Rafael Ohana/CB/D.A Press |
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Mato alto e latas em que pode haver acúmulo de água: condições propícias ao aparecimento do Aedes aegypti |
O último boletim informativo de dengue divulgado pela Secretaria de Saúde ontem, referente ao período de 1º de janeiro a 9 de fevereiro, mostra que o Distrito Federal tem 33 casos confirmados da doença. São 32 registros a mais em comparação aos dados divulgados em 24 de janeiro, quando havia apenas um episódio confirmado. Já o total de notificações aumentou 225%, saindo de 116 para as 377 atuais. Nenhuma morte foi atribuída à contaminação.
Segundo os registros do Sistema de Informação e Agravos de Notificação (Sinan) do Núcleo de Controle de Endemias, do total de episódios confirmados, 14 tiveram a transmissão no DF e 19 pessoas contraíram a doença em outros estados, principalmente em Goiás. Três cidades respondem pela maior parte das notificações: Samambaia tem 46 casos, Planaltina, 39, e Ceilândia, 35. Do total de episódios suspeitos, 43 foram descartados e 301 permanecem sob investigação.
Para o coordenador-geral do Programa de Prevenção e Controle da Dengue, Ailton Domicio da Silva, os resultados correspondem à expectativa de evolução da doença. Ele explica que os dados de 2011 não podem ser comparados com os do ano anterior porque a situação vivida pelo DF em 2010 foi excepcional. Por isso, os boletins têm trazido a comparação dos dados atuais com os de 2009, que mostra aumento de notificação — de 292 em 2009 para 377 em 2011 — e diminuição de 45% no total de contaminados — há dois anos, eram 61 confirmações e hoje são 33. “O aumento de notificações significa que os profissionais de saúde estão pensando em dengue, cujos sintomas se confundem com milhares de outras doenças. E é a partir da notificação que podemos tomar as medidas de controle”, explica.
Silva aponta que não há concentração da doença em nenhuma cidade e que os episódios não estão interligados. “Não existe surto no DF. O trabalho feito nos últimos quatro meses do ano passado tem repercussão nos resultados alcançados. Apesar de termos uma sinalização muito boa de que a situação está sob controle, não significa que podemos relaxar. É preciso continuar com a mobilização, principalmente da comunidade”, indica o coordenador.
A estimativa é que 90% dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, estejam dentro de domicílios. Por isso, o programa de combate à dengue está firmando parcerias com empresas de telefonia, associações religiosas, escolas e até com a Companhia Energética de Brasília (CEB) e com a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) para reforçar a necessidade de prevenção. “Precisamos aprender com o nosso passado, com o ano de 2010. Foi a pior experiência do DF desde 1997, quando houve os primeiros casos de dengue. Estamos trabalhando para que isso nunca mais se repita”, garante Silva. Em 2010, o Distrito Federal registrou 20.332 casos da doença e sete mortes em decorrência dela, configurando o pior surto de dengue da história da região.
O trabalho de prevenção ganhará reforço, já que as diretorias regionais de saúde das cidades fizeram o compromisso de reativar, até 28 de fevereiro, os grupos executivos de prevenção, formados por líderes comunitários, representantes de saúde, de órgãos de limpeza urbana e fiscalização. |
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