos, está nessa estatística. Moradora de Valparaíso (GO), ela contraiu dengue no início da semana passada e procurou ajuda no DF. “Cheguei na Asa Sul, onde trabalho, com muita dor no corpo e febre alta. Pensei que era gripe”, lembra. “Primeiro, fui para o Hospital de Base, mas lá não consegui atendimento. Aí fui para o Hran (Hospital Regional da Asa Norte) e descobri que era dengue”, completa Marinalda, que diz nunca ter recebido a visita de agentes de saúde
 
 
 
 
 

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