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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Defensor de animais já afetou um em cada quatro cientistas

São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
 


Maioria, porém, não alterou pesquisa, diz enquete da "Nature"

GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

Cientistas estão assustados com as atitudes de alguns ativistas dos direitos animais, que deixaram de lado as manifestações pacíficas em frente aos laboratórios e partiram para depredações e até agressões físicas.
Segundo levantamento on-line feito pela revista "Nature" com cerca de mil cientistas da área biomédica, um em cada quatro deles diz que já foi "afetado negativamente" por protestos contra o laboratório, vandalismo, "libertação" de cobaias e agressão física e verbal, ou conhece quem passou por isso.
Desse grupo, apenas 15% disseram ter mudado alguma prática ou algum direcionamento de pesquisa por causa da ação dos ativistas.
A grande maioria dos pesquisadores -mais de 90%- considera que o uso de modelos animais é essencial para o sucesso de seus estudos.
Ainda assim, cerca de 16% afirmaram já ter tido sérias dúvidas sobre o papel dos animais nas pesquisas.
Os cientistas que lidam com macacos são minoria entre os pesquisados (apenas 38), mas são os que se consideram mais afetados negativamente pelo ativismo, embora afirmem que têm padrões muito rígidos para seus experimentos.
Embora a pesquisa indique que casos extremos são raros e não parecem estar se intensificando, alguns países estão fechando o cerco contra agressões praticadas por ativistas, inclusive criando legislação visando à punição desses crimes.
Estados Unidos e Reino Unido já têm legislações específicas. Os americanos, aliás, são o grupo que mais acha que o ativismo animal cresceu. Os britânicos, por outro lado, dizem ter percebido uma redução.

BRASIL "LIGHT"
Para Marcelo Morales, presidente da comissão de ética com animais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da Federação Latino-americana de Biofísica, os ativistas brasileiros não costumam ser agressivos.
"Eles são radicais em suas opiniões, mas apresentam seus pontos de vista através do diálogo", diz.
Segundo ele, episódios como o "banho de tinta" levado por uma pesquisadora em um evento na Unicamp, em 2008, são raros e isolados.

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