Coordenador do Instituto Lixo Zero ressaltou que a Política Nacional de Resíduos Sólidos pôs os municípios numa corrida contra o tempo
Flávia Albuquerque, da Agência Brasil
Lixão: centros urbanos funcionam
recebendo recursos naturais e os degradando, diz vereador
São Paulo - Apenas 30% das cidades
brasileiras estabeleceram metas para a redução de resíduos sólidos, disse hoje
(12) o coordenador do Instituto Lixo Zero, Rodrigo Sabatini.
Ele participou de seminário na Câmara Municipal de São Paulo e
defendeu o planejamento e a mudança de rotina para encaminhar quase todo o lixo
de forma correta.
Para Sabatini, se a humanidade tem capacidade para criar e
fabricar produtos, é capaz também de planejar e gerenciar o descarte ou a
reutilização do lixo.
“Primeiro é preciso estabelecer uma meta e planejar. Se
encaminharmos 90% do lixo corretamente já é ótimo. Uma vez estabelecendo uma
meta, teremos profissionais estudando como chegar a essa meta. Esse é o
princípio do lixo zero. Queremos estimular a mudança de hábitos”, declarou.
Segundo o coordenador, o conceito de lixo zero precisa ser
compreendido pela população como algo que deve ser planejado para reduzir ao mínimo
o envio de material para aterros sanitários ou incineradores.
Ele ressaltou que a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que
obriga os grandes geradores de lixo a estabelecer metas para a diminuição dos
resíduos, pôs os municípios numa corrida contra o tempo.
“Agora estamos em uma corrida muito perigosa porque não sabemos a
qualidade dos projetos que virão para planejarmos a administração dos resíduos.
A lei diz que o grande gerador tem de ter seu plano de gestão de resíduos
sólidos. O número, nesse caso, é muito menor do que o de cidades. Existe uma
crença de que a lei vai ser prorrogada de alguma forma, mas o Ministério
Público já se pronunciou dizendo que vai fazer a lei ser cumprida”, alertou.
O vereador Ricardo Young (PPS) ressaltou que a única forma de
transformar as cidades em sustentáveis é transformá-las em espaços urbanos
regeneradores de serviços ambientais.
No entanto, os centros urbanos funcionam recebendo os recursos
naturais e os degradando.
“Simplesmente acumulamos e não devolvemos nem regeneramos nada. Um
dos grandes esforços do século 21 é mudar a natureza e o aglomerado urbano,
transformando-o em espaço de reciclagem”, declarou.
Young defendeu a ampliação da reciclagem para transformar centros
urbanos em concentrações capazes de reutilizar os resíduos: “Quanto mais
conseguirmos recuperar, menor será nossa agressão ao meio ambiente e mais
condições teremos de reduzir o enorme risco gerado pelas cidades”.
Ele ressaltou que o município de São Paulo é pioneiro na aplicação
da Lei de Resíduos Sólidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário