08
de maio de 2014
Cidade escolhida para receber
Cristiano Ronaldo e o restante da seleção de Portugal durante a Copa do Mundo,
Campinas passa pela maior epidemia de dengue da sua história. De acordo com o
último boletim divulgado pela Secretária de Saúde de Campinas, no dia 28 de
abril, desde janeiro foram registrados 17.136 casos, com uma morte confirmada.
Outras quatro estão passando por investigação.
Dos pouco mais de 17 mil casos, a
maior parte deles está concentrada na região norte - 4.505, equivalente a 26%
do total -, justamente onde fica o Centro de Treinamento da Ponte Preta, no
bairro Jardim Eulina. Uma preocupação a mais para os portugueses. A secretária
de turismo de Campinas e coordenadora do Comitê Organizador Local (COL),
Alexandre Capriolli, disse que vem mantendo contato direto com a Federação
Portuguesa de Futebol (FPF) para tratar desse assunto.
"O diretor da
FPF (Carlos Godinho) entrou em contato comigo copiando o pedido do doutor
Henrique (médico da seleção portuguesa) para saber quais atitudes estavam sendo
tomadas e se as áreas que eles vão circular são de riscos. A vigilância
sanitária fez uma resposta e enviamos. Os portugueses ficaram satisfeitos e
estão tranquilos, pois viram que as ações estão sendo tomadas", afirmou
Capriolli ao Terra.
No início dessa semana, a vigilância
sanitária fez uma inspeção no CT da Ponte Preta e não achou nenhum foco de
dengue, informação repassada para o técnico Paulo Bento e integrantes da FPF,
que estiveram na última segunda-feira visitando as obras. Estão programadas
outras duas inspeções e três ações de fumacê - método de espalhar nuvens de
inseticidas - no bairro Jardim Eulina.
"A
vigilância sanitária fez uma inspeção essa semana e não registrou nenhum foco
de dengue no CT. Eles vão fazer a limpeza dos materiais de construção e está
programado mais duas inspeções no Jardim Eulina antes que a delegação
portuguesa chegue ao Brasil, além de ações de fumacê. Mas temos que deixar
claro que isso já estava programado pela prefeitura. Não será feito só por
causa da presença de Portugal", garantiu a secretária de turismo,
lembrando que o Hotel The Royal Palm Plaza também passou por uma inspeção e
nada foi encontrado.
A
Fifa também se mostrou preocupada com a epidemia de dengue em Campinas e pediu
um relatório ao COL, diferente da Nigéria, que sequer entrou em contato com
Alexandra para saber o que estava acontecendo.
"A
própria Fifa mandou um ofício para mim pedindo esclarecimento e mandei o mesmo
relatório que enviei para Portugal. Já a Nigéria não pediu nada, mas fiz a
tradução do que mandamos para os portugueses e encaminhei porque achei prudente",
finalizou Alexandra Capriolli.
Para
combater a epidemia, a prefeitura de Campinas já realizou mutirões de limpeza
em mais de 200 bairros, conseguiu autorização na Justiça para que os agentes de
saúde possam entrar em imóveis fechados e também foi liberada para contratar
outros 122 profissionais de enfermagem.
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