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Construção vai abrigar a coleção de répteis e anfíbios do instituto, quase toda destruída em incêndio em 2010
Para impedir uma nova tragédia, o projeto separou o acervo em 7 salas, cada uma com uma porta corta-fogo
TALITA BEDINELLI
JOSÉ BENEDITO DA SILVA DE SÃO PAULO
Nove meses depois de um incêndio ter destruído a maior coleção de répteis e anfíbios do mundo, o Instituto Butantan, em São Paulo, anunciou ontem o projeto de construção de um prédio maior para abrigar o acervo. O local será dotado de um moderno sistema de controle e prevenção de incêndios. Para evitar nova tragédia, o projeto da arquiteta Cecília Yoshikawa separou a coleção em sete salas, cada uma com uma porta corta-fogo. Assim, caso haja incêndio em uma das salas, o fogo dificilmente se espalhará. A central de detecção de incêndio será completa, afirma o instituto. Haverá sirene eletrônica, detector de fumaça, hidrantes com espuma, extintores portáteis e luminárias blindadas -que impedem a saída de faíscas. A área da coleção também terá gerador próprio, para evitar que, na falta de energia, o ar-condicionado pare de funcionar e as salas, com material volátil, esquentem. À época do acidente, uma das críticas feitas ao instituto, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, é que o local não tinha sistema antifogo, só extintores simples. O incêndio durou cerca de uma hora e destruiu principalmente a parte das serpentes, que eram armazenadas em formol, altamente volátil. PERDAS De acordo com o diretor do Butantan, Jorge Kalil, pelo menos dois terços das 85 mil serpentes foram perdidas. O prédio abrigava ainda uma coleção de 500 mil artrópodes (aranhas e escorpiões), que também foi parcialmente destruída, assim como parte dos 5.000 anfíbios (sapos, rãs e pererecas). Ainda não há um levantamento completo das perdas. O novo prédio terá 1.600 m2 -o antigo tinha 1.200 m2- e dois andares. O obra custará R$ 2,99 milhões e deve ser concluída em um ano. O espaço poderá abrigar entre 75 mil e 85 mil exemplares. Mas o Butantan ainda não sabe quanto tempo levará para repor o que foi perdido. A coleção foi construída ao longo dos 110 anos da instituição, festejados ontem. |
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