Disponível em: <http://www.acritica.net/index.php?conteudo=Noticias&id=115237>. Acesso em: 07 abr. 2014
As redes sociais
são um espaço para trocar informação, interagir, fazer amizades, disputar
opiniões e também para o controle da dengue no país. Assim, pesquisadores do
Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) desenvolveram um programa, chamado Observatório da Dengue, que
monitora a quantidade de vezes e os locais em que se usa o termo ‘dengue’ nas
publicações do Twitter.
O Observatório
começou a ser usado por gestores em meados de 2012. Sempre que alguém coloca
a palavra ‘dengue’ no seu Twitter, o programa detecta e faz um levantamento
por localidade.
Se na cidade de
Belo Horizonte, por exemplo, a palavra dengue é mencionada, em média, 100
vezes por semana, quando ela aparecer 300 ou 500 vezes na mesma semana, é
disparado um alerta.
“As informações
geradas pelo observatório se antecipam as notificações da vigilância.
Por isso que
devem ser vistas como uma medida complementar à vigilância de rotina.
Serve para
alertar quando os casos estão acontecendo”, comenta Giovanini Coelho, coordenador
do Programa Nacional de Controle da Dengue.
Um dos
responsáveis pelo programa, o desenvolvedor do software Walter dos Santos
Filho, explica que só é possível fazer esse monitoramento pelo Twitter devido
a algumas particularidades da doença.
“A dengue não é
estigmatizada, as pessoas conversam de dengue abertamente, diferente de
outras doenças.
Ela também se
concentra mais nos grandes centros, que é onde a tecnologia está mais
presente. São dois fatores que auxiliam”, ressalta Walter.
O desenvolvedor
conta que ao criar o Observatório eles perceberam que existe uma correlação
forte entre o número de publicações no Twitter com o termo dengue e o número
de casos notificados pelas secretarias de saúde.
“Foi feita a
comparação entre as curvas da serie temporal da dengue no Twitter com os
casos reais e em boa parte das cidades existia uma correlação muito boa”,
ressalta.
Em Aracaju,
capital de Sergipe, o Observatório da Dengue tem auxiliado na vigilância do
município.
A coordenadora do
Programa Municipal de Controle da Dengue, Taíse Ferreira Cavalcante, diz que
sempre compara os dados gerados pelo programa com as notificações oficiais
dos casos de dengue. “Ele me mostra se tem algo de diferente que não consigo
perceber.
Se os números são
muito diferentes nós procuramos ver se as há algum problema com as
notificações”, comenta Taíse.
Ela acredita que
a ferramenta auxilia na comunicação ao alertar os municípios que existem
rumores da doença na região. “Agora cabe a vigilância ir atrás e confirmar
aqueles rumores.
Eu o utilizo como
mais um instrumento que me ajuda na vigilância da dengue”, completa a
coordenadora de Aracaju.
É a mesma
observação feita pelo gestor nacional do combate à dengue, Dr. Giovanini
Coelho.
“O observatório
da Dengue é uma ferramenta complementar ao sistema de vigilância que é feito
pelos estados e municípios”, afirma Giovanini. (Blog da Saúde)
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