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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Metade da frota da Vigilância Ambiental vira sucata em estacionamento

Os veículos foram doados pelo governo federal: deficit prejudica trabalho dos agentes (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Os veículos foram doados pelo governo federal: deficit prejudica trabalho dos agentes
Quase metade da frota da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), órgão ligado à Secretaria de Saúde do Distrito Federal, virou sucata no estacionamento da unidade. A maior parte dos 30 veículos parados foi cedida pelo governo federal e hoje não roda mais por falta de manutenção ou porque tem mais de 10 anos de uso. Enquanto a Dival não encontra uma destinação para os carros, eles se acumulam no pátio da diretoria.

Além de a maioria estar enferrujada, em muitos deles faltam peças. Atualmente, apenas 34 carros dão suporte ao trabalho de todas as equipes da unidade. Dessa forma, o trabalho de combate à hantavirose e à leishmaniose, doenças que registram aumento durante o período de seca, fica prejudicado.

A falta de carros atrapalha o trabalho diário dos agentes da Dival no controle de vetores de doenças e animais domésticos. Os 34 veículos atendem as oito unidades de vigilância ambiental localizadas em Ceilândia, Taguatinga, no Guará, no Núcleo Bandeirante, no Gama, no Plano Piloto, em São Sebastião e Sobradinho. “Às vezes, deslocamos os carros, mas um setor sempre fica descoberto”, reclama o vice-presidente do Sindicatos dos Agentes de Vigilância e Agentes Comunitários de Saúde do Distrito Federal (Sindvacs), Aldemir Domicio da Silva.

O vice-presidente do Sindvacs explica que, para algumas atividades realizadas pelos agentes, o carro é fundamental. “As equipes especiais precisam deslocar as bombas de fumacê para o controle da dengue e, cada uma delas com 40kg, são muito pesadas”, conta. Segundo ele, alguns servidores usam o próprio automóvel para fazer o trabalho. “Essa situação ocorre tanto na área rural quanto na área urbana, sem contar que carregamos uma bolsa pesada e precisamos de material de apoio, como escadas, para verificar as caixas d’água”, disse.

Reforço na frota
Para ele, são necessários, pelo menos, três carros para atender cada unidade. A diretora de Vigilância Ambiental, Regina Scala, admitiu a falta de veículos e anunciou a compra de mais 40, que devem chegar no próximo semestre. “Sabemos que a nossa frota não é ideal, talvez não tenhamos metade do que é necessário. Mas estamos correndo atrás para comprar outros carros. Para isso, precisamos de um planejamento, fizemos o que era possível com o orçamento de 2011”, afirmou. “Não havia investimento para a aquisição de novos carros nem para a contratação de pessoas nos anos anteriores”, revelou.

Quanto aos veículos parados no estacionamento da Dival, Regina adiantou que eles devem ir a leilão, mas para isso é preciso autorização do governo federal. “Como os carros são do Ministério da Saúde e da Funasa, precisamos transferir para o GDF e só depois colocarmos à venda”, explicou. Enquanto isso, ela garantiu que há um controle semanal rigoroso nos automóveis para evitar o surgimento de focos de doenças, como a dengue. Além da compra de mais veículos, a diretora da Vigilância Ambiental anunciou a contratação de 500 agentes até o fim deste ano.

Thaís Paranhos
Correio Braziliense. Brasília,  30/06/2011, Cidades.

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