Confira quais são os sintomas e os cuidados necessários com um pet diabético
FERNANDA
FRAGATA
05/05/2014
Disponível em: <http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/fernanda-fragata/noticia/2014/05>. Acesso em: 05 maio 2014
Esse é o questionamento mais frequente dos donos de cães
acometidos por esta doença no momento do diagnóstico. As histórias contadas por
eles ao chegarem ao consultório veterinário são muito parecidas: o animal tem
muita fome, come bem, mas está emagrecendo, bebe muita água e urina muito.
Alguns relatam que observam formigas juntarem na urina feita na rua ou no
quintal. Em casos mais avançados, o animal apresenta fraqueza, apatia e vômito.
O Diabetes mellitus ocorre quando o organismo do cão
produz uma quantidade insuficiente de insulina (hormônio que possibilita o uso
da glicose presente na corrente sanguínea pelas células do corpo) ou não a
processa corretamente. Sem insulina suficiente a glicose não pode entrar nas
células e acumula-se no sangue. Por isso, seu cão pode agir como se estivesse
com fome, querendo comer constantemente, mas mesmo assim continua a demonstrar sinais
de desnutrição porque as suas células não conseguem absorver a glicose.
O diagnóstico pode ser confirmado após a realização de um
exame de sangue que detecta altos níveis de glicose (açúcar) no sangue e do
exame de urina com a presença de glicose (que não aparece em animais
sadios). Em casos mais graves ou descompensados, há a presença de corpos
cetônicos, que são compostos tóxicos produzidos após o organismo tentar suprir
a falta de energia causada pela doença.
Convivendo com a doença
A maior preocupação dos proprietários de animais
diabéticos é como será a rotina e a qualidade de vida dos pets a partir do
diagnóstico. Uma vez confirmado o diagnóstico da doença, é necessário ainda
mais dedicação e disciplina para aprender a cuidar do seu animal de estimação
diabético. O objetivo é manter as concentrações de glicose em níveis não
elevados, evitando picos e quedas bruscas, além de reduzir ou até eliminar os
sinais da diabetes, tais como sede excessiva e muita urina.
A dieta desempenha um papel fundamental no controle do cão
diabético. O ideal é o seu cão ter acesso à mesma quantidade de alimento, nas
mesmas horas, todos os dias. Esta dieta geralmente inclui uma fonte de proteína
de alto valor biológico, carboidratos complexos e fibras alimentares para
permitir uma absorção mais lenta da glicose pelo aparelho digestivo. Os
alimentos também devem ter também baixos níveis de gordura, serem saborosos,
nutritivos e que minimizem as flutuações da concentração da glicose no sangue e
ajudem o seu cão a manter um peso adequado, o que é muito importante para o
controle da doença.
Exercício físico ajuda a
manter os animais ativos, saudáveis e felizes. E para cães diabéticos não é
diferente, ele afeta as concentrações sanguíneas de glicose auxiliando no
controle da doença.
No entanto, a atividade física precisa ser regular e
monitorada, porque em excesso ou feito de forma inadequada pode levar a
mudanças bruscas com queda nos níveis glicêmicos. Por isso, o médico
veterinário sempre orienta o dono de um animal diabético a reconhecer os sintomas
e orienta sobre o que fazer numa possível queda de glicemia a fim de evitar
complicações e situações de emergência.
Complicações
Depois de aprender sobre como conviver com a doença, vem a
dúvida sobre as complicações decorrentes desta doença. Os cães diabéticos podem
desenvolver algumas complicações, assim como os humanos.
A catarata costuma ser a complicação secundária mais comum decorrente
das elevadas concentrações de glicose no sangue, e que pode levar à cegueira.
Evitar as altas concentrações de glicose no sangue pode ajudar a prevenir ou
retardar o desenvolvimento da catarata. A insuficiência renal também pode
aparecer como complicação em alguns casos.
Grupo de risco
Embora qualquer cão possa desenvolver diabetes, cães de meia-idade ou idosos,
especialmente fêmeas não castradas são mais frequentemente acometidas.
A principal causa da diabetes canina é em grande parte
desconhecida, mas especialistas sugerem que a genética pode desempenhar um
papel importante. Por isso, a glicemia e exames simples de urina devem fazer
parte do check-up anual de todo pet.
Embora não exista cura, a doença pode ser controlada com sucesso com injeções
diárias de insulina, alterações na rotina e na dieta. Com um controle bem
sucedido da diabetes o seu cão pode levar uma vida feliz, saudável, ativa e com
qualidade de vida. O relacionamento com o veterinário nestes casos fica
bastante próximo, pois a família e o médico precisam trabalhar juntos para um
bom controle e o sucesso no tratamento.
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